Doze Meses e Um Dia

Mês Oito

- Meu amor, hoje eu não pude comparecer ao seu túmulo, por isso escrevi esta carta, os gêmeos nasceram, e eles são lindos, os olhos deles a boca o nariz se parece com os seus, eu não consigo parar de olhar para eles. Não irei falar o nome do casal agora só falarei quando eu voltar ai no mês que vêm.

- Você tem uma mulher e tanto em João – Alice parou de ler a carta para poder falar – minha irmã o amava tanto.

Na noite de ontem eu senti fortes contrações, liguei para a minha irmã Alice...

- Olha só ela me citou – interrompeu novamente a sua leitura.

E ela estava em uma festa, ela disse que não, mas dava para ouvir a música ao fundo – Alice resolve não interromper a leitura para se defender -, porém ela saiu de onde estava e veio ao meu encontro uns 20minutos depois e me levou correndo para o hospital e as dores das contrações se intensificavam ainda mais.

Quando chegamos ao hospital o medico me atendeu rapidamente me levando para um quarto e lá ele fez todo o procedimento que deveria ser feito e me disse que eu iria ter os gêmeos, mas que eu teria que esperar dilatar ainda mais, para que eu possa ter os gêmeos em parto normal.

Quando a dilatação atingiu o limite os médicos me levaram para a sala de parto e isso já era 01hr00mim da noite de hoje, na noite em que completa oito meses da sua morte, os bebês nasceram saudáveis.

Quando eu pedi um lápis e papel para a enfermeira e ela me trouxe eu comecei a escrever a carta, e assim que o horário de visitas fora permitido pedirei a minha irmã que fosse ai ler essa carta para mim. Então ela deve estar lendo para você.

Com amor, de sua amada Joelma.

- O amor de vocês era tão lindo. – disse Alice com lágrimas nos olhos – Ela sente muito a sua falta, por mais que ela não deixa transparecer que ainda esta abalada, eu a conheço assim como você a conhecia, sabemos que ela ainda esta muito abalada. E não só ela, Minha família, sua família ate nosso cachorro sente a sua falta, Você faz muito falta cunhado. – Alice levou a mão a o rosto e limpou as lágrimas – queria ter vindo antes, mas não tive coragem. Mas agora eu tenho que ir tchau cunhado. – ela foi andando em direção à saída do cemitério, Mas se virou – a... E não ousa me seguir e me assombra – ela deu uma risada e se foi ao encontro da irmã no hospital.

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