Capítulo 4 - Party I

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» 4 / 11 / 2013 «

"[...] As coisas correm muito melhor agora que ele desmonstrou ser querido. Não consigo acreditar de todo que aquele Niall é o procurado. Ele deve ter um irmão gémeo ou um clone, porque não parece ser o Niall mau, assasino, nada disso. É super querido."

Suspiro de felicidade e guardo o diário na gaveta da mesinha de cabeceiras. Ontem tinha ficado horrorizada quando o Niall me tira o telemóvel e começa a explora-lo. Porém, tudo o que ele fez foi só guardar o seu número no meu telemóvel. O sentimento é estranho, saber que tenho o número da pessoa mais procurada na Grã-Bretanha. Ele disse que podia apetecer-lhe ligar-me, ou vise-versa.

Não sei porquê, mas sinto-me mais protegida. O Niall agora sabe de tudo! Sabe o que me deixa feliz, o que me deixa triste, o que me irrita, o que eu não gosto, o que gosto, o que faço e o que não faço, sabe de quem eu não gosto e de tudo o que aconteceu na minha vida durante quatro anos. Sinto-me mais segura, visto que ele agora sabe quem me atormenta. Eu quase que lhe implorei para não procurar o Daniel, mas eu aposto que ele o vai fazer.

O telemóvel toca e eu vejo o ID no ecrã. "Niall". E o que faço? Atendo, não atendo... Atendo.

- Niall. - murmuro.

A Daisy está no quarto ao lado, sabe-se lá a fazer o quê com o idiota do Louis. Por isso, se quero que ela não arme escândalo, é melhor falar baixo.

- Diih. - ele chama.

- Sim. - respondo. Conversa estranha.

- Sexta à noite, não fazes nada? - ele pergunta.

Claro que não faço nada sexta à noite. Só tenho uma amiga e estamos zangadas, o que iria fazer? Ah, sim, ia ficar no sofá a comer um balde de gelado a ver novelas secantes e que são sempre a mesma coisa.

- Não. - respondo, mas com receio.

- Há uma festa num bar de amigos, queres vir comigo? - ele interroga.

Onde vão os rapazes nestas idades? A bares. Onde vão os rapazes desta idade que são procurados pela galáxia? Não sei. Não quero ir a um sítio cheio de gente bêbeda e gente estúpida, que se atiram a todas as raparigas que vêm.

- Confia em mim. - ele pede.

Mesmo que tenha o pressentimento de que vão haver problemas, eu cedo.

- Eu vou. - respondo.

- Justinho e sensual. - ele comenta.

- O quê? - pigarreio, o que é que é justinho e sensual.

- O vestido. O vestido tem de ser justinho e sensual. - ele explica-se e os meus olhos arregalam-se - Até Sexta, Diih. - ele despede-se e desliga.

Como ficamos? Ele vem-me buscar, eu vou lá ter? Ele desliga, uau! O problema é que eu não tenho nada justinho, muito menos sensual. E vou ter de arranjar, porque ir a uma "festa" ou lá o que é aquela saída com uns jeans e uma T-Shirt é a coisa mais parva que poderia acontecer.

Sempre poderia pedir à Daisy, mas ela, em primeiro lugar, dizia que não. Depois, pergunta-me para que quero a roupa e, se não contar, vai fazer queixinhas à mãe. Nestes casos, quem me salvava sempre era a Kim, mas ela zangou-se comigo, logo é impossível. Que remédio tenho, vou às compras.

***

» 8 / 11 / 2013 «

A mãe já sabe que vou sair, mas não sabe onde vou e como vou vestida para lá, por isso, quando a apanhar na cozinha, pisgo-me da casa.

O top cor de rosa claro, de manga comprida, era demasiado curto para mim, mas vai ter de ser. Toda a minha barriga ficava descoberta, tal como as minhas pernas até ao joelho. A saia era de couro, e preta, e chegava um bocado acima dos joelhos. Como não sei andar nos sapatos de tacão que comprei, decido usar as velhas sapatilhas converse pretas. Não é nada de mais. O Niall vai ter de se contentar como estou.

A Daisy está na cozinha, mas não sei da mãe. Provavelmente, também lá está, por isso abro a porta da frente e, quando me preparo para sair, ela chama-me. E o pior - ela estava mesmo atrás de mim.

- Onde vais, Diih? - ela pergunta estupefacta.

- Sair. - eu respondo lentamente.

Os seus olhos arregalados observam bem a minha roupa e eu não deixo de me sentir um tomate. Já sei o que ela vai perguntar. Basicamente, vai perguntar tudo. Com quem vou sair, visto que ela sabe perfeitamente que não é com a Kimberly, onde vou, fazer o quê...

- Onde vais? Com quem? Vais fazer o quê? - ela questiona tudo o que eu já sabia que ia questionar.

- Vou sair... com... - eu começo, mas não acabo.

- Com... um rapaz? - a mãe tenta adivinhar.

Um sorriso de felicidade aparece no seu rosto ao dizer "rapaz". Se é raro a Diih com um rapaz, não. É a primeira vez, ou seja, é mais, mas muito mais que raro. Eu assinto com a cabeça e tento não a encarar.

- Oh! - ela festeja.

- Eu vou.. indo... - informo e saio de casa, sem lhe dar mais alguma explicação.

O telemóvel está com som, para o caso de ela me querer ligar, mas numa festa duvido não haver barulho. Não quero bebidas, comidas pesadas, não quero nada. Certamente, eu nem vou tocar em nada de lá. Vou só acompanhar o Niall.

Quando chego à rua estreita onde nos cruzamos pela primeira vez, ele estava lá. O Harry e o Zayn também. O Harry estava sozinho, mas o Zayn vinha acompanhado por uma rapariga alta e estranhamente magra. Os seus olhos verdes e os cabelos loiros e enrolados nas pontas. Nunca a tinha visto na escola e, no entanto, ela parecia ter a minha idade, ou até mais nova. Ou isso, ou tem imensa maquilhagem no rosto.

- Podemos ir. - o Harry enforma e agarra a mão da rapariga loira. Afinal, o Zayn é que não tinha companhia.

Eles começam a andar todos para o mesmo lado e eu vou atrás dele. Niall apoia a sua mão no fundo das minhas costas e eu sinto-me perturbada por isso, contudo é melhor não o contrariar.

Angel of Darkness ➵ horan ✔Onde histórias criam vida. Descubra agora