Megan
As coisas foram acontecendo rapidamente e me vi completamente perdida. Em meu encontro com Molly, ela não entrou em muitos detalhes, pois segundo ela, Alan é quem teria que conversar comigo. Mas disse ter a certeza de que Irene tinha algo a ver com nossa separação, o que eu também já desconfiava. Provavelmente ela e Anthony estavam juntos nessa sujeira.
Apenas me confidenciou que Alan esteve esse tempo todo sozinho, esperando por mim. Não nego que aquilo foi uma injeção em meu ego. Ele ainda me queria, como eu o queria. Para que mentir? Para que negar? Eu amava aquele homem. Eu só queria ouvir sua explicação para então eu acalmar meu coração e tentar consertar tudo.
Apesar dos erros, das desconfianças, eu jamais negaria que Alan era uma pessoa incrível. Shelby merecia conhecer o pai.
Fiquei até muito surpresa em saber que ele contratou um detetive para me procurar. Por isso, Molly arquitetou tudo. Ficou combinado que eu apareceria no horário que Virgine chamava para as orações. Acabei aceitando o vestido que ela fez questão de comprar para mim e Shelby. Mas o restante do dinheiro que o "amigo do papai Noel" nos deu, eu usei para Shelby e eu irmos a um salão de beleza. Realmente, eu estava meio maltratada e precisava estar apresentável na noite de Natal.
Mentira. Eu queria realmente estar bonita para Alan.
Duas coisas me impressionaram na noite. A primeira delas foi o espanto de Molly ao ver Shelby. Quando eu ia imaginar que ela e Alan eram os ajudantes do papai Noel? Que mundo pequeno!
E outra coisa que me impressionou, emocionou e me deixou ainda mais apaixonada foi a reação de Alan ao ver a filha. Meu Deus! Ele amava a Shelby sem ao menos saber que era nossa. Será que ele chegou a pensar que não sentiria essa emoção se eu tivesse aceitado seu dinheiro para abortar? Seria uma conversa longa.
Mas foi tudo incrível. Virgine e Victor, assim como David, Pamela e Lucky nos receberam com carinho, tratando-me da mesma forma que há seis anos. Tinha que assumir: eu amava aquela família. Era com eles que eu queria estar. Mas o pior de tudo isso era estar tão perto de Alan. Tão perto de ceder a minha paixão por ele. E vê-lo com Shelby, duplicava essa paixão. Eles eram perfeitos juntos.
Eu passei a noite inteira evitando olhar para ele. Mas no momento em que ficamos a sós, eu vi todas as minhas barreiras desmoronarem. Ele disse claramente, com todas as letras que me amava. E eu, de certa forma, disse isso também. E ele chorou. Isso não estava certo. Ambos estávamos sofrendo. Isso tinha que acabar.
Ao me deitar ao lado de Shelby, eu não dormi imediatamente. Ainda me perguntava se era tudo um sonho, se eu estava mesmo deitada naquela cama confortável, naquele quarto bem mais aquecido que minha casa. E cansada... de tudo, eu finalmente dormi.
Mas acordei na manhã seguinte, sentindo um vazio incômodo. Abri meus olhos e vi que Shelby não estava lá.
Eu me levantei rapidamente e corri até o banheiro, lavando o rosto e escovando os dentes. Era só o que me faltava, Shelby sair acordando a família inteira. Coloquei o robe sobre a camisola e sai do quarto, mas parei de supetão ao ver a porta do quarto de Alan aberta. Risadas vinham la de dentro e eram bem conhecidas para mim.
Eu me aproximei da porta e parei, completamente sem graça, ao ver a cena. Não porque Shelby estava sentada com a cabeça do pai em seu colo, acariciando os cabelos dele e rindo de alguma coisa. Mas porque ele estava com o lençol da cintura para baixo e o dorso completamente nu. Foi inevitável não me lembrar das tantas noites em que dormi sobre seu peito, sentindo seu cheiro gostoso.
Assim que me viu, Shelby esticou os braços para mim.
–Oi mamãe. Vem assistir desenho com a gente.
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Milagre de Natal - conto
ChickLitHa seis anos eu fui traído pela mulher que mais amei na vida. Ou pensei que tivesse sido. Eu pedi para que saísse de minha vida, em vez de escorraçá-la como deveria. Meu amor não permitia isso. Com o tempo, a saudade e meu amor intenso fizeram com q...