Real life

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Aos cacos de meu eu, eu me via,
Aos cacos de teu eu, eu me via,
Já não sabia onde e quando comecei,
Meu corpo doía,
Meus olhos  choviam,
Minha boca gritava,
Minha alma morria,
Por todos os dias que não conseguia ver a luz,
O ar era gélido e seco,
Nada mais me esquentava,
Nada mais era belo,
Nem colorido, nem doce,
Apenas o amargo e silencioso nada pairava em meu ser,
Nem todos os belos corpos e belos tônicos,
Com suas reservas agressivas de vida e calor,
Nem todos os prazeres de minha carne,
Nem todos,
Conseguiam mover sequer um fio de cabelo congelado em meu corpo,
E minha alma já se encontrava longe,
Em um lugar onde nunca saberei o nome,
Pois la vagam apenas as ideologias sem existência,
Quem eu avia me tornado,
Um simples questionamento me confunde,
Confunde meu corpo morto ao relento,
Confunde minha alma peregrinando em planos sem nome,
Incomoda algo em mim que pensei ter morrido,
Na verdade que nunca pensei ter,
Foi algo me revelado sem eu saber e ter conhecimento,
Apenas sabia,
E o incômodo veio atrelado,
Rasgando tudo que eu havia construindo em mim,
Rasgando tudo que eu havia deixado abitar em mim,
Meu corpo queimava de tal forma que todo o meu ser tremia,
Sentir meu coração ser vaporizado junto ao meu corpo,
E tudo oque eu gritava era perdão,
O perdão que nunca pensei em pedir,
Pós pensei nunca ser perdoado,
Mas me foi revelado que todos os pecados já tinham sido perdoados,
Apenas escutei,
Bem doce e gentil aos meus ouvidos,
E não pude conter as lagrimas que não paravam de brotar,
Meu corpo queimava como nunca antes,
Meus olhos viam cores nunca antes vistas,
Minha alma dançava em meu corpo de tal forma,
Que transparecia algo nunca visto e sentindo,
De minha boca a alegria era dita de tal força,
Que era incompreensivo todo aquele dialeto maravilhoso e doado a mim,
Meus joelhos vieram ao chão,
O amor me preencheu ao ponto de transbordar,
Novo eu era,
Ele disse,
E então,
Tive vida..

De JonhCarter

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