Vampires Will Never Hurt You (Frerard)

Ground.

Dois anos depois.

O moreno de cabelos longos abriu os olhos e viu que era dia. Bufou, jogando a coberta para o lado e vendo que Frank não estava mais ali na cama. Tornou seu corpo com um impulso a levantar, deixando que seus pés tocassem o carpete que estava muito frio. Gerard bufou novamente, querendo voltar para cama e se aquecer ali eternamente. Assim que levantou, viu através da janela a cidade coberta de neve. Ah não, começou o inverno! Pensa ele. Ele gostava muito do verão, diferente de Frank, que adorava vestir suas roupas descoladas e usa-las por ai. Gerard na realidade estava mesmo era cagando para a vida. Sem querer, esbarrou em garrafas de Whisky no chão que estavam vazias, fazendo um barulho significante. Assim que ele xingou os céus por isso, Frank aparece com uma cara de entediado na porta.

- De novo dormiu bebendo? - Ele revira os olhos - Eu nem falo mais nada.

- Você dormiu aqui ontem? - Gerard pergunta, abaixando para pegar as garrafas de vidro.

- Não - Frank diz seco e sai da frente da porta, saindo do campo de visão de Gerard.

Gerard dá de ombros, levando as garrafas para seus braços, andando até sair do quarto e chegar na cozinha, onde Frank está sentado tomando café.

- Hoje eu tenho ensaio com a minha banda e eu não vou estar aqui.

- Ah - Gerard disse com um tom desenteressado, não prestando muita atenção enquanto colocava as garrafas de vidro no lixo.

- Quer saber? Foda-se - Frank levantou-se da cadeira, e foi até o sofá para apanhar seu cachecol e seu casaco, saindo em direção à porta.

- Você vai voltar? - Gerard Perguntou.

- Tanto faz - Frank bateu a porta na cara dele.

Gerard bufou, arremessando um soco contra a pia de mármore, batendo seus ossos contra a bancada, fazendo com que as costas da sua mão ficassem roxas e doloridas.

Depois de revirar o apartamento para procurar uma gaze para fazer um simples curativo, Gerard dá um grito de dor, não pelo seu machucado, mas por tudo que estava colocando para dentro.

Ele cai no chão de joelhos, socando o carpete e fazendo com que seu curativo se tornasse cada vez mais avermelhado.

- Por quê? - Ele cerrava os punhos, deixando que seu corpo se inclinasse para sua cabeça ficar cada vez mais perto do chão, ao ponto de tocar sua testa no tecido grosso do carpete - Por quê eu estou aqui ainda?

Gerard pensou tantas vezes em se suicidar, na realidade, ele pensava a cada segundo de sua existência. As dores físicas não eram importantes, comparadas as emocionais que estavam dilacerando com o tempo, sua inteligencia e sua força interna. Ele pensou tantas vezes em pular da janela do apartamento onde vivia com Frank. Ele simplesmente se sentia inútil por não poder ser alguém na vida de Frank Iero, não conseguia ser quem o amigo queria que fosse.Por mais que eles tentassem, Gerard sempre encontrava uma forma de foder com tudo.

Ele dizia para ele mesmo como ele fodia com tudo.

Ele odiava ser quem era, odiava se sentir imprestável, odiava não poder mover um dedo para mudar as coisas.

Passou ali a tarde toda, encolhido naquele chão da sala, bebendo e usando drogas, não ligando para nada nem ninguém e estava cagando para a vida dele.

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No outro dia.

Frank chega em casa com um sorriso no rosto, mas ninguém sabe qual é o motivo. Ele acha que está tudo bem, que tudo uma hora ficará bem. Só que quando vê, Gerard está deitado no chão da sala, em um estado deplorável, todo sujo, suado, com drogas espalhadas em volta dele e garrafas de bebidas terminadas. Frank corre acudir Gerard, que dá um grunhido assim que é cutucado. Frank se irrita por tentar acordar Gerard e senta do lado dele, tentando conter o choro, leva os joelhos até perto de seu rosto e o esconde ali, logo abraçando suas pernas e fechando os olhos. Ele tenta respirar e manter o controle, por mais que seja difícil,
tenta não desistir.

Ele prometeu que seria os dois para sempre. Ele sabia que Gerard era melhor que isso, ele só estava em um período de muita depressão, drogas e bebidas.

Frank disse que o protegeria. Ele leva suas mãos em seus cabelos, os puxando com força, tentando afastar os pensamentos negativos.

- Por quê você faz isso comigo Gerard? - Sim, esse era um momento complicado na vida dos dois, já que a relação deles estava indo de mal a pior. Os dois não transavam mais, não se beijavam mais, mesmo que tinha amor, não havia mais a parceria de um casal, era apenas amizade. Mesmo que Frank quisesse, Gerard não tinha condições de ter algo romântico.

Frank estava ali por vontade própria ou por obrigação?

As lágrimas começaram a rolar pela sua face, fazendo com que ele ofegasse devido a sua ansiedade constante naquele momento.

- Vai ficar tudo bem, vai ficar tudo bem - Ele apertou os olhos, batendo de leve sua cabeça em seus joelhos.

E nada de Gerard acordar.

Talvez era hora de uma intervenção, talvez era hora de pedir ajuda, pois Frank não conseguia fazer tudo sozinho. E você deve estar se perguntando? O que aconteceu nesses dois anos?

No começo era só amor, sexo, paixão, risadas, bebidas e vontade de ficar perto. Agora a rotina, o cansaço, o trabalho de Frank como professor de música e vocalista de banda o deixava muito cansado. Frank não tinha mais o pique de jovem, ele sentia que queria só descansar o tempo todo. Quando estava em casa, não sobrava para fazer coisas loucas com Gerard, ele só gostava de ver tv com uma cerveja de companhia.

Gerard se sentiu tão inútil ao ponto de se entregar à depressão, deixando com que Frank vivesse sua liberdade e sua rotina, logo voltando para suas drogas e bebidas, que tanto eram suas companheiras, como tanto o faziam cair gradativamente.

Era uma penúria o que Gerard vivia e cada vez mais, inconscientemente, Frank se isolava sem nem perceber. Ele fugia do moreno, talvez pelo fato de não aguentar mais tentar e tentar e não ter resultado nenhum, ou Gerard simplesmente não ligar para ajuda alguma.

Mas agora era hora de entregar nas mãos de Mikey e sua família, já que ele não tinha mais controle disso.

Ele pensou em ficar, mas achou melhor voltar para casa de sua mãe, já que ela estava sozinha e preferia que ela tivesse alguém como companhia, pois o bairro onde ela morava era perigoso. Ele tinha que esperar Gerard acordar, se estabilizar, e assim ele iria ligar para Mikey.

Frank não parava de chorar nem por um segundo.

Era isso ou Gerard morria. E ele soluçava até sentir seu peito queimar.