Lady Luck | Baekhyun

Capítulo 55

모두 참아내야 해
지나갈 테니 지나갈 테니

     Meses depois...

     - Como vai o trabalho, filha? - é a primeira coisa que Madeline me pergunta ao atender o telefone.

     - Vai bem, mas não pode ficar me ligando todo dia na hora do expediente - comento, cética, limpando uma das mesas da cafeteria. - Preciso atender os clientes e meu chefe não vai gostar de me ver perdendo tempo no telefone.

     - Tudo bem, tudo bem. Já entendi - ela ri. - Só quero saber se está livre hoje à noite.

     - Sim, estou, por quê? - prendo o telefone entre o meu ombro e o ouvido e já vou anotando os pedidos de alguns clientes após limpar a mesa suja.

     - Pode vir aqui em casa para jantar comigo?

     - Sim, claro - afasto o celular do meu ouvido por um momento e pergunto ao cliente próximo a mim: - O que deseja, senhor?

     Ele me responde pedindo um chocolate quente e biscoitinhos de mel. Anoto tudo e volto a prestar atenção no que Madeline diz.

     - Seu pai não estará em casa, então está tudo bem.

     - Está bem - respondo, indo até a máquina para preparar o café do cliente. - Agora estou muito ocupada, Madeline, nos vemos mais tarde.

     Desligo o telefone sem esperar a sua resposta e volto ao trabalho.

     Desde que eu deixei a casa do Sehun, e me desliguei de vez de tudo o que acontecia referente ao Baekhyun, me sinto revigorada e até melhor nessa minha condição de vida agora. O Dorian não me procura mais pois Madeline o disse que havia me mandado para uma clínica de recuperação em algum país oriental. Ele deve estar aliviado por acreditar que estou longe e eu também, agora tudo o que tenho que fazer é me concentrar no meu novo trabalho nessa cafeteria em um bairro afastado. A Madeline me ajudou de muitas formas desde que eu clamei por ajuda após ter deixado o Baekhyun, graças à ela eu tenho um lugar para morar e realmente acredito agora que antes de perder a memória eu tinha reatado nossa relação.

     Com relação ao filho que tanto procurei... bem, é difícil ainda admitir isso para mim mesma, mas o Sehun me contou tudo pouco depois de eu ter ido embora. Acredito que essa tenha sido a sua última tentativa de me convencer a ajudá-lo no seu projeto de justiceiro. Ele me entregou na época um envelope com tudo o que precisava saber. Foi doloroso. Devasntante. E, principalmente, frustante.

     O sofrimento sobre esse fato ainda é algo duro de se viver com. Mas acho que já passei pelo os estados da dor pela perda mais fortes e quando as minhas memórias sobre aquele evento voltaram, se tornou mais fácil para mim aceitar tudo que já havia perdido. Já havia perdido aquele bebê tão frágil. Não havia mais volta. Não havia mais criança. E, principalmente, nunca houve o mútuo respeito ou amor entre o Dorian e eu.

     Se eu odeio aquele bastardo por tudo? Sim. Nunca pude odiar mais. Se me dessem uma chance real de acabar com a vida dele agora mesmo, acho que aceitaria sem pensar duas vezes. Mas, aparentemente, ele é invensível. Nem mesmo nos noticiários eu ouço falar sobre o possível êxito que aqueles três idiotas teriam ao colocá-lo atrás das grades. Nada deu certo, até mesmo para eles. Foi tudo em vão.

     E com isso, eu cansei. Cansei de me envolver em enrascadas. Cansei de pensar como minha vida teria sido melhor se não o conhecesse, ou se tivesse insistido para não me casar com ele no passado. Cansei de tudo. Então, como sendo o lado mais fraco, eu simplesmente larguei tudo. Larguei meu passado e as pessoas que pensei serem minhas amigas e amigos. Agora, não sou mais Morgana. Sou a Kate. A doce e gentil empregada que se recusa a ficar em casa nos dias de folga e é sempre prestativa com todos. O trabalho faz com que eu esqueça do passado e foque apenas no presente. Sim, apenas no presente. Pois o futuro só a Deus pertence e, desde que eu saí pela aquela porta do apartamento do Sehun, eu percebi que não me importa mais o futuro. Pois o que mais eu sinto falta é o passado - não a parte em que o Dorian fez parte, é claro. E sem ele eu percebi que não viveria. Apenas existiria nesse mundo cruel.