Cap 74. Whatever you want.

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Vero e Lucy chegaram no sábado e eu estava adorando a ideia de receber elas por uns dias. Como combinamos, faríamos um almoço no nosso apartamento e eu gostava muito de ver a empolgação de Camila com a coisa toda, embora o talento culinário não fosse bem o seu forte.

Após os abraços no aeroporto e uma conversa sem fim por todo o caminho, mostramos o apartamento para as duas, que se acomodaram em um dos quartos vagos. Lucy prontamente se ofereceu pra ajudar com a preparação do almoço, e eu mostrava empolgada a Vero o cantinho que Camila tinha feito pra mim, Paçoca nos seguia alegremente.

A parte coberta do terraço tinha a opção de se integrar com a sala, as cortinas de vidro, quando fechadas, permitia que a área ficasse aquecida também no inverno. Próxima à mesa e as cadeiras, tinha uma mini geladeira retrô e uma adega. Peguei duas cervejas, Vero prontamente aceitou a dela e brindamos silenciosamente antes de dar um primeiro gole longo.

- Meu Deus, como eu estava com saudades. - Falei com um ar exageradamente nostálgico.

Sentei na cadeira e Paçoca girou em torno de si mesmo, procurando algum lugar confortável pra deitar. Desabou após algumas voltas, provavelmente tinha ficado tonto.

- De mim ou da cerveja? - Vero questionou sorrindo.

- Das duas coisas. Aliás, de fazer as duas coisas juntas.

- É, eu também estava. - Ela tinha o mesmo ar nostálgico que eu. - Quando você vai na Construtora, mal conseguimos nos ver. E quando nos vemos, a conversa é sempre sobre negócios. - Completou com uma careta.

- Assim que Camila tiver um tempo no mestrado, vamos passar alguns dias por lá. Sem essa ponte aérea maluca que tem sido. - Contei antes de tomar outro gole.

- As coisas estão indo bem por aqui?

- Ótimas.

- Bom, o tamanho do seu sorriso só confirma essa resposta.

Balancei a cabeça sorrindo mais ainda e logo retomei a conversa.

- E por lá, tudo indo bem?

- Sim. Finalmente decidimos uma data pro casamento. Minha mãe e Lucy estão quase ficando malucas agora que existe um prazo. E você e Camila?

- Por mim, casaríamos segunda feira. Mas Camila quer planejar tudo direitinho e é difícil organizar uma festa lá enquanto ela anda tão ocupada por aqui.

- Pelo menos uma de vocês duas tem juízo. -Vero implicou.

- E agora eu quero ter filhos. - Falei de repente, dando voz aos meus pensamentos mais recentes.

Vero engasgou com sua cerveja e começou um ataque de tosse. Me limitei a dar alguns tapinhas em seu ombros tranquilamente.

- Qual o seu problema, Laur?

- Nenhum.

- Você não acha que está indo muito rápido com tudo não?

- Não. - Voltei a beber minha cerveja, relaxando na cadeira.

- Não? - Vero questionou minha resposta como se ela fosse absurda.

- Não. - Repeti. - A Camila é o amor da minha vida, vamos ficar juntas pra sempre, eu quero ter muitos filhos e não sou mais tão nova assim. Já podemos começar, então.

Minha amiga continuava a me olhar com a boca aberta e uma expressão de quem estava vendo um E.T ou coisa assim.

- Isso é mesmo tão inacreditável? - Perguntei franzindo a sobrancelha. - Foi assim que fiquei quando você me contou que ia se casar?

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