Despedida - CP 4

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"A vida não cessa. A vida é fonte eterna.
Amorte é um jogo escuro das ilusões. O
grande rio tem seu trajeto, antes do mar
imenso. A alma percorre igualmente
caminhos variados e etapas diversas.
Também recebe afluentes de
conhecimentos, aqui e ali, avoluma-se em
expressão e purifica-se em qualidade,
antes de encontrar o oceano eterno da
sabedoria".
Mensagem de André Luiz na obra "Nosso Lar", psicografada por Francisco Cândido Xavier.

Irmão Daniel caminha na direção da enfermaria onde Nina está., e adentra o grande salão exclamando em
sua direção.
- Nina, Nina!
Nina estava orando junto a Lucas e Dra. Sheila. Todos se voltaram para Daniel para saber o que estava
acontecendo. A inal, irmão Daniel não era de andar e falar de forma tão rápida e intensa.
- Oi, Daniel, que alegria revê-lo.
- Ótimas notícias nos chegam do plano material. Finalmente seus familiares decidiram desligar os
aparelhos. Todos os nossos esforços funcionaram.
- Que boa notícia, irmão, mas que boa notícia. Estou muito feliz e aliviada.
- E mais: nos foi autorizado levá-la ao plano material para se despedir deles. Você gostaria?
- Minha nossa, mas é claro. Quero muito.
- Então não vamos perder um segundo sequer. Está pronta?
- Sim.
- Então, vamos.
Daniel ergue então sua mão a frente da cabeça de Nina e os dois, acompanhados por Lucas, Marques e
mais dois guardiões, chegam ao velório de Nina em uma fração de segundos. Sua mãe está sentada,
encostada em uma parede, olhando fixamente para a parte de cima do caixão, onde está a cabeça de Nina.
Ela está visivelmente muito triste e abalada. O rosto está muito inchado, com muitas marcas,
provavelmente por conta de tantos e tantos dias de um choro quase incessante. Neste momento, estava
desabafando com uma de suas irmãs, tia de Nina, que estava sentada ao seu lado. Lamentava a perda da
filha tão nova, tão moça e sonhadora.
Nina viveu por apenas vinte e quatro anos na Terra. Nesta encarnação, sofreu com os problemas de
nascença do seu coração que, logo cedo, foi diagnosticado como tendo má formação. Ainda no útero de
sua mãe sofreu a primeira cirurgia. Vários procedimentos cirúrgicos foram tentados e lhe deram algumas sobrevidas. Mas ao fim, só o transplante a salvaria. Tudo isso oi uma grande provação, repleta de dor e
sofrimento para toda a família. Seus irmãos, George Filho e Reginaldo, além de seu pai George,
pareciam em transe ab-soluto. Alguns amigos demonstravam muita dor e sofrimento, todos chorosos e
saudosos.
Afinal, Nina era doce e meiga com todos, compreensiva, companheira, amiga das horas mais difíceis.
Estava sempre receptiva a ajudar, quem quer que fosse.
- Irmão Daniel, será que posso abraçar minha mãe?
- Claro, Nina, faça isso.
Nina então se aproximou calmamente de sua mãe que mantinha um olhar fixo e marejado, ainda voltado
na direção do rosto da filha, deitada no caixão. Aos poucos, Nina agachou e foi levantando seus braços
que envolveram as costas da mãe em um aconchego de luz e fraternidade. Durante o abraço, Daniel,
Lucas e Marques, ficaram próximos, transmitindo energias de consolo e paz para a mãe de Nina. No
mesmo segundo em que Nina envolveu a mãe, as duas começaram a chorar muito. Parecia que lá dentro,
no fundo do peito, a mãe de Nina havia sentido aquele último abraço de sua filha pois caiu em um choro
mais forte e começou a gemer algumas palavras, fazendo com que todos olhassem preocupados para ela.
-Ah, minha filha, minha filha tão amada, tão querida, tão perfeita. Por que você foi embora assim...
Nina a abraçou ainda mais forte e sentiu, dentro de si, bem fundo, aquelas palavras que sua mãe proferia.
Daniel comentou com ela para que não se preocupasse pois em pouco tempo sua mãe seria convencida
por mensagens do mundo espiritual, que farão com que ela pare de clamar por sua presença. O momento
foi interrompido por uma amiga de sua mãe que observava de longe e, percebendo que ela estava muito
emocionada, veio consolá-la. Muitas lágrimas desceram dos olhos de Nina, percorrendo seu rosto. Nina
ainda se despediu calorosamente de seu pai e seus irmãos, conferindo um abraço fraternal a cada um
deles. As lágrimas insistiam em descer do rosto de Nina em cada uma dessas despedidas.
-Nina, infelizmente temos que retornar. - exclamou Daniel , de forma gentil. Nina se voltou por mais um
instante para a mãe, que agora parecia orar.
- Até breve, minha mãe querida. Te amo muito e sempre te amarei, do fundo da minha alma.
Daniel então colocou sua mão sobre a fronte de Nina e todos voltaram juntos à Colônia Amor &
Caridade. Lá chegando, Daniel recomendou repouso à Nina.
- Descanse um pouco Nina, será necessário. Assim que estiver refeita, por favor, vá até minha sala para
conversarmos.
- Obrigada, irmão Daniel, muito obrigada por tudo. Nem sei como agradcer.
Nina entrou rapidamente em um sono profundo, necessário para consumar seu desligamento da vida
corpórea de forma plena. Arcanjos foram designados por Daniel para cumprirem a missão de concluir o
desligamento fluídico, pois ainda existiam pequenos laços conectando o espírito ao corpo físico de Nina.
Os espíritos são muito sensíveis à saudade daqueles que amaram e que ficaram na Terra. Muito mais do
que podemos supor. Se são felizes, essa lembrança aumenta sua felicidade. Se são infelizes, essa
lembrança é para eles um sofrimento. Há espíritos que, no primeiro momento de seu desencarne, sentem
um grande prazer pelas homenagens que lhes prestam, ou então se aborrecem com a falta de atenção ao seu corpo físico. Isso porque ainda conservam alguns preconceitos da Terra. Quando as lágrimas refletem
a nossa saudade, tocada de esperança, os nossos amigos desencarnados nos dizem que as lágrimas fazem
a eles muito bem, porque elas são luzes no caminho daqueles que são lembrados com imenso carinho.
Mas quando as nossas lágrimas traduzem revolta de nossa parte diante dos desígnios divinos que nós não
podemos de imediato sondar, quando essas lágrimas retratam rebeldia, essas lágrimas prejudicam os
desencarnados. Tanto quanto prejudicam os encarnados também.
...
- Olá, Irmão Marques, como está?
- Oi Nina, muito bem, obrigado por perguntar. Você repousou plenamente?
- Sim, muito bem. Obrigada por tudo, Marques. Gostaria de falar com o irmão Daniel. É possível? Você
me ajudaria?
- Olha, Nina, no momento ele não está por aqui. Está lá no Pavilhão Nobre em reunião com um grupo de
amigos que trabalham em uma casa espírita no plano físico.
- Como assim?
- O irmão Daniel, além de cuidar de toda a Colônia Amor & Caridade, ainda é encarregado de coordenar
todo o trabalho realizado pelos espíritos em casas espíritas onde ele atua como mentor lá na Terra. Tudo
o que acontece nestas casas são de responsabilidade dele. Agora mesmo, eles estão tratando dos casos de
doenças físicas e espirituais que estes locais de caridade tratam e prestam auxílio.
- Nossa, não sei como ele consegue trabalhar e se dedicar tanto, com tanta entrega, tanta devoção.
- Verdade, irmã. E isso não é de hoje. Por isso estamos todos aqui para tentar auxiliar nessa tarefa tão
edificante.
- Logo, logo, quero fazer parte dessa missão.
- É um prazer ter você de volta, Nina.
- De volta? Como assim?
- Ih, melhor o Daniel te explicar isso tudo depois, com calma. Eu às vezes falo demais, me desculpe.
- Hum, tá bom. Depois pergunto pra ele. Mas será que ele demora?
- Provavelmente sim. Essas reuniões são bem demoradas.
- Então, se não for inoportuno, posso pedir a você que o avise que estou precisando falar com ele? Diga
que estou bem melhor, sentindo-me plenamente recuperada e revigorada.
- Mas é claro, será uma alegria dar uma notícia tão boa quanto essa. Pode deixar que me encarrego de
avisá-lo assim que ele retornar.
Nestes grandes encontros com os mentores das casas espíritas os assuntos são tratados meticulosamente.
Tudo é analisado caso a caso, pessoa por pessoa, problema por problema. As vidas são assistidas e
revistas em grandes telas, como se fossem telões de cinema, onde todos os presentes podem analisar os
detalhes para então discutir os casos e seus merecimentos. Eles conversam sobre a melhor forma de
operar a ajuda para as pessoas que buscam por ajuda naquelas casas espíritas. Casos de doença do corpo
físico são prioridade máxima, como sempre determina o irmão Daniel, por orientação de Catarina, sua
Mentora Espiritual.
Algumas discussões costumam ser um pouco mais acirradas. Daniel, sempre de forma paciente e consensual, conduz de forma serena todo o debate, sempre escolhendo muito bem suas palavras e
argumentos. Por isso, quase sempre, elas geralmente se transformam em profundos ensinamentos para
todos os presentes.
Na reunião que Daniel presidia naquele momento, um total de noventa e oito espíritos estavam
participando ativamente, fora os que só observavam. Daniel orienta como estes mensageiros de luz
podem ajudar, auxiliando cada paciente em sua cura, na libertação de obsessões ou no realinhamento
espiritual necessário para cada um. Um grupo de espíritos que viveram na condição de Ciganos também
faz parte desse verdadeiro exército do bem formado por es-píritos de muita luz. O líder deste grupo é
conhecido como o cigano Rodrigo, que é bem próximo de Daniel, praticamente um braço di-reito. Ele
lidera esse grande grupo de ciganos e atua como médico em diversas casas espíritas, coordenando as
demandas ligadas a cirurgias espirituais. Todos ali são espíritos voluntários que buscam sua evolução
espiritual através da caridade para com o próximo que estiver necessitando de ajuda e for merecedor.
Há ainda um grupo de espíritos que atuam nas regiões energéticas. Tais espíritos utilizam elementos da
natureza para materializar e energizar o corpo fluídico dos consulentes, tais como anjos de luz, médicos,
enfermeiros, massagistas, terapeutas, guardiões e soldados encarregados da segurança daquele local de
trabalho dos espíritos.
Tudo é tratado de forma a auxiliar os merecedores de respostas rápidas. Há casos em que a urgência é
determinada por Daniel, sendo então prontamente atendidos. Os casos de obsessão são muito comuns e
são tratados com elementos energéticos apropriados para o afastamento de espíritos que, em condição
inferior, vibram com muita negatividade e insistem em prejudicar pessoas de bem. Por isso, também são
tratados como prioridade nas casas espíritas.
Nessas casas espíritas também são realizadas cirurgias espirituais. É nessa grande reunião que toda
equipe médica de trabalho se encontra com as equipes médicas fixas da Colônia para determinarem que
tipo de tratamento utilizarão em cada paciente. Eles aproveitam também para, juntos, definirem os
equipamentos que serão levados no próximo dia de atendimento. Rodrigo é o responsável por estas
sessões nesta casa espírita em especial que era o assunto desta reunião. Sempre muito empenhado em
defender a cura de muitos pacientes de câncer, Rodrigo oferece a eles um tipo de quimioterapia espiritual
que tem trazido muito conforto a todos os necessitados.
Esse tipo de medicamento espiritual é levado às sessões de cura por arcanjos muito iluminados que o
colhem em outras colônias, atendendo solicitação de Daniel. Há também remédios diretamente
elaborados na Colônia Amor & Caridade e que são aplicados nos pacientes, geralmente no perispírito.
- Irmão Daniel, precisamos que você nos autorize a ir com um grupo levar os equipamentos para atender
a algumas pessoas que se encontram em um hospital?
- Claro, Rodrigo. Tudo que você necessita sempre lhe será concedido para o auxílio e ajuda desses
irmãos que buscam, na casa espírita, o auxílio para as doenças do corpo material.
- Irmão Daniel, compreendo e admiro sua preocupação e amor sempre tão fraternais para com todos.
Sabemos que determinadas doenças do corpo físico são reflexos dos pensamentos negativos que esses
irmãos insistem em destilar. As modificações interiores são necessárias para nos auxiliar na cura e no
pronto restabelecimento de todos. Por isso, além do passe magnético, a importância das palestras e do
estudo contínuo do Evangelho de Jesus e da Doutrina Espírita. Tudo isso é fundamental para que estes
espíritos, que estão em constante prova, se modifiquem.
Daniel pede a palavra, respira calmamente e então diz assim, diante do silêncio e atenção de todos:
- Às vezes a dor é o instrumento de renascimento e evolução. Ficamos aqui também todos sensibilizados
com o sofrimento no plano físico. A Terra é um plano de provas e expiações. Um lugar de crescimento
espiritual. Logo, os espíritos de luz são orientados a doar aquilo que é essencialmente necessário para
suportar essa passagem. Todos, um dia, voltarão à condição espiritual e, assim sendo, buscarão então a
evolução tão necessária. O processo de reencarnação, por vezes, nos obriga a esta condição de
sofrimento e dor. Também em busca de nossa evolução, nós temos que passar estes ensinamentos aos que
nos procuram, temos que ensiná-los que só o comprometimento, a caridade, o amor e a aceitação da
condição de espírito encarnado fará com que estes fardos sejam mais suaves. A Terra ainda é muito
primitiva. As pessoas ainda estão muito liga-das à matéria, todos são muito imperfeitos. Por isso, as
batalhas são intensas e constantes. O desprendimento material é o caminho mais rápido para a ascensão a
uma vida espiritual simples, elevada e sublime. Mas ninguém quer enxergar isso. Por isso, não podemos
descansar um segundo sequer.
Daniel então dirige-se à Dra. Sheila que, além de atuar nas enfermarias da Colônia Amor & Caridade,
trabalha com Rodrigo na mesma casa espírita em questão. Irmão Daniel quer saber dos outros pacientes.
- Dra. Sheila, como estão seus pacientes?
- Irmão Daniel, tenho feito o possível para aliviar a dor de mães que sofrem com o mal do câncer, seja
em seus filhos, seja em si próprias. Mas, como costuma nos dizer, é necessário que as preces consigam
chegar até nossa mentora. Faz-se necessária a intensificação das palestras nas casas espíritas na Terra. O
conhecimento e o entendimento de suas condições fará com que a dor seja menos intensa, causando
alívio, compreensão e aceitação em todos que sofrem com as doenças do corpo físico.
- É, irmã, você tem razão. Temos trabalhado bastante, rogando ao nosso criador que mande mais e mais
arcanjos à Terra para melhor disseminar a Doutrina dos Espíritos. Esperamos ser atendidos.
- Bom, irmãos, vamos encerrar a reunião. Há muito trabalho a ser feito e precisamos nos organizar.
Vamos fazer uma prece à nossa mentora em profundo agradecimento por mais este encontro e pela
oportunidade de podermos atuar juntos pelo bem.
Todos se colocaram a orar para a Catarina de Alexandria. Neste momento, uma linda canção instrumental
tomou conta do ambiente. Tornou-se um ambiente de ainda mais paz e serenidade, plenamente iluminado
por uma vibração intensa de muito resplendor.
...
Logo que adentrou, ao retornar ao gabinete, Daniel percebeu que o irmão Marques o aguardava sentado
na sala de espera. Estava lendo um livro que na capa trazia escrito a palavra "Gitano", em grandes letras
vermelhas e manuscritas. Marques levantou-se rapidamente ao ver Daniel e disse sôfrego, como de
costume, que Nina desejava encontrar com ele tão logo chegasse da reunião. Irmão Daniel então solicita
a Marques que chamasse Nina prontamente.
- Olá, Nina, que alegria revê-la tão bem disposta.
Nina realmente parecia plenamente revigorada. Seus cabelos voltaram a flutuar de forma leve e
descontraída, o sorriso voltara a servir-lhe de adereço principal no belo rosto com pequenas sardas que
lhe conferiam uma graça ainda mais especial.
- Estou mesmo muito bem, irmão. Mas, sem mais delongas, vou direto ao ponto: gostaria de dizer que
agora me sinto completamente pronta para aceitar o convite para a missão no Umbral.
Daniel não conseguiu disfarçar que já sabia da posição de Nina e sequer pareceu surpreso. Entretanto,
ficou sim muito feliz e isso ficou claro em seu sorriso enquanto falava.
- Ótimo! Vou providenciar a organização dos preparativos para a nossa viagem, já adianto a você que o
tempo que nos é permitido não é muito grande. Se contarmos no tempo semelhante ao praticado na Terra,
teremos apenas cinco dias para encontrar sua pri-ma, assisti-la prontamente, e ainda conseguir de fato
resgatá-la de lá.
-Estou muito confiante, Daniel. Mesmo sem saber ao certo de onde exatamente vem essa confiança. Mas
algo me leva a sentir que será tempo suficiente para cumprirmos nossa missão.
- Pois bem, que Deus nos permita realizar esse resgate com sucesso. Precisamos nos preparar
energeticamente. Cada momento que ficarmos por lá nos enfraquecerá consideravelmente, pois tratase de
um plano muito inferior e de baixa vibração. Por isso, inclusive, o curto período de permanência. Quanto
menos tempo ficarmos, melhor para todos, inclusive Soraya e, especialmente, você, que acaba de
desencarnar.
- Irmão Daniel, pode contar comigo. Vou me preparar com toda minha força. A Soraya merece.
- Obrigado, Nina. Assim que todo o grupo estiver organizado, partiremos em caravana.
Logo que Nina saiu, muito feliz e confiante, irmão
Marques não se conteve em comentar com Daniel.
- Perdoe-me o comentário, Daniel, mas é realmente aconselhável levar Nina ao Umbral?
- Irmão Marques, ordens são ordens. ,nossa mentora me instruiu a levá-la conosco nessa missão. Não sei
ainda o porquê dessa orientação mas apenas cumpro.
- Sim, claro, compreendo. Mas é que Nina acabou de chegar do plano material e passou por tantas
encarnações de sofrimento. Será justo que passe por isso também, assim de forma tão imediata?
- Querido irmão Marques, Nina é um arcanjo celestial muito iluminado e preparado. Não se iluda com
essa questão momentânea de sua ligação ao corpo físico desta encarnação mais recente. Ela está sempre
preparada para as mais difíceis batalhas. Ela é companheira de nossa mentora desde sua encarnação na
Terra. Nina era sua melhor amiga e confidente.
Marques não conseguiu disfarçar o espanto. Continuou ouvindo o Irmão Daniel sem sequer piscar os
olhos, que mantinha arregalados sobre a boca aberta.
- As duas passaram por muito sofrimento mas estiveram sempre unidas pela fé. Quando Nina foi
designada para encarnar agora, foi em missão de resgate para aqueles que viveram em sua companhia.
Foi um grande anjo de luz na vida de seus pais, irmãos, amigos e parentes. Suas encarnações sempre
foram de provas e batalhas, sempre tendo que enfrentar as piores enfermidades, em constante luta pela
vida, por ela e pelos outros. Nas encarnações mais recentes, que com esta mais recente chegaram ao total
de dezoito, Nina por vezes serviu como lição para mães que praticavam o aborto. Encarnou em algumas
como deficiente com o intuito de dar aos pais uma grande lição de amor, caridade, força de vontade e superação. Em outras encarnações, serviu como instrumento de cura de pacientes enfermos largados em
hospitais, asilos e orfanatos. Enfim, quem somos nós para não obedecermos aos desígnios de nossa
mentora? Neste ou em qualquer outro caso.
- Perdoe-me pela ignorância, Daniel, como sou idiota. Sempre que venho ao seu encontro saio com uma
grande e valiosa lição de ensinamento. Obrigado, irmão.
- Que nada, meu querido irmão, não fale assim. Todos somos imperfeitos na busca eterna da evolução.
Agora, vamos, preciso que você nos ajude a organizar o grupo. Partiremos em breve.

5 DIAS NO UMBRALOnde histórias criam vida. Descubra agora