Seis

149 19 6
                                    

LANA

Passámos o resto da  tarde na piscina, entre beijos e brincadeiras, Jake passava as mãos na minha barriga vezes sem conta, tentando sentir o bebé, parecia hipnotizado. Quando começou a ficar mais frio, decidimos sair da água, aliás, ele decidiu, eu ainda queria ficar mais tempo, mas ele disse que eu não podia ficar doente. Saimos da água, ele pôs a toalha por cima dos meus ombros e abraçou-me por trás e ambos andámos para dentro de casa, sem nos largarmos.

-Gosto de ver que finalmente se entenderam, fica até um ambiente mais leve em casa. Só espero que ninguém vos apanhe em situações constrangedoras. Não quero ter de me chatear.

Eu corei dos pés à cabeça ao ver John na cozinha e a dizer aquilo,a olhar para nós, tão fixamente. Eu só queria um buraco para me esconder mas Jake reagiu de maneira pior. Senti o seu corpo enrijecer e ele soltou-me bruscamente. Olhei para ele à espera de uma explicação para aquela atitude, mas ele nem me olhou, e a sua cara estava séria. Voltámos ao antigo Jake.

-Jake...?

-Vai tomar banho. Não te podes constipar.

A minha alma ficou parva. Bastava o pai dele aparecer e ele voltava a ser o Jake frio e mal-humorado. Abanei a cabeça e fui para o meu quarto. Por muito agradecida que estivesse a John, eu odiava a maneira fria e rude como ele tratava Jake. Ninguém merecia ser tratado assim. O problema é que eles nem pareciam ser pai e filho. Pareciam ser dois estranhos e John não via o quanto magoava Jake com aquela atitude distante. Depois de tomar o meu banho, vou falar com o John, ele tem de mudar a maneira como trata Jake, senão eu vou-me embora! Não iria conseguir viver com aquela tensão entre eles os dois. Não me faz bem nem ao meu filho. Depois de tomar um banho rápido, vesti um top de alcinhas e uns calções. Quando estava a escovar o meu cabelo, comecei a ouvir uns gritos. Sai do meu quarto, a pensar que Jake e John estariam a lutar, então fui em direcção dos gritos. Pareciam vir do escritório, eram 3 vozes masculinas que reconheci de imediato: Jake, John e Luc! O que é que Luc estava a fazer aqui? Isto vai acabar mal! Abri a porta e vi Jake e Luc quase a lutarem e John a tentar separá-los. Assim que pôs os olhos em mim e na minha, ainda pequena, barriga, Luc veio até mim.

-Lana! Perdoa-me por favor! Eu fui tão burro em deixar-te! Estás tão bonita! Como estás? Deixa-me voltar para ti por favor!

-Não. Não podes magoar-me da maneira que magoaste e pensar que é só pedires que eu volto. Eu não sou assim. Magoaste-me muito!

-Mas, Lana, tu estás a carregar um filho meu!

Luc tentou tocar na minha barriga mas Jake agarrou o braço dele, afastando a mão da minha barriga.

-Nem penses nisso.

-O filho é meu! Tu só foste o meu substituto e agora que voltei já não és preciso. O pai sou eu!

-Não, não és! - disse eu, afastando-me, calmamente - Um pai não abandona o filho antes dele nascer! Um pai não deixa um filho desprotegido! Um pai preocupa-se com a verdadeira felicidade do filho! O Jake é o pai, não tu! Tu não és nada! És uma pessoa horrivel e sem sentimentos! Eu odeio-te!

Os olhos de Luc faíscaram e ele teria vindo na minha direcção se Jake não o tivesse puxado. Eles começaram a lutar e John tentou separá-los, mas não conseguiu. Eu fui até eles e tentei agarrar o braço de Luc que ia na direcção da cara de Jake.  Eu não queria alimentar aquela raiva deles, queria amenizá-la.

-Larga-me! Não quero saber de ti!

Luc empurrou-me e eu não tive tempo de me agarrar e acabei por ir contra a parede, batendo com a barriga, caindo logo de joelhos. A dor começou suave, mas rapidamente se tornou pior e mais forte. Eu ia perder o meu filho!

Crazy Little Thing Called LoveOnde histórias criam vida. Descubra agora