Capítulo 19 - O passado: décima e última parte.

1K 75 12
                                    

"Maybe, tomorrow, this wound you gave me will heal. Maybe, tomorrow, this wound won't hurt any longer. But, tonight let me bleed." - patataschan


7 anos antes – fevereiro/2010

Um mês se passou e Anahí e Alfonso não voltaram a se procurar, cada um tinha seus próprios problemas. Alfonso por um lado, ainda estava com raiva de si mesmo, depois de algumas semanas ele tinha finalmente percebido o peso do que tinha ocorrido, dormir com Mariane, em nenhuma hipótese, tinha a coisa correta a se fazer, e agora com a raiva de Anahí diminuindo e a saudade aumentando, a sua consciência estava o matando.

Por outro lado, Anahí não conseguia tirar da mente a imagem de Alfonso desligando o celular na cara dura depois de ver seu nome na tela. Ele parecia bem e aquilo tinha a matado por dentro, a impressão que teve era que o ex-namorado tinha superado o término deles muito bem.

Porém a raiva que ela sentia, não a impediu de ter seu coração quebrado em uma centena de partes. Agora ela estava deitada, encolhida, na cama de Maite com a amiga penteando seus grandes cabelos loiros. Anahí tinha pedido apoio na casa da morena, por algum motivo, ficar em sua própria casa a fazia se sentir pior.

"Vou precisar passar em casa hoje, não posso continuar usando suas roupas para sempre." – Anahí disse baixinho.

"Você pode continuar aqui e usando minhas coisas, eu nem me importo, mas se você quer ir eu vou com você." – Maite prontamente se ofereceu. Lhe doía ver a amiga daquele jeito, triste, quase em uma depressão. Maite tinha dito que ia encontrar Alfonso e lhe dar um merecido soco, isso arrancou alguns sorrisos de Anahí, mas a loira não deixou que a amiga fizesse o que tinha falado, porque a conhecia muito bem para saber que mesmo que tenha sido em tom de brincadeira, ela faria mesmo aquilo.

Maite nunca tinha sido de se apaixonar, e quando namorava alguém na hora de terminar era cada um para seu canto, assim, fácil, sem drama. Mas ela também nunca tinha tido uma relação como de Anahí e Alfonso, então ela não sabia muito bem como agir.

"Obrigada, Perronita." – A loira sentou dando um beijo na bochecha da amiga – "Eu sei que eu tenho sido um pé no saco com todo esse choro."

"Amigas são para isso." – Maite sorriu, terna.

****

Trinta minutos depois, Anahí e Maite estavam chegando na casa dos Portillas, elas estavam rindo de alguma coisa, o que fez com que a chave caísse da mão da loira.

"Ops." – Ela disse antes se abaixar para pegar, foi quando escutou a primeira voz vindo lá de dentro.

"VOCÊ ESTÁ O QUE?" – A voz de Henrique chegou mais fácil nos ouvidos dela, não era difícil escutar já que ele estava gritando.

"Grávida." – Anahí estancou quando a irmã falou depois de alguns segundos em silêncio. Maite já estava com o ouvido colado na porta tentando não perder nada da briga. Ela arriscou um olhar para a amiga que ainda continuava abaixada com as chaves na mão.

"Quem é o pai?" – Henrique falou mais controlado desta vez, porém dessa vez foi Mariane que se descontrolou começando a chorar.

"Alfonso." – Assim que a palavra saiu de sua boca houve um silêncio, tanto do lado de dentro quando do lado de fora. Maite se afastou da porta como se aquele objeto queimasse. Anahí se controlou para não cair de vez, demorando algum tempo para processar o que tinha acabado de escutar. Tudo parecia um terrível pesadelo, mas pesadelos passavam ao acordar e aquilo, bom, ela sabia que só pioraria dali para frente.

Tormenta de EmoçõesOnde histórias criam vida. Descubra agora