Mórbido

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É calvo esse amor
E sólida a minha paixão.
É delicado como uma flor
E ruge como a escuridão.

Oh, olhos
Matam-me com seu olhar!
Oh, boca
Fere-me com seu beliscar!

É o fruto mais belo
E a árvore mais forte.
É o sabor mais doce
E temida como a morte.

Ah, sorriso
Encanta-me sem perceber!
Ah, toque
Embala-me sem enfraquecer!

É viril
E senil o meu pesar.
É hostil
E fútil, se bem pensar.

Vá, cala-te
Mente louca e desengonçada.
Vá, embrulha-te
Pobre poeta que não sabe amar.

#Delírios de Um Escritor em Crise,
de Poetizisses

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