Pleonasmos

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Quantos cigarros serão necessários
Para apagar a dor
E acender em mim
De volta a chama
Que há de se esconder?
Quantas cervejas,
Porres e noites mal dormidas
Hei de ter
Até acordar desse meu sonho tão lúcido?
Quanto tempo ainda esperarei
Para poder ter, enfim
Uma vida à margem desse rio de incertezas?
Me sinto tão transfuso...
Como se meu cerne fosse ambiguidade
E minha mente sofresse com tantas vozes dizendo ser
Eu.
É como se eu dissesse sempre a verdade
E me sentisse um grande mentiroso por isso.
Quando sairei desse meio termo
De caos e sensatez?
Onde mora a diferença
Entre o peso de existir
E a paixão pela vida?
Será mesmo isso?
Tudo, em soma,
Só um além?
Além do bem e do mal
Do certo e errado;
Do concreto, do abstrato;
Um grande pleonasmo?

#Delírios de um Escritor em Crise,  de Poetizisses

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