XIX

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Antes, Scarlett não tinha nenhuma certeza de que rumo levaria a sua vida, e depois do que tinha acontecido, sabia ainda menos. Como poderia continuar uma coisa, se não encontrava uma maneira de que isso fosse dar certo futuramente? Porque sabia que estava agindo por impulso, por sentir um desejo por ele. E quando tudo acabasse, o que seria dela?

Eles não aproveitaram o baile praticamente, pois preferiram ficar no jardim se beijando até ficarem sem ar. Se estivessem em um lugar privado, não sabia o que poderia vir a acontecer. Esse pensamento fazia com que Scarlett se arrepiasse completamente e ficasse ruborizada.

Ficou calada em seu quarto metade do dia, sem ninguém para incomodá-la, o que foi bom para colocar seus pensamentos em ordem.

Ouviu um grito vindo do quarto de Phoebe, o que a fez levantar da cama completamente afobada. Abriu a porta do seu quarto, e correu para o quarto da irmã.

Quando chegou lá, a porta estava aberta. Seu pai estava abraçando Phoebe, enquanto ela chorava. Olhou para seu pai em busca de respostas, mas ele não olhava para ela, seu único foco era afagar as costas de Phoebe. Sentiu sua pele se arrepiar, alguma coisa muito grave tinha acontecido, e tinha Frederick envolvido.

— Scarlett? — ouviu a voz embargada da sua irmã.

— Sim, Phoebe. Ouvi seu grito, vim correndo.

— Oh, minha irmã, estou viúva. — afastou-se do pai delas e a abraçou. — Fred está morto.

— Como isso é possível? O deixamos muito bem em Edimburgo. — passou a mão pelo cabelo da irmã.

— Se envolveu em uma briga, acabou levando um tiro. — respondeu seu pai desgostoso.

— Oh, lamento tanto minha irmã. Lamento que as coisas tenham terminado dessa maneira. Não merecia passar por isso nunca. — segurou o rosto de Phoebe. — Quando vai partir para Edimburgo?

— Amanhã. Não acho que será bom eu ir hoje.

— As crianças ficarão aqui, certo?

— Certo. — respondeu seu pai mais uma vez.

— Vou com você até Edimburgo...

— Não, vou sozinha.

— Phoebe, não pode ir sozinha para outro país sem ninguém para ajudá-la. Eu vou acompanhá-la, não aceito uma resposta negativa sua.

— Ninguém vai lhe impedir, não é mesmo?

— Sabe que não. — tentou sorrir, mas falhou miseravelmente quando viu a dor no rosto da irmã. — Prepararemos tudo para partir amanhã.

— Jasmine começou a se encarregar disso.

— A eficiência dela é anormal. — Scarlett passou o dedo debaixo dos olhos da irmã. — Não tenho palavras para lhe confortar, minha irmã. Apesar de tudo que aconteceu, era seu marido, pai dos seus filhos, e em algum momento, ele foi um bom homem.

— Você o acertou bem no rosto.

— Ele merecia.

— Verdade, merecia. Dói saber que ele morreu sem a gente resolver nossas coisas. Inimigos, rodeados de sentimentos ruins. Agora, nada disso mais importa, as coisas são como são. Tenho que repetir isso o tempo todo para mim mesma, para eu aceitar. Estou viúva. — falou como se tivesse em um torpor, olhando em direção a porta. — Robert, querido, deseja alguma coisa?

— Ouvi um barulho estranho, mamãe. — andou até Phoebe.

— Pai, devemos deixá-los.

— Sim.

Apaixonados em EdimburgoOnde histórias criam vida. Descubra agora