Your hurt is hurting me

354 24 5
                                    

Gerard foi cambaleando até o camarim. Ele estava machucado, nariz sangrando, maquiagem borrada. O show havia sido extenso e cansativo mas Gerard gostava daquilo. Ele gostava de cantar e de salvar pessoas, só que estava se acabando na depressão e nas bebidas.

- Você tem que parar com isso - Disse Mikey enquanto Frank concordava.

- Parar? - Gerard riu - Eu não tenho o que parar! - Deu um gole da vodka pura.

- Tira isso dele - Ray disse enquanto Mikey tirava a bebida das mãos de Gerard.
Gerard estava bêbado demais pra notar.

- Gerard você está morrendo aos poucos - Disse Frank baixinho.

- Eu estou bem - Gerard disse caindo pro lado de tão bêbado.

- Não está... - Frank segurou os braços dele para ele não cair - É horrível te ver assim.

- Eu não sou mais um bebêêê - Ele disse enquanto caia fazendo Frank o abraçar e Gerard deitar em seu pescoço.

- Não se preocupe comigo - Gerard riu, dando tapinhas nas costas de Frank.

- Vem, vamos voltar pro hotel. - Frank saiu do abraço enquanto Gerard voltava a abaixar a cabeça meio com sono.

- Não.... - Ele grunhiu.

- Sim, Gerard. Eu não vou deixar você aqui nessa condição.

- Como eu odeio você - Gerard disse com dificuldades de falar, mas Frank o puxou o fazendo se levantar e andar.
Saíram pela porta de emergência dali que dava para uma rua escura cheia de lixos e desceram a uma escada que não tinha fim.

- Vem - Disse Frank puxando Gerard até a esquina onde havia um taxi parado ali.

- Onde vai me levar? - Falou com uma voz rouca e arrastada.

- Você vai ver.

Entraram dentro do taxi na parte de trás e Frank sussurrou ao taxista fazendo Gerard não entender muito bem.
O taxista assentiu e seguiu em frente.
O telefone de Frank tocou.
- Oi?..... Estou com ele, Ray. Esta tudo bem.
E desligou.
Frank estava levando Gerard para um lugar legal. Talvez ele nem lembraria no outro dia, mas talvez isso o deixaria melhor; seu amigo estava muito depressivo.

O taxista parou o carro em frente ha um parque escuro com algumas luminarias brancas nos postes e alguns bancos do lado dela. Frank pagou a corrida e puxou o moreno.

- Vem Gerard - Abriu a porta ainda o puxando.

- Eu sei andar - Ele disse até sair do carro depois que Frank saiu e cair de cara no meio fio.

- Gerard! - Frank fechou a porta do carro e o taxista saiu comendo os pneus.

- Ta tudo bem - Ele sorriu.
Frank sentou na grama que era a beirada para a rua e colocou sua cabeça em seu colo.
Começou a fazer cafuné enquanto Gerard fechava os olhos, todo machucado. Ele sentia o momento apenas, mesmo que era um idiota. Ele se sentia um lixo vivo, bebia pra esquecer que era um lixo.

- Não está tudo bem - Frank beijou sua testa.

- Está....

- Você precisa de um curativo no rosto.

- Eu preciso de um beijo - Gerard abriu os olhos. Frank se assustou com aquele argumento. Na verdade, Frank não sabia o que sentia em relação a Gerard além de o considerar um grande amigo.

- Beijar você?

- Sim.

- Eu quero mas... - Frank disse pensativo se isso era certo ou errado. Frank sempre pensava nas circunstâncias ou nas coisas que poderiam acontecer. Até Gerard colocar as mãos nos cabelos de Gerard e puxar a cabeça de Frank para selar seus lábios com os dele.

Gerard tinha um gosto de bebida, um pouco doce. Frank respirou fundo e colocou sua língua dentro da boca de Gerard enquanto ambas línguas se colidiam. O coração dos dois aceleravam forte, batiam descompassados. Talvez era algo que eles nunca sentiram, como uma droga intensa que precisam de mais assim que viciada.

O beijo estava lento, porém, intenso.

Gerard sorriu quando parou o beijo e percebeu que o rosto de Frank estava manchado com o seu sangue.

- Eu ainda quero te mostrar algo - Frank puxou Gerard o fazendo levantar depois de cambalear demais. Frank não se importava se no outro dia ele não se lembraria mais, seria até melhor porque Frank queria parar no meio do caminho de tanta vergonha. Mas seguiu independente de tudo. Pegou na mão do amigo e o levou até um caminho com postes de luz ali perto, era um caminho de pedrinhas que ao redor dele havia árvores muito floridas com folhas brancas e rosas que eram iluminadas com as luminárias.

- Ual - Disse Gerard olhando para as árvores.

- Eu amo esse lugar. Eu te trouxe aqui pra você sentir esse lugar e ficar bem....

Até o celular de Frank tocar e Frank atender parando no meio do caminho.

- Frankie, volta. Estamos te esperando pra partir - Disse Mikey.

- Mas Ray disse que só vamos amanha as 10h.

- Surgiu outro show pra amanha em Stanford.

- Nada feito.

- Você não tem escolha. Onde você levou meu irmão?

- Sabe aquele parque que a gente ia fumar maconha quando adolescentes?

- A gente é adolescente.

- Foda-se. Eu to aqui, não dá pra ir agora.

- Vamos ir buscar vocês.
E Mikey desligou.

****

Frank e Gerard estavam no avião no mesmo banco. O show de Stanford havia sido incrível, porém como sempre no backstage, Gerard dava aquelas crises com a bebida. Frank colocou o fone de ouvido e compartilhou com Gerard que tomava um drink qualquer. Ele sorriu para Frank e ele retribuiu o sorriso pra Gerard.

- Obrigado por ontem - Gerard deitou no ombro de Frank que estava a direita - Particularmente adorei.

Frank corou. Na verdade ele não estava tão satisfeito porque queria o levar pra um lugar mais especial ainda.

- Bebidas? - Disse a aeromoça perguntando a Frank e não a Gerard, porque ele já estava bebendo. Frank negou e Gerard pegou outro drink da mesinha que andava da aeromoça. A aeromoça saiu.

- Gerard - Gerard virou os olhos quando ouviu a voz de Frank.

- O que?

- Você adora se acabar, não é? Quando vai acabar isso? Eu não aguento mais ver você cambaleando por ai - Frank fez uma careta feia mas não perdeu a descrição, conversando baixinho com o amigo.

- Está tudo bem, Frank.
Frank segurou nos pulsos de Gerard até ver algo ali por baixo da manga. Gerard tentou tirar os pulsos das mãos de Frank mas era tarde demais.

- Oh Gerard.
Frank suspirou enquanto via cortes profundos nos pulsos do amigo.

- Eu já disse que está tudo bem - Disse Gerard colocando as mangas no lugar.

- Eu nunca senti nada pior - Frank colocou as mãos no rosto - Eu nunca me senti tão ferido. Você está mal e ferido e isso me machucou.

- Sem dramas Frank. Ta tudo bem.

- NÃO ESTA TUDO BEM - Frank gritou e o avião inteiro olhou para eles.

Ele estava mal demais pra ficar ali. Saiu correndo indo pro banheiro, querendo morrer. Era dolorido demais, talvez ele podia sentir a dor em sua pele. Ver seu melhor amigo ferido era horrível. Seu melhor amigo que ele beijara na noite passada.

Vampires Will Never Hurt You (Frerard)Onde histórias criam vida. Descubra agora