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Eu me sinto uma bomba relógio. É ridículo e clichê, eu sei! Mas aposto que já pensaram assim também. Sabe, em um instante eu percebo que tem algo de errado.
Eu me sinto sozinha, torturantemente sozinha. Mas então chega alguém, eu eu desejo loucamente que esse alguém vá embora.
É como se fosse realmente um relógio, nos reunimos em família, eu sorrio, faço tudo como uma pessoa normal, mas chega em um determinado ponto que cada palavra, cada risada, cada suspiro me agoniza, então eu me isolo. Já sentiram isso? Acho que é o famoso "ranço", a diferença é que é por tudo que aparecer na minha frente.
Mas eu me pergunto, quanto tempo eu vou perder me isolando, me sentindo sozinha, me sentindo irritada? Uma mistura mortal de tristeza e ódio, ah, isso é incontavelmente doloroso. Mas... Quantas pessoas mais eu vou afastar? Quanto tempo mais eu vou perder nessa loucura e alucinação de isolamento? Ou melhor, quem vai me ajudar se eu mesma não consigo me ajudar?
Mas sabe, uma pergunta maior, quanto tempo mais vão banalizar esse sentimento? Ignorar, talvez.
Eu sei que 85% (hipoteticamente) das nossas vidas passamos julgando alguém. Por exemplo : Ah, enjoada. Ou, Ah, anti-social! Sabe, tia, tio, mãe, pai, as pessoas se isolam por angustia dessas palavras. Se pessoas como eu vivem aborrecidas e indispostas, como acha que se sentem sendo julgadas pelo seu padrão?

E é assim que você deita a cabeça no travesseiro e passa horas pensando em quanto a sociedade é ridícula com suas etiquetas...

Querido Triste DiárioOnde histórias criam vida. Descubra agora