❆Prelúdio❆

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  As pequenas damas de branco se desprendiam das nuvens pinceladas com algumas camadas de uma tonalidade cinzenta

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  As pequenas damas de branco se desprendiam das nuvens pinceladas com algumas camadas de uma tonalidade cinzenta. Minúsculas e gélidas, dançavam alegremente pela atmosfera cintilante daquela noite de véspera de natal, na charmosa Londres.

  Em um pequeno chalé, distante do brilho do natal londrino, três pequenos seres se agasalhavam em seus cobertores:

  Noah, Marina e Kristen.

  Noah, o mais jovem dos três, notara como a vovó Joanna estava distante do restante da família Chestermills, como se isolara de toda a comemoração daquela data tão acolhedora.

  O pequeno garotinho não se continha de curiosidade, ele estava inquieto e entediado, suas duas primas estavam cansadas e sonolentas, e aquele seria o momento perfeito para ouvir uma boa história.

  E melhor acompanhamento não há do que ouvir uma boa história com uma xícara gigantesca de chocolate quente e um cobertor para se aconchegar.

  Noah se pôs a correr pelo chalé, seus pequenos pezinhos soavam mínimos estalos pelo cômodo, quase inaudíveis, como o bater de um coração. A sua ansiedade havia chegado ao auge, fazendo o pequeno Noah esbarrar-se com a tia Agnes, uma boa senhora, dona de um sorriso acolhedor.

  — Tome mais cuidado, criança! É por muito pouco que as xícaras não tenham caído sobre a sua cabeleira vermelha! — A mulher tão alta quanto o Everest, pelo menos, na percepção de Noah, deixou a bandeja prateada, com folhas de louros cravadas nas bordas, sobre a bancada de mármore, e ficou sobre seus  joelhos diante do garotinho.

  — O que tem no prato, tia? Por acaso é... Chocolate quente? — Noah indagou como quem não queria nada, demonstrando um brilho anormal em seu olhar.

  — É sim, meu pequeno. E pelo que vejo, você o quer muito mais do que estou pensando. — ela sorriu, tirando da bandeja de prata uma pequena xícara escarlate, como as maças do rosto de Noah.

  — Você teria mais duas xícaras como essa? — Noah indagou.

  — Tenho muitas aqui. O que quer com três xícaras de chocolate quente? Você não conseguiria beber uma só inteira...

  — Não são pra mim. — ele completou por fim — São para as minhas primas e... — olhou para os lados e sussurrou em seguida: — uma história!

  — E de que história você está falando?! — A grande mulher se inclinou para frente, para que pudesse ouvir um pouco mais.

  — É isso que irei descobrir. — sorriu — Se você quiser, pode me acompanhar, acho que terá lugar para todos.

  — Eu adoraria! Amo ouvir histórias. Pode ir, querido. Já já estarei levando o chocolate. — Tia Agnes deixou um pequeno beijo na testa de Noah, que continuou correndo pelo cômodo.

  Com a rapidez de um relâmpago e o entusiasmo de uma criança, Noah despertou Marina e Kristen de seus respectivos cochilos. Sacudiu ambas, deixando-as meramente zangadas, proferiram algumas lamentações inaudíveis, mas resolveram seguir os passos de Noah.

  O chalé da vovó Joanna era um lugar aconchegante, Noah tinha muitas boas lembranças daquele lugar e de como os seus natais foram maravilhosos ali. O pinheiro de natal não poderia estar mais sublime e belo, seu tom verde e vivo se destacava diante às luzes cintilantes que pendiam em seus galhos, os enfeites natalinos estavam muito bem distribuídos e as cores harmonizadas.

  O velho tapete persa permanecia intacto, como a poltrona carmesim que vovó Joanna adorava. A lareira amarronzada estava alegre e vibrante, com meias com cada nome da pequena família Chestermills pendendo sobre a chama dourada, que crepitava, trazendo calor e harmonia para todos ali presentes.

  Noah havia travado a sua atenção no pinheiro de natal, especificamente no que estava sob a árvore. Presentes. Era a parte predileta do natal de suas primas, mas o garotinho não admirava os presentes como Marina e Kristen. A sua verdadeira paixão natalina eram as histórias que vovó Joanna narrava com tanto amor e carinho, todos os anos, por horas a fio, e ninguém jamais se cansava de seus contos natalinos.

  Joanna era uma amante do natal, adorava enfeitar o chalé com as luzes e as guirlandas que ela mesma confeccionava, e receber a sua família para a ceia. E como todos os outros anos, Joanna tinha uma história para ser contada, mas não seria como todas as outras.

  Após reunir Marina e Kristen, ambas com seus cobertores personalizados, Noah e sua família começaram a se acomodar ao redor da lareira e aos pés da vovó Joanna. Um sorriso leve e, pode até parecer contraditório mas, tristonho, abrangeu o rosto retangular da velha senhora. A sua cabeleira branca e macia estava presa em um penteado clássico, a velha senhora estreava o seu mais novo suéter vermelho e as suas meias coloridas.

  Joanna ficou em silencio por alguns instantes, contemplando aquela cena linda, de sua família reunida, esperando mais um de seus contos natalinos. Ao lado de Joanna, uma poltrona verde musgo estava vaga, nenhuma só alma se atreveu a ocupar aquele lugar, pois todos sabiam que aquela poltrona era especial. Nas mãos da velha senhora, havia uma singela fotografia, que após ser observada pelos olhos verde-oliva de Joanna, foi posta sobre a poltrona ao seu lado. Uma pequena lágrima tristonha desceu pelo seu rosto, deixando um pequeno rastro que brilhava com a luminosidade das chamas da lareira.

  Joanna respirou fundo, se acomodando em seu assento. Bebericou seu chocolate quente, debruçando a xícara em uma pequena mesinha ao seu lado.

  — Hoje será um pouco diferente de todos os outros anos. — a senhora das maçãs do rosto enrubescidas pigarreou — Eu sinto que estou prestes a partir...

  — Ah, mamãe! Não fale uma coisa dessas! A senhora é forte, pode viver por muitos anos ainda. — Mary Anne, a caçula de Joanna, tentou contornar a situação.

  — Vamos ser realistas, Mary. Eu já estou um bocado velha, já vivi o que eu tinha que viver, e agora, é a vez de vocês viverem. E sendo assim, antes da minha partida, quero deixar uma história, um pequeno conto. — Joanna via que todos estavam ansiosos pela história e se alegrava cada vez mais com aquela oportunidade — Nem sempre eu demonstrei amar o natal como agora. Nem sempre fui fã desta data. Na verdade, na maior parte da minha vida, eu odiei o natal, desejava que aquela data fosse abolida do calendário e esquecida por todos. Esta é uma história de como eu me apaixonei perdidamente. Esta é uma história sobre amor, espírito natalino e neve.

N/A: Espero que tenham gostado do Prelúdio! Acendam a estrelinha e deixem um comentário para apoiar a autora e sua obra!   Bjocas ;*

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