Capítulo 3 - Fogo

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POV Sephwine

-Quem é o maluco? – disse Dicadel.

-Não faço ideia... Mas sinto que é o filho de Ares.

-Por quê?

-Ele parece ter um temperamento explosivo, raiva,... A algo em sua voz também, mas não consigo entender, acho que tá mais pra percepção mesmo.

-Entendo. Não duvido que você esteja certa... Eu escutei boatos de que Ares não tem se dado muito bem com a deusa Athena... Talvez seja por isso, acho melhor você tomar cuidado.

-Sim.

-E ENTÃO? NÃO VAI APARECER, NÃO? – disse ele novamente. – Sabia, é tão ridícula quanto a mãe, aquela deusa idiota que não serve pra nada. Já sei até como vai ser, a protegidazinha da turma, a sábia, a líder, etc. Vai receber vários privilégios e adorada por todos. Tal mãe e tal filha. IMPRESTÁVEIS! – não acredito nisso, não queria ser levada pela raiva, mas não posso deixar as coisas do jeito que estão se não essa confusão pode se tornar uma imensa atormentação, tanto para mim quanto para minha mãe.

-Aonde você vai? – perguntou Dicadel me segurando preocupada.

-Não posso permitir que as coisas fiquem assim. – disse e sai andando em direção ao idiota, até me deparar com ele de costas, rindo com uns meninos. – Você não acha que sairia dessas, sem ouvir poucas e boas não é mesmo? Filho de Ares.

-Apareceu a bela margarida. E acho que sim hein.

-Primeiro, você não tem o direito de falar alguma coisa de mim, sem ao menos ter falado comigo. Segundo, quem você pensa que é falando mal assim da nossa diretora e minha mãe. Terceiro, o otário aqui, é você.

Ficamos tempos em silêncio, todos os alunos fizeram uma volta em torno da gente, só os amigos dele estavam ao seu lado, isso não está me cheirando coisa boa...

-Você deve se achar a demais, não é? Falando desse jeito... Filha da diretora...

-Eu nunca vou achar isso, sou tão igual quanto a todos os alunos dessa instituição.

-Sei... Você então é só mais uma idiota mesmo, eu nunca que vou me considerar igual a todos, eu sou o melhor e sempre serei.

-Se continuar pensando desse jeito vai acabar se perdendo, ninguém consegue laços assim com outras pessoas de verdade. Nunca se deve desmerecer seus companheiros e amigos.

-Eu não desmereço, só sou melhor que eles e, principalmente, sou melhor que você. – de repente ele puxa uma faca e bota no meu pescoço e ele nem olhou pra mim, está virado de lado, ele começa rir. – Como disse, você só é mais uma fracassada.

Os ombros dele são largos, vestido com roupas pretas com alguns detalhes. Adorei o casaco dele, parece ser impermeável...

-Ei, Rob! Vai com calma, ai. – Rob? Não seria impossível. A mãe dele teria avisado ou comentado alguma coisa...

-Cala a boca, Dopher.

-Não se deve tratar uma dama assim. Por que você não pelo menos abaixa a faca?

-QUEM DECIDE ISSO AQUI SOU EU, DOPHER! SE EU QUISER EU BOTO ATÉ FOGO AQUI.

-Fogo? – começo a me sentir tonta, não gosto nem um pouco do fogo... O que estou fazendo? Sephwine, não perca o controle, fique calma, respira, respira,... Não adianta...

-SEPHWINE. – ouço a voz de Dicadel e desmaio.

POV Dicadel

Aquele idiota! Como ele ousou a botar uma faca no pescoço dela? Queria intervir, mas talvez fosse acabar piorando, afinal ele é filho de Ares... Um ser representado como um homem forte e de caráter violento, que tem o prazer em apreciar a dor alheia. Seu filho deve ter aspectos semelhantes, mas ele deve saber que a filha de Athena não é qualquer uma, mamãe havia pedido para mim tomar conta de Sephwine, já que ela corre um grande perigo e muito sofrimento se aproxima dela, também disse que ela tem um passado triste, que até os deuses se juntaram para apagar um pouco de sua memória, mas ela não sabe de nada, nem mesmo seu pai.

-QUEM DECIDE ISSO AQUI SOU EU, DOPHER! SE EU QUISER EU BOTO ATÉ FOGO AQUI. – gritou Rob me despertando de meus pensamentos.

-Fogo? – ouvi Seph sussurrando, acho que ela está começando a ficar tonta de novo!

-SEPHWINE. – grito correndo em sua direção.

Antes que eu chegue lá, o filho de Ares a segura no impulso, achei estranho sua atitude, ele parecia tão agressivo, acho que se fosse outro teria deixado-a cair no chão, e até rir por ter batido a cabeça, mas não. Logo percebo o olhar dele, que parece um tanto assustado ao vê-la.

-Seph... – sussurra ele.

Será que ele a conhece? Ele ficou incrivelmente abalado, agora ele não estava mais parecendo um tigre raivoso, agora tava mais para um gatinho atordoado.

-Você a conhece? – perguntei.

-Não. – disse ele ríspido, me entregando ela para que eu a assegurasse e foi embora.

Levei-a no colo até o nosso quarto, estava acostumada a caçar em bosques e levar a caça nos braços depois, então foi moleza para mim. Deitei-a na cama e comecei a organizar minhas coisas no lado do meu quarto, tinha uma linha no meio do quarto dividindo a parte de cada uma, mas acho que a gente vai se dá tão bem que seria desnecessário isso tudo.

POV Dopher

-Você está bem, Rob?

-Sim, estou. Por que eu não estaria?

-Você pareceu um pouco abalado. – disse sussurrando em seu ouvido, em troca levei um soco na minha barriga. – O que eu fiz? – ele ignorou completamente a minha pergunta, pronto, vou ficar com um roxo na barriga. – Você não acha que pegou um pouco pesado com a novata?

-Acho que ele até pegou leve. – disse uma garota de cabelos longos pretos, olhos rosados, com muita malícia no olhar, ELA É LINDA!

-E qual seria o seu nome, mademoiselle?

-Sou Rethere, filha de Hades.

-Não vá também dando em cima das novatas, senhor tarado. – disse Rob, EU TARADO???

-Acho que a gente vai se dá muito bem, filho de Ares... – disse ela dando um sorrisinho de lado, na minha opinião, ela tem cara de ser encrenca em dobro, pior do que o Rob...

-Pode ser...

-ESTÁ NA HORA DE TODOS IREM PARA OS SEUS QUARTOS. REPETINDO. ESTÁ NA HORA DE TODOS IRAM PARA OS SEUS QUARTOS. – começou a tocar um alarme de aviso, até isso vai ter? Que saco viu.

A batalha dos semideusesOnde histórias criam vida. Descubra agora