Capítulo 12

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— Obrigada por ter aceitado meu convite. — Vivian demonstrava uma simpatiaque irritava Olívia.


— A curiosidade foi a principal razão de ter aceitado.


— Ótimo. Seremos sinceras uma com a outra. Também fui movida por ela. —Vivian insistia em manter um sorriso nos lábios enquanto falava e aquilo irritava cadavez mais Olívia. — Então, vamos de café? — Vivian encarou Olívia para logo emseguida voltar seu olhar para a garçonete, que aguardava paciente.


— Preferia algo mais forte, mas podemos ir de café.


— Claro que podemos beber algo mais forte. — Vivian havia gostado daquelaopção; de certa maneira sentia que seria até mais fácil. — Acredito que tenhamconhaque? — Vivian dirigiu-se para a garçonete.


— Possuímos, senhora.


— Então nos veja dois e mais duas xícaras de café.


A moça retirou-se, deixando as mulheres sozinhas naquela mesa da cafeteriafavorita de Vivian, nos arredores da sede da White Health Corporation.


Apesar de toda a tensão que pairava no ar, Vivian conseguia mostrar-se calma eserena, o oposto de Olívia, que segurava a insegurança pressionando suas unhas napalma de sua mão. Hábito que desenvolveu ainda adolescente, deixado de lado noperíodo em que se aventurou como acompanhante de luxo. Carmim lhe dava um poderabsurdo que ela não sabia explicar. Ali não era Carmim encarando a mulher que quasecasou com o homem que amava. Era Olívia, a filha da cabeleireira.


E essa moça de origem simples sempre soube que em algum momento esseencontro haveria de acontecer, só não esperava que fosse tão rápido. Tudo estava sendorápido demais desde que saiu de Chicago e embarcou naquele avião na classeeconômica.


O conhaque chegou. Ao mesmo tempo, as mulheres deixaram o líquido forteentrar pelos lábios e descer queimando por suas gargantas. Ambas esperavam extrairdesse ato algo parecido com coragem para prosseguirem.


— Ele me contou que são amigos. — Coube a Olívia quebrar o silêncio.


— Acredito que somos bem mais do que isso.


Essa afirmação deixaria Olívia ainda mais ressabiada em lidar com a situação.


— Como devo encarar isso?


— Como alguém que quer o bem dele.


— Então isso aqui é um teste para ver se sirvo para ele?


— De forma alguma! — Vivian deixaria transparecer que ficou ofendida comaquele comentário. — Eu apenas queria conhecer pessoalmente a mulher que trouxevida de volta àqueles olhos tristes. Não nego que temo que isso possa lhe fazer mal. Nãome culpe por querer protegê-lo. Henry já sofreu demais.


— Não desejo fazer mal a ele. Tanto que lutei para me manter afastada. —Nesse momento Olívia relaxou, toda a tensão que sentia desprendeu-se de suas costas eagora conseguia encarar a outra mulher com alívio. — Eu tenho consciência de que nãosou a melhor opção. Ele diz que me ama e eu o amo também, por mais que ninguémacredite nisso.

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