Capítulo 12 - O presente: sexta parte.

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"Siempre que haya un hueco en tu vida, llénalo con amor." – Amado Nervo.

Dias atuais – 2017

"Como ela está?" – Anahí perguntou quando viu Alfonso descendo as escadas alguns minutos depois.

"Está bem. Dei um remédio e agora está dormindo." – Ele disse olhando para janela quebrada. Alfonso desceu ao porão novamente para pegar papelão para que pudesse consertar a janela paliativamente. Anahí perguntou se ele queria ajuda, porém ele negou.

"Pelo visto a chuva não vai passar hoje." – Anahí comentou suspirando. Quando Rose estava entre os dois as coisas ficavam mais leves, porém agora que a menina não estava presente o clima ficou um pouco difícil.

"Acho que só amanhã, ou depois." – Alfonso respondeu. Quando finalmente deixou a janela de modo que a chuva não fizesse tanto estrago, colocou um pano para absorver a água e foi sentar ao lado dela no sofá.

"Parece que ainda temos algum tempo então." – Ela falou olhando para todos os lugares, menos para ele. O que Anahí poderia falar ou fazer? Eles não são amigos, não são namorados, mas também não são desconhecidos. Ninguém pode saber tanto sobre uma outra pessoa como eles conheciam um ao outro e ser considerado um desconhecido.

"Nós temos um quarto de hospedes, se você quiser, lá tem um banheiro e está tudo limpo. Eu posso te emprestar uma camisa, já que as roupas de Rose não dão em você." – Alfonso brincou.

"Eu vou aceitar. Preciso tomar um banho." – Ela sorriu, acompanhando Alfonso quando ele levantou, a conduzindo até o quarto.

"Fique a vontade, vou pegar uma toalha. uma das minhas camisas e uma bermuda."

"Está ótimo." – Ele a deixou sozinha e Anahí aproveitou pra ver o quarto, era muito bonito assim como o resto da casa. – "Porque você se mudou para cá?" – Ela se lembrou de perguntar quando ele voltou. Tinha pensado nisso desde o momento que sua mãe contou que ele estava morando naquela casa.

"Essa casa fica mais perto do hospital e eu precisava morar em algum lugar já que Mariane ficou com o apartamento." – Alfonso deu de ombros.

"Pensei que você não gostasse daqui." – Ele ficou em silêncio por alguns segundos enquanto entregava as coisas que tinha ido buscar – "Obrigada." – Anahí agradeceu.

"Meu pai está internado no hospital psiquiátrico." – Alfonso confessou, ainda não tinha dito para ninguém – "Passei muito tempo com raiva de tudo que ele fez minha mãe e eu passar, mas agora ele não pode ditar minha vida mais. Eu não gostava daqui realmente, mas não quero deixar o passado atrapalhar o futuro."

Anahí o olhou séria, Alfonso parecia estar realmente mais maduro. Talvez ela tivesse feito um mau julgamento com base na historia ruim que tiveram. Mas já fazia tantos anos...

"Essa eu vou devolver." – Ela falou se referindo a camisa emprestada, Anahí tinha ficado com várias de quando estavam juntos e depois do término do namoro, em um ataque de raiva, tinha queimado todas.

"Não tem problema, minhas camisas sempre ficaram melhor em você mesmo." – Alfonso piscou antes de sair do quarto, deixando Anahí sozinha. Ela balançou a cabeça sorrindo em seguida.

Pode ser que a tempestade não tivesse sido tão ruim.

Anahí tomou um banho relaxante, passou incontáveis minutos deixando apenas a água morna cair sobre sua cabeça. O dia ainda não tinha acabado e ela já estava exausta, não é todo dia que você fica presa na casa do ex, com a filha dele e da sua irmã, tendo que se abrigar de um tornado. Ela riu da sua própria situação.

Tormenta de EmoçõesOnde histórias criam vida. Descubra agora