Além do Mar

›» Capítulo 28 «‹

Oi, gente. Preciso explicar algo? Alguém ainda acompanha a história depois de todo esse tempo? Não sabia que o terceiro ano seria puxado para mim, mas foi. Não tenho muito o que falar, pedir desculpas etc, mas agora tenho um tempão e vou pensar na finalização de Além do Mar, que já está no final (maaaaaaaaaas, pode ter adm2) <3 Espero que esse capítulo compense tudo!

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Paciência. Nome de uma coisa que no momento é inviável para mim. Quando me disseram que substituiriamos uma banda meio famosa porque a mesma passava por problemas precários, não pensei que isso ocasionaria problemas. Aliás, essa foi a última coisa que passou pela minha cabeça antes de vir para Falmouth. Eu estava tão anestesiado por essa oportunidade que nem pensei que poderia acontecer alguma merda.

De fato, não aconteceu. Ainda.

Ontem, quando disseram para mim que precisaríamos resolver um problema, a minha vontade foi de ir lá e falar cara a cara para entender o que acontecia. Só que, claro, me impediram e disseram que isso não adiantaria em nada e que não era assunto nosso. Ah, não é nosso assunto? Eu estava saindo quando resolveram fazer a minha mente. "Benjamin, não vai adiantar nada. O melhor é tocarmos algumas coisas para afinar as habilidades e esperar que o Derek faça. Ele sabe resolver, enquanto nós somos apenas 5 caras banda de garagem", o Charles disse.

Cadê a voz que eu disse que iria adquirir? Está aqui entalada. Essa porra vai sair.

Lembro de ter perguntado o que o fizeram mudar de ideia. "O Derek ligou antes de você sair puto do quarto e falou para ficarmos aqui só treinando e ir para a arena repassar no dia seguinte. Não vai adiantar, fica na sua e carrega essa raiva na voz".

Seria mentira se eu dissesse que não adiantou. Eu estava (ainda estou, na verdade) nervoso pra caramba. É o nosso futuro, claro que precisaríamos ficar a par de tudo, mas não tinha como mover o meu corpo quando 7 mãos, sendo uma da Andrea, me impediam. Aí que eu me fechei. Fiquei com a cara amarrada o tempo inteiro, mas tocando as coisas mais sinceras para expressar a minha raiva. E no fim eu estava certo. Se eles tivessem me ouvido, não precisaria entrar no Twitter e ver matérias como: "segundo o vocalista da banda mais aclamada do momento, a Silver Water, uma banda fundo de garagem tomou o lugar deles num show beneficente. Será mais uma banda querendo ficar famosa na custa de outra?".

Aí eu explodi. Primeiro, que nome de banda é essa?? Tomar lugar para ficar famoso nas custas de outro? Se fosse para fazer isso, com certeza iria atrás do Privilegiados, esses caras são fodas! Caio Leduc é uma grande influência. Agora esse tal de Silver Water? Tarde demais.

Por isso, quando eu peguei a chave e entrei no meu carro apressadamente, não liguei para o resto do pessoal, apenas queria tirar satisfação com esses bandos de otários. Eles acharam mesmo que eu ia ficar na minha? Nem somos conhecidos para sermos odiados, fizemos absolutamente nada! E se tiver um motivo para fazer com que o povo me odeie — ou ame —, que seja por causa do soco que eu irei dar na cara do vocalista.

Quando paro com o carro na arena onde vai ser o show, a raiva dispara cada vez mais forte dentro de mim, e deixo a fúria mover meus passos para dentro do campo. Vejo algumas pessoas vagando pelo local como se tivessem muita coisa para fazer, andando para lá e para cá. Por um momento fico perdido e sem saber para onde ir, mas continuo andando, até achar uma moça loira de aparentemente 20 anos. Sigo-a tentando acertar a sorte e torço para que me leve ao Silver Water. Provavelmente ela deve ser organizadora de alguma coisa, já que usa um crachá com uma fita vermelha. A mulher se aproxima de uma porta, onde um segurança a deixa passar tranquilamente. Eu paro e fico pensando no que fazer, até tomar coragem para ir enfrentar o cara. Ele deve estar ciente que uma banda vem fazer a passagem de som aqui hoje, não é mesmo? The Bacts o nome, inclusive, sou o vocalista. Ele deixará eu passar.