Capítulo 3

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Sempre ia de van pra escola e sempre voltava pra casa também de van, só não voltava quando Gustavo me buscava, não era sempre, mas ele ia pelo menos duas/três vezes ao mês.

Já no ensino médio, com exatamente 18 anos, já era bem evoluída no quesito corpo, tinha bastante peito (não muito, mas, o suficiente para que as pessoas me notasse) bastante bunda, era evoluída.

Já no terceiro ano, terminando o ensino médio, sempre saímos cedo, por conta de provas (as provas lá era bem estranhas), nesse dia fiz só uma prova e a professora liberou na primeira aula mesmo, fui até a van e avisei o motorista que voltaria de ônibus, não esperaria tanto tempo.

Por incrível que pareça eu peguei o ônibus errado (era raro eu andar de ônibus), parei em um bairro muito estranho por sinal, desci do ônibus e fui até um bar, onde tinha uns garotos bem estranhos, mesmo assim descido perguntar...

Cheguei em um dos meninos, que estava bem na porta:

Eu: Bom dia! Eu peguei o ônibus errado, preciso voltar pro centro em qualquer ponto eu consigo um ônibus pra lá?

Ele me olhou de cima em baixo. Fiquei bem assustada.

Ele era um gato, todo tatuado só era meio grosso, confesso que fiquei encantada por ele.

Ele: Coé paty, tu tá de bicho aqui é?

Eu: Oi? Só quero ir embora cara. -já alterada- Vai me falar ou não vai?

Ele: Relaxa, vamos ali que eu te levo.

Caminhamos quietos até o carro.

Ele: Não fica com medo, vou apenas te levar pra casa, só me fala o endereço.

Eu: Eu moro no centro mesmo, no Condomínio Villages, pode me deixar na portaria mesmo ou até mesmo antes, não tem problema.

Ele: Tu é maior paty mermo em... Mas, fala aí, me fala de você, me fala da sua história.

Eu: Me chamo Laura, tenho 18 anos e moro com minha mãe e meu padrasto. Me formo esse ano no ensino médio e vou cursar odontologia como minha mãe. -parei um pouco de falar-Ah, me fala de você também, vai, pode começar.

Ele: Ah, meu nome é Lucas, sou traficante linda, aliás, sou mandante.

Fiquei quieta, sem reação, um cara tão jovem e tão bonito nessa situação, apenas fiquei quieta e esperando chegar logo no destino (confesso que fiquei com um pouco de medo).

Quando fui descer do carro ele segura meu braço e me puxa, nisso virei pra ele e fiquei de cara a cara com ele.

Ele: Me passa seu número? (Naquela época ainda não tinha WhatsApp)-passou a mão no meu cabelo- Quero te ver de novo.

Eu: Pa...pa...passo sim 999...

Desci do carro e entrei no Condomínio pensando no Lucas, pensando no que eu tinha feito (de passar o número), já foi né? Vida que segue, ele nem deve me procurar mesmo.

Tomei um banho e deitei um pouco, depois almocei e fiquei na sala mexendo no celular até que joguei pro canto e comecei a ver tv.

Quando eu menos espero meu celular vibra, era um número desconhecido e na mensagem havia escrito:

"Boa tarde paty, amanhã vai ter um churras aqui na rua, te busco as 13h"

Respondi a mensagem:

"Será uma boa eu ir? Se eu for tenho que voltar antes da minha mãe chegar do consultório."

Resposta do Lucas:

"Tudo bem, 13h me espera na esquina. Bj gata."

Tremia na base, como eu ia em um lugar que eu mal conhecia com um cara que eu mal conhecia e ainda por cima do tráfico?

Fiquei pensando naquilo por um bom tempo, fiquei vendo filme até tarde.

Amanheceu e eu acordei, olhei no celular era exatamente: 08:50 da manhã. Putz, perdi a hora e não fui na aula, ah sairia cedo também, sem problemas.

Levantei, fiz minha higiene. Tomei meu café e já logo fui escolher a roupa. Liguei pro salão e consegui uma vaga pra fazer escova às 11:30.

Meu celular vibra.

Mamãe:

Filha, chegarei tarde hoje, vou sair do consultório e vou com Gustavo jantar, pede pizza pra você, não temos hora para chegar, vamos comemorar 7 anos juntos hoje. Tranca o apartamento direitinho, talvez voltamos só amanhã. Beijos, te amo!

Respondi:

Tudo bem mãe... Irei dormir na Bia então, te amo, curte bastante! Beijos!

Bia era minha amiga de infância, estudamos a vida toda juntas, somos melhores amigas, minha mãe gosta muito dela e vice e versa.

Fui pro salão fiz escova e aproveitei pra fazer as unhas.

Descido colocar um short jeans e uma regata e no calcei uma rasteirinha, o dia tava bem quente.

Esperei Lucas como combinado.

Lucas chega e entro no carro ele já logo começa:

Lucas: paty, que corpo é esse?-olhando maliciosamente- e essa bolsa aí? Vai se mudar pra minha casa já?

Eu: pode parando, me respeite se não eu desço e volto pra casa. Vou dormir na minha amiga Bia, minha mãe vai sair só chega amanhã e não quero ficar sozinha. Você me leva lá depois?

Lucas balançou a cabeça que sim e deu partida para o bairro.

Fomos conversando no caminho, sobre tudo de nossas vidas.

O pai da minha filha é um traficante! (História Real)Onde histórias criam vida. Descubra agora