2. Ruídos de morte e o peso do arrependimento

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  — Graças aos deuses! — ponderou de forma elegante

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  — Graças aos deuses! — ponderou de forma elegante. Eu estava atônita com a mulher a minha frente. — Meu nome é Largess, sou o fantasma do natal presente, e meu intuito é lhe mostrar seus erros para que você os reveja e os corrija enquanto ainda é possível o fazer.

  — Nossa, um fantasma de classe realmente é outro nível! — satirizei.

  — Me sinto lisonjeada! — sorriu — Mas Olden é uma boa garota, somente precisa se esforçar um pouco mais. Então... Preciso explicar algo ou iremos direto ao ponto?

  — Vamos pular para a parte do portal? — indaguei.

  — Como quiser! — ela estendeu a sua mão e imediatamente adentramos no portal.

  Dessa vez, ele tinha um ar mais pesado, não tinha a leveza de quando Olden me fazia companhia, havia perdido toda aquela graça e harmonia. Talvez as coisas tenham ficado bem mais sérias agora.

  Um fato que comprovava o que eu sentia era Largess. Ela estava com um semblante fechado, sequer olhava para mim. Era muito mais velha e madura que Olden, talvez isto era preciso, alguém com mais maturidade, aquilo não parecia ser muito agradável ao meu ver.

  Desta vez, não fomos jogadas — literalmente — do portal, nós aterrissamos de modo sublime, isto comprovava cada vez mais a experiência de Largess.

— Então, aonde estamos? — a mulher indagou. Só assim pude reparar o que me cercava.

  — São as galerias londrinas, local de maior circulação de pessoas, principalmente da burguesia. Eu me lembro de quando eu era criança, somente admirava as vitrines e sonhava em ter um casaco de pele. Neste dia eu finalmente realizava o meu sonho!

  Foi naquele exato momento que avistei a mim, um pouco mais nova, e uma velha amiga.

  — Mas também foi um dia de perdas... — continuei, com um olhar sombrio — Rebecca Burgess foi uma das melhores amigas que eu já tive. Ela tolerava as minhas babaquices, tolerava a pessoa horrível que eu era e sou, resistia a todas as minhas tentativas de afastá-la. Ela era tudo o que eu tinha de mais valor. Eu já havia perdido a minha família, somente tinha me restado ela. Sim, eu tinha dinheiro e estava realizando os meus sonhos, mas todas essas coisas não significavam nada quando não tinha ninguém para prestigiá-las comigo. Foi quando eu cometi um erro. O maior de todos.

  De forma repentina, a brisa gélida cessou, meus cabelos avermelhados não dançavam com o vento, pelo contrário, estavam inertes. Nós estávamos em minha casa. Era a primeira casa que eu havia comprado com a herança. Do corredor, vimos uma garota de cabelos negros e curtos correr pela casa à fora, debulhando em lágrimas. E eu permanecia parada, sem demonstrar qualquer iniciativa de voltar atrás e consertar qualquer erro que fosse.

  — O que houve? — Largess indagou.

  — Rebecca e eu havíamos tido uma discussão. Foi tão boba e idiota que nem me lembro mais de seu estopim. Tudo o que ainda permanece em minha memória é que eu havia insultado a ela e a sua família da forma mais cruel possível, eu havia perdido a cabeça. — nós seguimos Rebecca até o portão de minha casa. Ela estava com os braços cruzados, o casaco fechado e um fio de esperança ainda firme em seu coração.

Quando a Neve Cair [✓]Onde histórias criam vida. Descubra agora