JAKE
Esta semana tinha sido cansativa. Tanto para mim quanto para a Lana. Ela ficou internada, e apesar das minhas visitas diárias, ela estava farta de estar naquele ambiente e aquilo só lhe estava a fazer mal. Hoje decidi ir mais cedo para o hospital, ia falar com o médico para saber se ela poderia ter alta. Usei esta semana para nomear um presidente temporário para a empresa até ao fim da gravidez de Lana. Queria estar presente a toda a hora, agora mais do que nunca, com Luc de volta. Eu tinha medo que ele pudesse fazer mal à minha mulher e ao meu filho. Cheguei no hospital 1 hora antes da hora de visita, e fui logo em direcção ao consultório do médico. Bati na porta e esperei a resposta dele.
-Entre.
E assim fiz.
-Sr Jake! Como está? Sente-se, por favor. Presumo que venha falar-me da sua noiva.
-Sim, doutor. Eu quero saber se ela vai ter alta hoje. Ela está a ficar farta de estar fechada e temo que isso esteja a fazer mal a ela e ao nosso filho.
-Bem, ela esteve vigiada a semana toda, e mostrou melhoras. Mas mesmo assim, mesmo que ela tenha alta, sabe que ela vai ter de estar de repouso absoluto. Nada de esforços, só se levanta para ir a casa de banho, pelo menos durante dois ou três dias. Depois ela poderá dar pequenos passeios, mas nada de carregar pesos, movimentos bruscos, atividades físicas, relações sexuais, esse tipo de coisas.
-Claro, tudo pela saúde deles. Podemos ir então ver se ela já tem alta?
Ainda antes de chegarmos ao quarto, ouvi a voz de Lana e ela não estava feliz.
-Sai daqui, Luc! Se o teu irmão sonha que vieste, mata-te. Já não há nada entre nós! Mete isso na tua cabeça! Partiste o meu coração no dia em que me abandonaste, grávida e sem sitio para ficar. Apesar de no inicio ter tido medo do teu irmão foi ele que conseguiu colar as partes do meu coração que TU partiste! Foi ele que teve do meu lado em todas as consultas, todos os enjoos, foi ele que sentiu o primeiro pontapé do bebe, vai ser ele a estar lá quando o bebé nascer e vai ser a ele que o bebé vai chamar de pai! Tu vais ser apenas um tio! Agora sai!
-Lana...
-SAI!
Assim que ouvi a voz dela elevar-se, entrei de imediato e vi Lana com a mao na barriga e uma cara de desconforto.
-Luc, fora!
-Tu não mandas!
-Não, mas eu sou o médico da Mna Lana e ela precisa de descanso. Saia por favor.
Luc saiu, quase deitando fumo pelas orelhas, mas eu não queria saber, a saúde da minha mulher e do meu filho era muito mais importante. Esperei o médico acabar de examinar a Lana, mas sempre perto da porta, não fosse o meu irmão decidir entrar novamente.
- Bem, a mim parece-me estar melhor, mas mesmo assim terá de seguir as recomendações que deixei com o seu noivo. Vou deixar-vos sozinhos enquanto vou buscar a papelada.
Assim que o médico saiu, pus uma mão na barriga de Lana e a outra na sua cara, beijando-a meigamente. Ela correspondeu o beijo mas alguém ficou com ciúmes. Pude sentir um pequeno e leve movimento na barriga dela e ambos rimos. Dei também um beijo na barriga dela.
-Pronto, pequeno, há para os dois. - dei várias festinhas na barriga dela - o papá ama-te muito, a ti e a mamã.
- Jake...
Olhei para Lana e vi uma pequena lágrima descer pela sua bochecha. Usei o meu polegar para a limpar e dei um beijo na sua testa.
- Estás bem? Posso chamar o médico se te doer alguma coisa...
-Não...não me dói nada...o que ...o que tu disseste agora é verdade? Tu...tu amas-me?
Sorri, acariciando a bochecha dela. Então era por isso que ela estava a chorar. Sentei-me num cantinho da maca dela, a minha mão direita pousada na barriga dela e a minha mão esquerda estava na sua cara.
-Sim, meu amor. Eu já o sentia, mas foi preciso apanhar este susto para ser capaz de o por cá para fora. Sei que te magoo com as minhas atitudes frias , mas faço-o inconscientemente...mas prometo-te que a partir de hoje não o farei mais. Por ti e pelo nosso pequenino...Eu amo-vos, vocês são a minha familia agora,e o nosso bebé nunca há-de passar pelo que eu passei. Serei um pai carinhoso e vou lhe dar tda a minha atenção. A ele e a ti. Vais ser a mulher mais amada do mundo!
Lana olhava para mim, a sua cara lavada em lágrimas mas nos seus lábios um sorriso enorme.
- Lana, falta só uma coisa..
Levantei-me e pus a mão no bolso tirando uma caixa de veludo azul.
- Este anel foi da minha mãe e agora eu vou dar-to a ti. Queres casar-te comigo?