7º Capítulo

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  • Dedicado a Daniela Quaresma
                                    

-Olive, vamos parar um pouco, preciso de descançar um pouco. - disse Will.

Ao princípio ignorei-o, caminhando mais uns cinco metros, mas depois vi que Will se afastava de mim pois ainda estava durido, por isso decidi parar. Olhei para Will, com cara de chateada e disse:
-Will, desculpa, mas se parar-mos não vamos conseguir abrigar-nos, e o sol já se está a pôr, sabes o quão grave é isto? - peguei no braço dele, e num instante já estávamos a caminhar outra vez.
Will ficou cabisbaixo, olhou para mim com cara de cachorrinho a fazer de morto, mas tive de ignorar e continuar a caminhar. "Talvez seja o melhor para ele" - pensei eu.

Já era de noite.Ouvia-se os pássaros a cantarolar, as corujas, o vento, e as folhas das árvores a cairem em pleno Outono:
-Não há sinal de infetados por aqui. - disse eu, desconfiada.
-Parece que não... Olive... - William olha para mim com a face cheia de lágrimas.
-O que é que se passa Will?
Will senta-se, e puxa-me para o lado dele. Logo de seguida puxa a manga da sua camisola. Ele tinha sido mordido.
Começo a tremer... A olhar para ele boquiaberta:
-Mas... Mas... Como? O quê? Foda-se. Foda-se, Foda-se! - começo a gritar, depois ajoelho-me e começo a chorar que nem um recém-nascido. - Como é que isso te foi acontecer?
-Foi o Luis. Muito antes de tu chegares, ele meteu um infetado no quarto dele, e depois prendeu-me com ele lá. Tentei sobreviver, consegui eliminá-lo. Mas quando dei por mim, já me tinha mordido o braço. - Will mete as mãos à cabeça, tentando esquecer tudo o que tinha acabado de dizer.
-E o infetado? o que lhe aconteceu? - perguntei eu.
-Luis já pensava que eu estaria morto. Quando voltou para o seu quarto, foi surpreendido por mim, ainda vivo. Depois começou a bater-me com a câmara ligada a filmar tudo. Depois levou-me para a fazenda, juntamente com o infetado, para não dar nas vistas. 
-Mas que merda... E agora? - abraço Will como se não o visse há mais de 20 anos.
-Olive... É assim, eu não me quero tornar numa coisa daquelas, por isso tens de acabar com isto o mais rápido possível.
-Como assim? - fico a olhar para ele, e depois percebo. - Não... Não, não, não, não. Ó meu deus... Porquê eu? - começo a chorar ainda mais.
-Desculpa querida... - William abraça-me.

Naquele momento, Will entrega-me a arma, começa a olhar para mim com ar de decidido.
-Fá-lo. - Will ajoelha-se a mim e dá-me um beijo na minha mão.

Naquele momento ele fecha os olhos, eu aponto a arma à cabeça de Will, penso em tudo o que passámos, todos os momentos, todas as brincadeiras, tudo o que foi bom na minha vida a passar mesmo à frente dos meus olhos. Uma força maior faz-me apertar o gatilho, furando a testa de Will.
Havia sangue por todo o lado, ajoelho-me ao lado dele, e começo a abraçá-lo com um rio de lágrimas a escorrer pelos meus olhos.


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                                                             INVERNO:

 "Onde estás tu, seu coelhinho lindo?" - disse eu para mim, enquanto caminhava pelo bosque gelado, com árvores nuas, e arbustos destruídos. 
Olhei para o lado. Lá estava ele, o coelho branquinho. Quase que não se conseguia distinguir no meio da neve.
Pego no meu arco, carrego-o com uma flecha e disparo-a para o coelho. Tiro limpo, morte imediata. 
Ia-me aproximando do coelho quando ouvi gritos vindo de uma casa no monte a uns metros de mim.
Corri em direção à casa, abri a porta, e vi dois infetados a tentar abrir um armário. Cheguei à beira deles, e com as minhas duas facas, matei-os aos dois silenciosamente. 
Abri o armário. Estava lá uma menina com cerca de 6 anos a chorar com a cabela encostada aos joelhos. 
-Estás bem? - perguntei eu, preocupada.

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