Aquele Sem Noção 1

Capítulo Seis: Peixe fora d'agua! ❤

Emily Calium;

Quando cheguei na minha sala, todo mundo ficou me olhando. Eu estou diferente, admito, essas roupas me fazem ficar parecendo uma garota de verdade, mas... Cara, não é possível que esse povo não me reconheceu. Fiquei a maior parte da aula pensando nas palavras do Jake, por mais que eu quisesse ele não saia da minha cabeça.

Quando a aula acabou, eu fui logo pra biblioteca. Precisava pegar um livro pra ler, e acabei perdendo tempo de mais pra escolher. Acabei ficando com Romeu e Julieta. Saí apressada quando percebi que fiquei mais de vinte minutos lá, e então quem eu encontrei? Jake Blum.

– Nossa, quem diria que a Marrentinha gostava de fazer hora estra– fala se divertindo com meu atraso.

– Você não vai mais largar do meu pé? – pergunto irritada.

– Tem razão, eu tenho que largar do pé pra esperimentar outros luares do corpo, né? – pergunta debochado e malicioso.

– Affff! – grito.

– Posso te acompanhar até em casa, ou vou ter que te carregar de novo?

– Olha, os pés são seus você faz o quiser – bufo e continuo meu caminho.

Nós dois vamos em silencio até em casa. Se eu estivesse no lugar dele, largaria de ser idiota e procuraria o que fazer da vida.

Assim que chegamos no nosso quarteirão, meio hesitante, ele quebra o silêncio.

– Emily, eu sei que você... Não vai com a minha cara mas... Eu estava aqui pensando, você é inteligente e...

– Vá direto ao ponto – o interrompo.

– Eu quero sua ajuda. Preciso de nota pra passar e o senhor Gunner vai me dar uma prova pra...

– Como o mundo dá voltas, né? – pergunto me divertindo com a situação – Até pouco tempo você nem sequer me suportava, odiava respirar o mesmo ar que eu e agora, vem me pedir ajuda – reviro os olhos.

– Eu sei que eu sou um idiota por zuar das pessoas pela aparência, e tals, mas eu preciso muito de nota em física.

– Que tal se agente fizer um acordo? – perunto.

– Desde que você me ajude – fala balançando os ombros.

– Você vai melhorar seu caráter até o dia da formatura, e eu te ajudo em todos os conteúdos que você precisar. Você vai parar de pegar tantas garotas, vai parar de zuar das pessoas, e vai se dedicar mais nos seus estudos.

Ele firma os lábios, parecendo pensar muito em cada palavra que eu disse. O mundo é dos espertos, é pegar ou largar, fofo.

– Tudo bem, eu consigo. Mas, por que quer que eu faça isso? Quando você disse acordo achei que ia querer que eu te ensinasse a beijar ou coisa assim em troca do seu crânio.

Não acredito que ele me disse isso!

– Você o quê? Eu não sou Boca Virgem sei idiota! – grito – Ah, quer saber, fique burro mesmo! Os idiotas nunca mudam. – bufo – Me chame quando você for uma pessoa de verdade, eu não ajudo babacas.

A essa hora, chegamos em frente minha cada, corro pra dentro e Bato a porta na casa dele. O que eu tinha na minha cabeça pra ajudar ele? Eu nem sei por que eu estou conversando com esse babaca que fez da minha vida quase um inferno.

– Como foi a aula filha? – mamãe pergunta passando com uma pilha de papéis nas mãos.

– Foi... Bom – respondo – Normal, como todos os dias.

– E o Jake? – pergunto com o brilho nos olhos.

– O que tem ele, mãe? – pergunto jogando minha mochila no sofá e me sentando no mesmo em seguida.

– Está bem? Continham amigos? – pergunta ainda sorrindo.

– Mãe, eu e Jake nunca fomos amigos. Somos apenas da mesma escola – reviro os olhos – E da mesma sala.

– Sei, sei – fala sorrindo maliciosa. – Então, eu vou sair, te vejo mais tarde? – fala pegando sua bolsa.

– Pra onde vai?

– Vou me encontrar com algumas amigas, quer vir comigo? Agente vai pra um pub de rock. – ela joga as mãos pro alto – Nos divertir com o rock'n roll! – faz o sinal do rock.

Minha mãe é bem louca as vezes, caso não tenha comentado.

– E o papai?

– Ficou até mais tarde no trabalho, s provavelmente volta aqui a pouco – fala colocando seus bricos de pérola.

– Oh – falo me levantando – eu vou lá pra cima então.

– Não quer ir comigo, filha? Você tem que se divertir um pouco. Li numa revista que quem fica muito tempo em casa pode ter graves problemas psicológicos no futuro – fala.

– Mãe, eu vou me sentir um peixe fora d'agua com suas amigas – rio da idéia.

– Claro que não. Todas nós juntas somos igual adolescentes – se anime com a idéia – Vamos, levanta esse bumbum daí que eu vou arrumar você.

– Que? Não mãe...

Ela liga pra uma amiga, dizendo que vai demorar mais meia horinha. Então, me puxa até lá em cima. Enquanto minha mãe remexe no meu guarda-roupas, eu vou tomar banho. Saio do banheiro, e passo meu creme hidratante e meus perfumes e desodorante.

Mamãe joga uma camiseta preta que eu nem sequer sabia que existia, e uma calça jeans preta rasgada. Então joga também, meus tênis veans do lado e uma bolsinha vermelha vinho. E é aquele momento que você se pergunta “de onde vieram essas roupas?”

– Mãe, eu não vou vestir isso – falo entre risos indo até meu guarda rouoas.

– Vai sim, eu sou sua mãe e estou mandando – fala firme.

Reviro os olhos e pego as roupas. Visto e olha, até que não ficou tão ruim assim. Saio do banheiro, meio hesitante e com vergonha. Minha mãe sorri animada e começa a passar um batom vermelho em mim.

* * *

Chegamos no tal pub à 03:12pm. É nada mais que um bar grande, cheio de gente dançando e bebendo, mais pessoas da idade da minha mãe que adolescentes. E, um palco no fundo com uma banda não muito famosa. A vocalista é loira, tem olhos azuis, está vestida em uma blusa de lá preta e branca, uma calça jeans rasgada, e os cabelos lisos são luminosos e longos [Multimídia]. A voz dela é bonita. Na bateria se localiza um garoto (lindo de mais!) com os cabelos estilo emo, repicado, um piercing nos lábios, uma blusa de mangá comprida roxa escura com algumas estampa, e calça jeans preta, rasgada no joelho, e um tênis marrom bem escuro. No baixo, um garoto com os cabelos loiros cacheados, estilo super rockeiro e sorriso no rosto. Na guitarra, a vocalista.

Eu e minha mãe nos sentamos em uma mesa cheia de mulheres. Como eu disse, estou me sentindo um peixe fora d'agua.