Cap 34. Riptide

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Antes que Camila falasse alguma coisa, me agachei e bati as mãos em minhas coxas, chamando o Paçoca. Meu cachorro estava mais do que impaciente e veio correndo, se esticando com as patas em minha perna, pra receber afago atrás da orelha. Fiz carinho em seu corpo comprido e ouvi os passos de Camila se aproximando. 

Me levantei quando Paçoca saiu correndo sem sentido, como sempre faz. Encontrei o olhar carinhoso de Camila e ela disse um "Eu te amo" antes de pressionar sua boca na minha, ficando alguns instantes sem move-la, só mantendo o contato firme. Sem conseguir aguentar mais tempo, aprofundei o beijo e a puxei pela cintura para nos aproximar. Ainda não satisfeita, empurrei Camila contra a parede mais próxima, chupando seu lábio inferior e entrelaçando nossas línguas, ela passava a mão pela minha coluna, também buscando aumentar nosso contato. Segui beijando seu queixo e sua orelha, ela estendeu o pescoço me oferecendo mais espaço e pousei os lábios em sua garganta.

Ouvi Paçoca passar correndo por nós duas, em direção o corredor dos quartos. Me separei rapidamente de Camila, e deslizei a porta de vidro, o prendendo por lá. Voltei a beija-la com a mesma intensidade de antes. Ela separou nossos lábios e passou a língua pelo meu pescoço. Aproveitei para desabotoar sua blusa, beijando cada pedaço de pele exposta, até a deixar só de sutiã. Camila levantou minha camiseta, tirando facilmente, e desceu os dedos pelo cós do meu jeans, o abrindo. Quando ele deslizou pelas minhas pernas, o chutei pra longe e fiz o mesmo com o seu short, parando um momento pra apreciar seu corpo lindo.

Camila colocou uma mão em minha nuca e a outra no meio das minhas costas e me puxou, unindo nossas bocas. Sem partir o beijo, nos levei em direção ao sofá e a empurrei delicadamente, me deitando por cima logo em seguida.  Coloquei minha coxa direita entre suas pernas e passei a pressionar levemente. Passei a mão pelas suas costas, a erguendo  enquanto tirava seu sutiã e voltei a conectar nosso lábios. Coloquei minhas  mãos no sofá, uma de cada lado de Camila, pra suportar meu peso, e comecei a chupar suavemente seu queixo, arrastei beijos pelos seus seios, provocando os mamilos levemente. Segui com a língua pela sua barriga, sentindo seus músculos ficarem tensos  e finalmente parei em sua calcinha. Ela ergueu o quadril impaciente, e a ouvi implorando. Puxei a ultima peça que cobria seu corpo e passei a língua provando seu centro encharcado, senti suas mãos segurarem minha nuca enquanto sua voz falha pedia por mais. Aumentei o contato e seu corpo de contorcia embaixo de mim, enfim atendi seus pedidos e a chupei com força.

Camila estava totalmente perdida, suas costas se curvaram e ela se ergueu, respirando com muita dificuldade entre os gemidos. Então senti seu corpo arrepiar, o aperto em minha nuca ficando mais forte, antes de relaxar caindo de volta no sofá. Escalei seu corpo de volta, colando meus lábios em seu pescoço e sentindo sua pulsação desordenada.

- Eu te amo. – Ela disse após recuperar o folego.

Antes que eu pudesse falar qualquer coisa, Camila mudou seu peso e senti minhas costas contra o sofá. Ela olhava em meus olhos de maneira profunda e apaixonada, prendeu o lábio inferior entre os dentes e se abaixou pra me beijar.

- Você é linda. - Falou enquanto beijava minha clavícula e abria meu sutiã pelo fecho da frente.

Eu não poderia dizer nada, minha mente estava em branco. Camila mordia meu pescoço enquanto suas mãos massageavam meus seios. Ela continuou movendo-se pra baixo, distribuindo beijos molhados por todo meu torso e tirando minha calcinha. Apertando minhas coxas, ela ergueu o olhar de encontro ao meu, antes de dar um sorriso safado e baixar a boca entre minhas pernas. Gemi alto com os movimentos ritmados de sua língua. Ela fazia tudo sem pressa, e não aguentando mais aquela tortura, a puxei de volta e ergui meu corpo, nossas bocas se encontrando no meio do caminho.

Meus lábios esmagaram o dela, e assim que Camila me deu passagem, chupei sua língua com determinação. Ela deslizou as mãos pelo meu corpo, descendo cada vez mais, ate chegar no  local onde eu tanto precisava. Seus dedos ficaram circulando a região úmida antes de finalmente a penetrar. Levantei o quadril, ansiosa para aumentar o contato e quase sem forças, cai novamente no sofá, separando nossas bocas. Ela se posicionou investindo mais profundamente enquanto encontrávamos nosso ritmo. Camila colou sua boca em meu abdômen, beijando com delicadeza toda a região.

Quando a velocidade das estocadas aumentaram e Camila encontrou meu ponto exato, me contorci sem evitar soltar um grito. Minha cabeça girava enquanto eu me contraí em torno de seus dedos, sentido em seguida todo meu corpo tremer antes um último gemido lento e profundo. Sua boca subiu até encontrar a minha, passei meus braços pela sua cintura, enquanto retribuía o beijo. Levou algum tempo até nosso folego voltar ao normal.

Permanecemos deitadas, apenas nos curtindo e trocando carinhos preguiçosas até criarmos coragem pra procurar algo pra comer. Recolhemos nossas roupas espalhadas pela sala e nos vestimos.  Camila decidiu que iria fazer um macarrão. Eu não estava muito certa dos seus dotes culinários, mas achei melhor não contraria-la, sempre podíamos ligar pra alguma pizzaria se algo desse muito errado.

Voltei pra sala quando lembrei de soltar o Paçoca. O ukulele em cima da mesa de jantar chamou minha atenção, deslizei a porta pra liberar o cachorro e peguei o instrumento antes de voltar pra cozinha. Camila estava se atrapalhando com as panelas, sentei no banco alto e analisei atentamente o objeto em minhas mãos. Minha namorada chegou mais perto, tocando em meu ombro pra chamar minha atenção, pelo visto a tinha deixado falando só. Murmurei um pedido de desculpas enquanto voltava pra realidade.

- Toca alguma coisa, amor. - Pediu sorrindo.

- Não sei, faz mais de um ano que não toco. - Falei insegura, mas posicionei o ukulele em meus braços.

Camila não falou mais nada e apenas esperou. Eu estava incerta do que faria, mas meus dedos automaticamente formaram os acordes familiares de Blackbird, dos Beatles.

Blackbird singing in the dead of night. Take these broken wings and learn to fly. All your life you were only waiting for this moment to arise.

Cantei tão baixo que nem eu mesma consegui ouvir direito. Parei subitamente e respirei fundo.

- Blackbird foi a primeira música que aprendi a tocar, meu pai que ensinou. E acho que já deu pra notar que ele tinha uma certa fixação com os Beatles. - Sorri um pouco e voltei a falar. - Bom, deixa eu tentar outra, uma mais recente.

Pensei um pouco em alguma que não trouxesse nenhuma lembrança triste e dessa vez consegui cantarolar mais firme, erguendo o olhar pra ela.

I was scared of dentists and the dark. I was scared of pretty girls and starting conversations.

Já tinha ouvido Camila tocar Riptide no violão. A escolha foi certa e ela não demorou pra se juntar a mim, cantando empolgada o refrão

Lady, running down to the riptide, taken away to the dark side, I wanna be your left hand man.

I love you when you're singing that song and I got a lump in my throat 'cause you're gonna sing the words wrong.

No final da música estávamos sorrindo largamente uma pra outra. Estranhei quando o sorriso de Camila foi morrendo aos poucos. Ela pareceu séria de repente, e antes que eu a questionasse o porquê da mudança, olhou em meus olhos profundamente antes de dizer:

- Não é justo o que faço com você. Amanhã nós vamos até a casa dos meus pais, quero contar pra eles a importância que você tem em minha vida.

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