Derrota

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Brotavam amargas e ácidas
corrompendo aquele ser.
Lágrimas de alguém
que ainda esperava viver.

Esperava viver
ainda que, amargamente.
Esperança já morta
era certa a derrota.

Estava traçado o miserável destino
pelos ventos do passado.
Um mero desatino
de um ser inacabado.

Alma mórbida
de futuro inconcepto,
presente incerto
e passado ainda entreaberto.

Presa por tortuosas correntes
de dores inconscientes.
Engolida por demónios passados
desfeita em mil pedaços.

Mil pedaços enigmáticos,
insano era aquele que se aproximasse
ou seria consumido
pelo insaciável desejo pragmático.

A derrota faz-se presente,
a alma é agora ausente.
Acreditou piamente
que viveria mesmo que, amargamente.

De BeaFreitas5

M de MemóriasOnde histórias criam vida. Descubra agora