46.

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     * Selene.

      Victor: O que pensam que estão fazendo?
      Empurro Leo de cima de mim fazendo com que o mesmo caia no chão, me estico no sofá e lhe dou um sorriso como um pedido de desculpas, ele me encara sério e logo meu pai nos lembra de sua presença.
        Victor: Os dois no escritório já, apareço lá em 5 minutos. — Disse seriamente.
        Encaro Leo que estava tão assustado quanto eu, estico a mão para ajudá-lo e ele aceita. Nos levantamos e sorrimos um para o outro, como não se apaixonar por ele? Argh, vontade de guardá-lo num potinho para ninguém chegar perto.
        Selene: Boa sorte. — Sorrio.
        Leo: Boa sorte. — Me dá um selinho.
         Fomos de mãos dadas para o escritório, o medo pairava sobre a gente, medo de que meu pai me impedisse de namorar com Leo, que o mandasse para longe, sei que sou maior de idade, mas meu pai me vê como sua filhinha de 5 anos que precisa de proteção o tempo inteiro, não o julgo por isso, sei que ele se culpa por não ter participado da minha vida, portanto, ele quer recuperar esse tempo perdido agora, mas mesmo se ele me proibisse de namorar com Leo, eu daria um jeito para lutar por nós dois, não desistiria tão fácil assim.
       Sentamos nas duas cadeiras em frente a mesa, daqui a pouco meu pai ocuparia seu lugar na nossa frente.
       Leo está visivelmente nervoso, suas pernas não param de tremer e a cada 1 segundo ele passa a mão em seus cabelos. Agarro uma de suas mãos e entrelaço nossos dedos na tentativa de passar uma segurança na qual nem eu mesma tenho.
       Ele me encara e sorri nervoso, dou um meio sorriso e a porta é aberta. Meu pai passa por ela e segue caminho até se sentar de frente pra nós. Ele nos encara por um tempo e o clima fica mais pesado ainda.
        Selene: Então... O que o senhor queria falar com a gente? — Quebro o silêncio.
        Victor: Bom, sem enrolação, sei que seria impossível separar os dois.
         Troco olhares com Leo e abrimos um pequeno sorriso em concordância.
         Victor: Mas não é impossível fazer com que sigam algumas regras de convivência.
         Selene: Quais regras?
         Victor: 1°— Nada de ficarem sozinhos no quarto por muito tempo. E nem dormirem juntos.
2°— Sem mãos bobas.
3°— Se beijem longe de mim, se eu ver vou interromper.
4°— Sem brincadeiras do tipo que fizeram lá embaixo, porque pode evoluir para uma coisa mais séria e... Não quero nem imaginar.
5°— Se magoar a minha filha, considere-se um lobo morto.
         Por incrível que pareça, Leo amenizou a tensão do seu corpo ao ouvir isso, qual o problema dele? Acaba de receber uma ameaça de morte e fica mais tranquilo que antes. O olho sem entender e ele me lança um sorriso gentil.
         Leo: Eu jamais magoaria ela.
        É inevitável sorrir, meu pai amenizou a carranca do seu rosto e abriu um pequeno sorriso, logo no dispensou e saímos quase que correndo do escritório. Quando já estávamos um pouco longe, não aguentamos e caímos na risada.
         Leo: Então, sem beijos na frente dele, certo? — Se aproximou puxando minha cintura em seguida.
         Selene: mas longe...
        Sua boca toma a minha em uma velocidade incrível, nossas línguas dançam em perfeita sintonia. Paramos o beijo e ficamos abraçados, Leo deposita um beijo em minha testa, o encaro e sorrio com seu gesto.
        Leo: Amo você. — Faz carinho em minha bochecha.
        Selene: Amo você. — Repito o gesto.
        Sami: Eca, quanta melação.
       Sami diz assim que passa pela gente, reviro os olhos pelo seu comentário.
       Leo: Você faz coisas piores com o seu namorado. — Diz arqueando a sobrancelha.
        Sami: Tchau pra vocês. — resmunga.
        Selene: Matthew está aí.
        Sami: Eu sei, fui no banheiro e deixei ele no quarto... O Pedro, hm, já chegou? — Tentou soar indiferente.
         Leo: Provavelmente.
         Um sorriso malicioso surgiu em meus lábios, e foi a vez dela revirar os olhos e nos deixar sozinhos.
         Selene: Ela gosta dele, mas é orgulhosa demais para admitir isso.
         Leo: Ele sofrendo muito, toda vez que vê ela com o Matthew se tranca no quarto e só sai quando percebe que ele já foi embora.
          Selene: Meu medo é que ela perceba tarde demais o quanto ele gosta dela. Acha que Matthew é confiável?
         Leo: Confiável não seria o mais adequado, diria que ele não traz perigo.
         Selene: Max está disconfiado, não confia nem um pouco nele.
         Leo: Acho que ele tem algo contra Matthew porquê ele namora a Sami e não o Pedro.
         Selene: É, talvez.
         Esperamos os outros chegarem e fomos para a cozinha atrás de Max. Fui a primeira a atacar o bolo, recebi um olhar de desaprovação do Max e devolvi com um sorriso amarelo. Uma conversa tranquila surgiu entre todos, cada um falando sobre como foi o seu dia, Pedro contava animadamente a parte boa de se trabalhar no mercado "Cada garota que passava lá, uma mais linda que a outra" dizia ele. Meu olhar volta para Sami que tentava a todo custo ignorar as palavras de Pedro já que não tinha como ela se distrair pois o Matthew já havia ido embora.
         Já se passava das 18:00 horas quando cada um foi procurar alguma coisa pra fazer, sendo que Max e Jhony permaneceram na cozinha para fazerem a janta. Estou na sala com Leo deitado em meu colo enquanto acaricio seus cabelos, é tão intendiante ficar em casa.
         Selene: Como é a cidade? — Pergunto curiosa.
         Leo: Normal, não é tão movimentada ao ponto de ficar 2 horas num engarrafamento, mas tem comércios de uma cidade consideravelmente grande, as pessoas que conheço são simpáticas, bom, a maioria delas, tem um parque maravilhoso, entre outras coisas para passar o tempo, temos que caminhar um pouco para chegarmos ao centro, estamos tentando viver como humanos, sabe, sem usar nossas habilidades para qualquer coisa que for.
           Selene: Me leva pra conhecer? Não aguento mais ficar aqui.
           Leo: Está meio tarde pra isso, não?
           Selene: Por favor, nunca te pedi nada Leo. — Faço cara de cachorro abandonado.
           Leo: Isso é mentira — Me encara  — Para de me olhar assim.
           Selene: Assim como? — Faço-me de desentida.
           Leo: Afffu, vamos, só vou trocar de roupa. — Resmunga se levantando.
          Selene: AAAA, eu te amo. — Distribuo beijos pelo seu rosto.
          Leo: Eu sei. — Dá uma piscadela e beija minha testa. — Já volto.
          Assinto e subo para o meu quarto e da Sami, que agora dorme comigo porquê estava cansada do quarto dos meninos e queria mais privacidade. Escolho uma roupas qualquer e me visto rapidamente descendo logo em seguida, não sem antes avisá-la onde eu ia. Encontro Leo na sala já pronto, ele vestia uma camiseta preta com uma bermuda cinza e um all star, simplesmente lindo.
         Leo: Ual, até parece que vamos nos casar hoje.
         Selene: Não entendi. — Arqueio a sobrancelha.
         Leo: Está muito arrumada para quem vai ir apenas passear, tão linda que parece estar pronta pra um casamento, o nosso é claro. — Sorri.
         Selene: Obrigada, eu acho. Você não está nada mal também.
          Mas que merda de resposta Selene. Acontece que eu não sei como reagir diante disso, ele acabou de falar sobre casamento, particularmente eu acho muito cedo, tenho certeza dos meus sentimentos por ele, mas ainda quero conhecê-lo primeiro, saber das coisas mais insignificantes sobre ele, e principalmente começar algo quando finalmente tudo isso acabar, estou com uma sensação ruim, sinto que a morte de Marcos não resolveu todos os problemas, pelo contrário, desencadeou muitos outros. Vamos com calma Selene, Leo só fez uma brincadeira, sem casamentos por enquanto.
       Leo: Vamos?
       Assinto e entralaço minhas mãos na sua. Saímos de casa e fomos caminhando pela estrada, conversávamos sobre coisas aleatórias, já havia esquecido o ocorrido de minutos atrás.
       Passamos em frente ao parque e fico animada para entrar lá, mas Leo disse que vamos conhecer uma pequena parte da cidade e que voltaríamos outro dia apenas para nos divertir. Eu claro que concordei.
         Chegamos em um certo ponto onde havia várias lojas e prédios, as pessoas caminhavam pelas calçadas, os carros passavam devagar devido ao pequeno trânsito, características de uma cidade grande em uma cidade nem tão grande assim.
          — Aqui é a parte mais movimentada, trabalho logo ali. — Apontou para uma loja de sapatos.
          — Tá precisando de gente lá? — Sorrio com os pensamentos que vieram em minha mente.
          — Não, já está no limite, por quê?
         — Preciso trabalhar. — Dou de ombros.
        — Hm, acho que está muito cedo pra você começar, sabe, você acabou de enfrentar a morte, ainda pode ter gente querendo vingança, você ficaria muito exposta se trabalhasse, eu não quero ver você à beira da morte denovo, isso acaba com o meu psicológico, com o de todos na verdade. Enquanto você estava naquele estado, a casa estava sem vida, todos sofriam pela falta que você fazia. Se algo acontecer com você não vou me perdoar. — Nega com a cabeça.
         Selene: Tudo bem. Obrigada por tudo. — Abraço-o.
         Meu peito dói ao ouvir essas palavras, a dor de ouvi-las é pior do que dezenas de facas cravadas em meu coração, céus, eu os fiz sofrer tanto, eles não tinham nenhuma obrigação de me ajudar, mas mesmo assim quiseram ir procurar meu pai junto comigo. Eles fizeram tanto por mim e eu sou incapaz de retribuir tudo isso, a única coisa que consegui dar-lhes foi sofrimento e um peso à mais nas costas.
          Continuamos a andar em silêncio, se eu fosse humana estaria morrendo de dores nas pernas. A Lua já se encontrava no céu, as horas passaram tão rápido que nem percebi.
           Estava andando distraída, os pensamentos á mil, até que sou puxada pelo braço com uma certa força para atrás de uma parede, minha boca é tampada, meus olhos estão arregalados devido ao susto, juntamente com a respiração acelerada.
         Leo: Xiii, sou eu.
         Me acalmo instantâneamente ao reconhecer a sua voz, quando ele tira a mão da minha boca, me viro rapidamente para começar a xingá-lo, e quando ele percebe, volta a tampar minha boca e aponta para o fundo de um beco mal iluminado, onde apenas os raios lunares nos permitia enxergar algo.
       Vejo duas silhuetas masculinas, uma estava de costas para gente e tampava a outra pessoa que estava à sua frente.
Faço um olhar de interrogação para Leo e o mesmo faz um gesto para eu esperar.
      Quando a pessoa que estava de costas se vira, apuro minha visão e me surpreendo ao ver quem era.
       — Matthew. — Sussurro inaudível.
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   Finalmenteee, surpresinhas pra vcs amores ❤❤❤

          
        
   
  

  
       

      

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