Capítulo 1 - A carta

95 8 0
                                    

POV Sephwine

Hoje é o último dia do ano, logo vou para o Ensino Médio, embora o meu pai não saiba em que escola vai me botar ainda. Moro sozinha com meu pai faz anos, minha mãe foi embora quando eu tinha ainda 5 meses, mas amava o meu pai, por isso não entendo seu desaparecimento. Amo ficar vendo o álbum de fotos de quando eu era bebe, me sinto nostálgica ao ver, ela parecia tão doce, tão carinhosa. Ás vezes eu sinto como se o meu pai soubesse o que aconteceu com ela, mas não quer me contar a verdade. Já tentei puxar o assunto com ele diversas vezes, mas sempre muda de assunto, preferi não forçar mais, afinal ele sempre ficava com uma carinha tão triste.

Ás vezes sinto como se eu tivesse algum dom, nunca fui igual às outras pessoas da minha idade, sempre fui diferente e nunca entendi o motivo, só queria ser igual a todo mundo. Quando eu era criança, sofria com as brincadeiras dos meus colegas de classe sobre minha mãe, mas eu tinha um grande amigo na época, ele não tinha um pai, então ele dizia que eu podia pegar a mãe dele emprestado e eu dizia que ele podia pegar o meu pai, assim nos completávamos, sempre senti algo a mais por ele, mas... depois daquele dia...

-Filha? – entrou meu pai no meu quarto, me tirando de meus pensamentos.

-Oi, pai. – sorri ao vê-lo todo sujo de farinha. – O que você está aprontando, hein? – ele riu meio sem jeito.

-Ah, eu quis fazer uma surpresinha para você, mas acho que devo ter sido atacado pelo monstro da farinha. – rimos.

-Não precisava, papai. E outra, a cozinha é a minha área. Você sempre é tão desastrado...

-EU? Desastrado? Que nada. Que mal tem um pai querer ver sua filha toda sorrindo logo de manhã?

-Bobo... E então? O que você fez?

-Vamos lá pra baixo e você verá.

Nós moramos numa casa, na minha opinião, bem grandinha só para nós dois. Lógico que quando vem à família toda, isso aqui chega a ficar até pequeno. Fomos andando pelo corredor e descemos as escadarias. Quando cheguei à sala, vi um grande bolo em cima da mesa de jantar, que estava toda pronta.

-Isso aqui é para uma tropa inteira, por acaso? – ri.

-Mais ou menos, né. – papai abriu a porta da cozinha e toda a minha família saiu de lá, já era esperado que isso acontecesse, meu pai nunca foi bom em fazer surpresas.

-Oi, minha querida. Como você cresceu. – disse minha tia Carla.

-Tia, você me viu semana passada. – rimos.

-Verdade, mas ainda acho que sempre que te vejo você deu uma crescidinha.

Ai depois que todos da minha família me cumprimentaram, sentamos-nos à mesa ou no sofá já que não dava todo mundo. O bolo que o papai fez estava incrível, só que nem quero ver o estado em que minha cozinha ficou aposto que nem lavar a louça, ele lavou.

-Filha, você poderia me acompanhar até a biblioteca, por favor?

-Claro.

Chegamos à biblioteca. Sim, nós temos uma mini biblioteca em casa. Minha mãe sempre gostava de ler, então foi criada essa biblioteca, seu mundo particular. Meu pai nunca gostou de entrar aqui, queria esquecer um pouco dela, meu pai sofreu durante anos o abandono, mas nunca parecia se questionar o motivo, mas sim o que ele poderia ter feito para que ela tivesse ficado. Eu, ao contrário, sempre quis ficar trancada aqui, me sentia de alguma forma conectada a ela e sempre gostei muito de ler.

-O que você queria me dizer? – perguntei.

-Filha, tem algo que não lhe contei sobre sua mãe e esse momento de lhe contar, chegou. – eu acho que ele nunca pensou que eu desconfiava disso. – Sua mãe nunca nos abandonou porque quis, mas sim era uma lei, deuses não podem viver com os humanos. – deuses? Mas o que isso tem haver? – Sua mãe é a deusa Athena e você está sendo intimada por ela, para uma reunião de deuses e seus filhos semideuses. – ele está segurando uma carta na mão com um símbolo de uma coruja.

-É um pouco estranho, mas não to muito surpresa... Ou apenas não sei como reagir. No fundo sabia que você me escondia algo a respeito dela, mas nunca esperava por isso... Eu estou muito confusa agora.

-Eu também já esperava que você desconfiasse, afinal você é a filha dela. Isso para mim é até um tanto normal, sua mãe reagiria da mesma forma.

-Quando vai ser essa reunião?

-Hoje, ás 23 horas.

-Então talvez eu perca a virada do ano...

-Acho que vai acabar sendo mais que isso, talvez, você não possa voltar por um bom tempo.

-Como assim?

-Ainda não sabemos o que sua mãe ou os deuses querem. Esse tipo de reunião não é normal e ela ainda pede que você separe numa mala alguns pertences e que depois conforme for decidido, irá me avisar tudo por cartas e que nós poderemos nos comunicar diariamente.

-Isso não é justo...

-O que?

-Primeiramente ela não poder ficar com a gente e segundo ela sumir e do nada aparecer parecendo que quer passar as férias com a filha.

-Não é escolha dela, você sabe disso.

-Mas, e você? Ela não pensa nisso? – começo a chorar, não quero ficar longe de meu pai, e ele sofreria muito também, primeiro o amor da vida dele vai embora, e depois a filha?

-Eu entendo. Eu sabia, sempre soube. Eu a aceitei, aceitei tudo o que poderia vir, todas as consequências. E elas chegaram. Você deve ir, todos lá embaixo sabem que você vai viajar por um tempo indeterminado, por isso todos estão aqui.

-Mas pai...

-Vai arrumar suas coisas e depois vamos aproveitar o momento, está bem?

-Ok...

Ele saiu da sala e bateu a porta. Por que eu deveria aceitar tudo isso do nada? Mesmo eu esperando por isso, eu jamais poderia imaginar nada parecido, eu não sei o que fazer, estou perdida... O que eu faço? O que eu sou? O que ela quer? Semideusa?

ESPERO QUE VOCÊS TENHAM GOSTADO! EM BREVE POSTO O PRÓXIMO CAPÍTULO! O QUE SERÁ QUE VAI ACONTECER?

A batalha dos semideusesOnde histórias criam vida. Descubra agora