Capítulo 15 - Awkward

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"Estou profundamente zangada com ele! Apetece-me arrancar-lhe a cabeça e jogar golf com ela. Não entendo o porquê de ele o estar a acusar daquela maneira! O Daniel perdeu a memória, não sei porque é que o Niall não aceita. Agora quero jogar basquetebol com a cabeça!"

Enfurecidamente, eu guardo o diário na minha mochila. Eu sentia a necessidade de escrever nele mal chegasse a casa, por isso escrevi na cozinha. A minha fúria tinha de escapar para algum lado, logo descarreguei-a no diário.

Depois de suspirar, vibrando os lábios, decido pegar nas minhas coisas e dirigir-me ao meu quarto. Tenho trabalhos de casa para fazer. Apesar de não ter vontade nenhuma disso. A minha mão coloca-se sobre a fechadura da porta, abrindo-a.

Quase dou um grito. O Niall estava deitado na minha cama, a olhar para um caderno preto meu. Por sorte, não gritei, não fiz barulho. Apenas entrei, ainda mais fula, pousei a mochila na cadeira com rodinhas e tranquei a porta. A janela estava aberta e as cortinas cor-de-rosa dançavam levemente com a brisa fresca que entrava. Ele entrou pela janela?

- Que estás aqui a fazer? - questiono calmamente. Se ele me irritar, jogo basebol com a cabeça dele, logo depois de lhe rapar o cabelo.

- Eu vim pedir desculpas, mas fiquei pasmado a olhar para isto. - ele admite, enquanto vira a página do caderno.

- Oh, dá cá, não vejas isto. - peço e tiro-lhe o caderno das mãos.

- Porquê? - Niall pergunta e volta a pegar nele - Está tão bem feito. - ele argumenta.

- Não está nada, são só esboços. - confesso.

- Esboços bem feitos. - acrescenta - Porque não te dedicas a isto em vez de seguires medicina? Não me parece que te vás dar bem com medicina. - ele comenta.

- Estás a dizer que sou fraca? - interrogo.

- Não, estou a dizer que tu mal me viste a dar uma sova ao Tom, ficaste quase desmaiada. Quando vires alguém quase a morrer, tu morres primeiro, por não aguentares ver aquilo. Tu só queres ser médica porque a tua mãe o é. - ele fita-me e eu cruzo os braços ao peito.

- Ela queria que uma de nós fosse médica. Quando vi que a Daisy nunca na vida o iria ser, decidi dedicar-me a isso. - revelo e sento-me na cama.

- Acho que a tua mãe ficaria mais feliz se tu te dedicasses ao que gostas, não ao que ela gosta. - Niall opina e já me está a enervar.

- Quem disse que eu gosto de desenhar? - desafio-o e ele sorri.

- Se eu não gostasse do Tottenham, não via os jogos dele, não é? - ele compara coisas completamente diferentes, mas com razão - E isto parece uma fotografia minha. - ele comenta e mostra-me o desenho dele.

As minhas bochechas ficam a borbulhar e eu sei que fiquei corada. Não queria que ninguém visse os desenhos. Nunca ninguém os viu, nem a Kimberly. Muito menos o Niall, que ainda por cima viu o desenho dele.

Niall arranca a folha do caderno preto e dobra-a em quarto, guardando-a no bolso do casaco. Se calhar fiquei feliz, afinal, se ele o guardou, foi porque gostou, não é? Ele entrega-me o caderno e ri. Ao menos, não riu alto, como quase sempre.

- Desculpa. - ele desculpa-se - Eu não queria que te zangasses comigo. Eu só acho muito treta essa história toda. Não acredito de todo que ele tenha perdido a memória. - Niall confessa.

- Deu para ver. - comento e ele revira os olhos.

- Eu já te pedi desculpa. - ele informa e eu aceno com a cabeça.

- Está bem. - desculpo-o e ele sorri - Apenas... tenta não te meter entre mim e ele. Nem peças ao Liam tal coisa. - imploro e ele suspira profundamente.

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