Highway To Hell

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– Olá. - Essa voz é do Slash, mas o que ele está fazendo aqui? Me viro imediatamente para a porta, e me deparo com esse deus do cabelo apocalíptico.

– Eu vim te ver. Bem, eu vim ver sua guitarra, me disseram que você toca.

–  Toco, tocava. Faz tanto tempo que não mexo em nada.

Eu estava com tanto sono que não sabia se prestava atenção na beleza ou o deixava entrar. Acho que da pra fazer as duas coisas ao mesmo tempo.

– Tenho certeza de que lembra, é como andar de bicicleta.

– Algo que nunca aprendi a andar. - ri - entra aí!

Um cara cabeludo, com jeito inglês americanizado, que ama guitarras e tem uma voz baita de sexy, só não me prende mais que um brasileiro poeta e carioca.
O vejo sentar em um puffe que tinha pego do sótão, ele era azul bebe e eu tinha forrado com uma canga estrelada que veio comigo do Brasil.

– Gosta de bolo? - diz slash, se esticando um pouco e deixando o bolo enrolado na mesinha

– Eu gosto de comer. - o rádio estava em propagandas, e eu queria mais musica. Tirei o disco da capa protetora, e pus na vitrola, assim começando a tocar o melhor disco que tinha na casa. Era um disco com as composições de Tchaikovsky, eu amava e odiava ao mesmo tempo, me deixava feliz e triste. A felicidade da música, é a música em si, mas a tristeza, é a tristeza de estar vivendo, ou apenas existindo.

– Devíamos sair qualquer dia desses. Posso te mostrar a cidade?

– Mesmo? Eu quero. Não vai ser incômodo pra você?

– Claro que não, vou gostar de sair com você. - acho que por ele ser tão gato eu fico tão doida e sem saber o que dizer. Caio se estivesse escutando, diria que ele quer meu corpo nu com cocaina. Já eu, penso que seria meu sonho. Me aproximo sentando no outro puffe, percebo que seu olhar já não está diretamente em meus olhos, sim em meus peitos, continuo me aproximando de seu rosto-

– Você tranca a porta?

~ Slash ~

Dias que eu já venho percebendo, e por que não? Essa menina tem me olhado tanto desde que a vi aquele dia. Quando perguntei da porta, ela entendeu o que quis dizer, e veio logo me beijando, como resposta. Não parava de me beijar, e eu retribui, deixei ela fazer o que queria, e claro que aproveitei.

Dez, onze

O tempo passava e pra mim não importava, era bom e foi espontâneo. A música continuava rolar, quando percebi que Mari havia dormido em meu peito, me estiquei, levantei a agulha e desliguei a música. Fiz carinho em seu cabelo macio até adormecer, e não demorou muito. Acho que realmente vai entrar pra história, nunca fiz sexo escutando musicas com esse gênero, a maioria tocadas em ballet clássico pelo que sei. São realmente sentimentais, e perseguem você.
De manhã, acordei antes que Sol, que estava perdida em meio de tanto cabelo meu e dela, deviam ser seis, ou sete da manhã. Levantei devagar, sem acorda-la, o que foi difícil, porque meu cabelo prendeu nela, e depois fui para casa, ainda pensando no que aconteceu, e na minha vida, o que eu tinha que fazer? Eu realmente só consigo atrasar meus pensamentos. Nem meu óculos melhorava a sensação de dia quente e ensolarado que era esse, o sol devia ser uma participação do demônio na Terra, espera, a sol não.
O sol era algo que me acompanhava, sempre. E como Sol, essa menina foi como se fosse algo natural, como se sempre estivesse lá, toda manhã quando acordo e olho para o lado, Sol está lá, e à tarde, Sol vai embora.

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