47.

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   *Selene.

      Fico surpresa ao vê-lo alí, esse lugar não é muito a cara dele.
      Apuro meu olfato e consigo sentir um cheiro de vampiro que com certeza vinha do outro homem que conversava com ele. Por um momento achei que Matthew estivesse comprando drogas, mas esse pensamento evaporou assim que descobri que o outro era vampiro, mas se não for drogas, sobre o quê estão conversando? E por quê Matthew está com um vampiro? Talvez ele não saiba.
        Eu preciso ouvir a conversa. Que coisa feia Selene. Não será feio se for por um bom motivo.
        Me concentro na conversa desconexa deles, estão discutindo.
        Xxxx: Quando vai acabar logo com isso?
        Matthew: Preciso de mais algum tempo.
        Xxxx: O mestre já perdeu a paciência contigo, te deu mais dois dias para concluir o trabalho ou sua cabeça será servida numa bandeja.
        Matthew: Vou precisar de mais gente, não é tão fácil como ele imagina. Avise a ele que irei concluir tudo no segundo dia na parte da noite e que preciso de no mínimo 5 ajudantes.
         Xxxx: Certo, não se esqueça: se algo der errado, é a sua vida que estará em jogo.
         Matthew: Eu sei porra.
        O homem saiu caminhando tranquilamente para o fundo do beco e logo sumiu, Matthew transbordava de raiva e desferiu um soco na parede antes de seguir pelo mesmo caminho que o homem. Estavam tão concentrados na conversa que nem perceberam a nossa presença, o vampiro principalmente.
        Encaro Leo que também estava com o mesmo olhar que eu, estranhamento, era isso que a gente transmitia através do olhar. Decidimos voltar para a casa, estava muito tarde e não tinha o porque continuar.
         Leo: Que trabalho é esse que Matthew precisa cumprir em dois dias senão ele morre?
         Selene: Não sei, mas boa coisa não é.
         Leo: Acha que devemos conversar com ele? Podemos oferecer proteção, sei lá.
         Selene: Não acho uma boa ideia, me parecia que foi escolha dele "realizar" esse trabalho mesmo sabendo das consequências, o que mais me intriga é o fato de que o outro homem era vampiro, será que ele sabia? Aparentemente ele não sabe das nossas habilidades, então deve achar que seres sobrenaturais não existem e consequentemente aceitou trabalhar sem saber a verdadeira identidade do seu chefe. Acho que devemos deixá-lo resolver isso sozinho, pode ser um ato egoísta, mas se tentarmos defendê-lo, o homem que quer matá-lo se voltará contra a nossa família, e entre Matthew e ela, prefiro a nossa família mil vezes.
        Leo: Você está certa, ele tá mexendo com coisas erradas, se nos intrometermos sobrará para nós, cada um faz as suas escolhas, então cada um sofrerá as consequências delas.
        Selene: Acho melhor dizer isso à Sami, ela precisa saber que Matthew não é tão santo como ela pensa.
        Leo: Precisamos ficar de olhos bem abertos, redobrar a segurança, não sabemos se estamos envolvidos nesse "trabalho".
         Selene: Não acho isso, penso que ele está se envolvendo com gente errada, mas como a Sami é namorada dele, às consequências poderá ser para ela e nossa família.
         Leo: Talvez, vamos conversar com a Sami sozinha, depois avisamos os outros quando ela não estiver por perto.
         Selene: Ela vai ficar tão desiludida, ela não o ama, mas gosta muito dele.
         Leo: Bom, pelo menos ela vai enxergar quem realmente vale à pena.
         Não acho que a Sami irá aceitar isso facilmente, teimosia é o seu dom e ainda por cima estamos falando de alguém que ela gosta.
          Depois de um bom tempo chegamos em casa, ficamos o resto do caminho em silêncio, cada um com seus pensamentos.
          Entramos em casa e a primeira coisa que fizemos foi procurar a Sami com olhos. Por sorte ou azar ela estava conversando com o resto do pessoal na sala, que assim que nos viram, soltaram suspiros aliviados.
         Selene: O que aconteceu?
        Pergunto me aproximando da onde eles estavam, sendo seguida pelo Leo.
        Victor: Enquanto vocês estavam fora, recebemos um tipo de ameaça.
        Edu: Tinha uma caixa de madeira na porta, estava suja de sangue humano, dentro havia várias fotos nossas e um coração humano também.
        Sami: Fotos de quando a gente estava trabalhando, quando estávamos em casa, e fotos suas principalmente, de quando estava desacordada, de quando já estava melhor e...
         Victor: Fotos de quando vocês saíram.
          Perco a força nas pernas e me sento no sofá, apoio meus braços nos joelhos e levo minhas mãos à cabeça, puxando meus cabelos.
         Quando esse pesadelo vai acabar?
         Um silêncio se instala na sala, até que Leo o quebra contando o que vimos à alguns minutos atrás, no momento nem vale à pena dizer isso a Sami separadamente.
            Leo: Bom, tem mais uma coisa para nós preocuparmos.
            Jhony: Ah, tá de brincadeira.
            Aperto a mão da Sami que estava ao meu lado, será um baque para ela.
           Leo: Enquanto eu e Selene caminhávamos passamos em frente à um beco, vimos Matthew conversando com um homem, era um vampiro na verdade, ouvimos parte da conversa em que eles falavam sobre um serviço em que Matthew teria que cumprir em dois dias, caso ele não conseguisse, seria morto.
        Sami: O que? — Sussurra.
        Selene: Achamos que ele não sabe sobre a identidade do seu chefe, aceitou fazer esse "trabalho" mesmo sabendo das consequências que viria caso falhasse, sinto que não é boa coisa, mesmo achando que ele não faria nada com a nossa família temos que triplicar a segurança para caso o chefe dele nos queira como a consequência.
       Max: Há possibilidade de que esse trabalho seja o de nos matar.
       Pedro: Concordo com Max, é muita coincidência recebermos uma ameaça e no mesmo dia descobrir que Matthew está trabalhando para gente errada.
       Edu: Talvez seja apenas coincidência mesmo, recebemos a ameaça enquanto, provavelmente, Matthew estava na cidade, não daria tempo de deixar a caixa aqui e voltar.
         Pedro: Mas se ele pretende nos matar, não o faria sozinho, uma outra pessoa que trabalha com ele pode ter deixado a caixa aqui, temos que pensar em todas as possibilidades para estarmos um passo à frente deles.
         Sami: Ele não faria isso, vocês se confundiram.
         Selene: Não Sami, temos certeza de que era ele.
         Max: Desde o início eu e o Pedro desconfiávamos do jeito certinho dele.
          Samira lança um olhar de ódio para Pedro, sabia que ela levaria para o lado pessoal.
         Sami: Foi Pedro que fez a cabeça de Max, o fez ficar contra o Matt, desde a primeira vez ele foi contra, no parque, não é Pedro? O que você ganha com isso? — Diz com raiva.
         Pedro ia se defender das acusações, mas o interrompo.
         Selene: Não, Pedro não tem relação nenhuma com isso, NÓS ouvimos e vimos Sami, não tem lógica culpá-lo por algo que Matthew fez, você só está fazendo isso para convencer a si mesma que Matthew é o inocente dessa história. Está na hora de você ver e aceitar os fatos amiga, Max e Pedro estavam certos desde o início.
          Lágrimas escorrem do seu rosto e meu coração se aperta ao vê-la assim. Depois de um tempo em silêncio, ela se pronuncia:
          Sami: O que faremos?
          Pedro: Vamos nos preparar para o pior. — Lhe lança um singelo sorriso.

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Uhhhh, dois capítulos para vocês amores, só avisando que "A híbrida" está na sua reta final, vou sentir muita falta de vocês e desses loucos personagens que me apeguei tanto. :(
      Bom, para quem gosta da minha escrita, dá uma passadinha no meu perfil e acompanhe o livro "traga-me de volta à vida", espero vocês lá.
       Brigadão, espero que gostem desses capítulos, beijos.

          
         

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