21 - TAÇA DE VINHO

287 46 18
                                    




Girando a chave na fechadura, sentia as palmas das minhas mãos suarem. Meu coração palpitava e parecia que eu sentia a veia do meu pescoço saltar. Muitas possibilidades passaram pela minha cabeça, menos a mais óbvia.

Ao abrir a porta, avistei a mesa de jantar posta, com velas acesas e meu coração pulou. Procurei com os olhos o bem feitor. Matt estava escorado no meu sofá, uma visão do paraíso, só de calça de moletom, pés descalços, um sorriso deslumbrante no rosto com os dentes brancos a mostra. Minha expressão tensa se desfez no momento em que meus olhos encontraram os dele. Fechei a porta atrás de mim e segui meu caminho até sua frente, sem tirar meu olhar do dele. Quase precisava me concentrar para não ficar olhando para seu peitoral.

            -Você podia ser mais perfeito? – Perguntei colocando minha bolsa no chão, logo passando meus braços em volta de seu pescoço, ainda segurando em uma das mãos o pequeno buque que tinha no tapete.

-Não faço nada que você não mereça. – Sorriu envolvendo minha cintura em seus braços.

-Eu mereço mesmo! – Falei convencida ficando na ponta dos pés, pronta para arrancar um beijo de seus lábios. Foi quando ele me apertou com força contra seu corpo e me interrompeu.

-Vamos jantar e depois continuamos essa conversa, senhorita convencida. – Sorriu depositando um beijo demorado em minha testa.

Eu jamais poderia escrever em um papel todas qualidades que gostaria que um homem demonstrasse e que Matt já não tivesse nele. Parece que ele é o kit completo mesmo.

Antes de me sentar olhei para o chão, a procura de Lilly. Ao perceber,  Matt põe a mão no meu ombro.

            -Ela está com a Lisa. – Falou sorrindo puxando a cadeira para que eu sentasse.

Analisei com cuidado toda produção que ele fez. Mesa posta com meus pratos favoritos, velas que uso nos dias de tempestade e que deram um ar mais aconchegante e despojado a mesa além de uma travessa de peixe que me fez sentir o estômago revirar. Eu não comi quase nada durante o dia, estava morta de fome. O cheiro que emanava das travessas me fez fechar os olhos. Consegui sentir que Matt ria e abri os olhos para encará-lo.

            -O que foi? – Perguntei me sentando.

            -Você fica linda com fome. – Disse debochado.

            Não entendi a graça. – Retruquei cheirando as delícias sobre a mesa e sorrindo.

            O bom de você estar com fome, é que se minha comida estiver ruim, você nem vai reclamar. – Falou pegando meu prato.

            Pode colocar bastante! – Falei olhando para o purê de cenoura, um dos meus legumes favoritos!

Matt caiu na gargalhada e quase deixou o prato cair. Terminando de me serviu, pegou o prato dele e se serviu também.

Sentou-se no lugar em minha frente e após a primeira garfada, arqueei a sobrancelha.

            -Porque não vai sentar aqui? – Perguntei apontando para o lugar ao meu lado, dando uma leve batidinha com a palma da mão no assento da cadeira.

Antes de dar a primeira garfada, ele me olha sorrindo.

            -Quer que eu sente com você? – Perguntou me olhando.

            -Sim. – Respondi não mexendo mais nos talheres até ele se ajeitar ao meu lado.

            -Satisfeita princesa? – Seu tom era de deboche e eu continuei.

OLHAR ELETRIZANTE - Is it Love? MattOnde histórias criam vida. Descubra agora