Capítulo 9

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Se um dia alguém me perguntasse qual foi o melhor dia da minha vida, eu não hesitaria em responder que foi hoje. Ou melhor, ontem, já que passava da meia-noite. Eu fiquei estupidamente feliz quando Megan aceitou namorar comigo. Eu me senti no céu quando tivemos nossa primeira vez juntos. Mas nada se comparava a conhecer minha filha e ainda rever a mulher que amo. Eu poderia ter a eternidade, mas jamais saberia detalhar todas as emoções que senti. Era um misto de amor incondicional, orgulho, felicidade e até mesmo medo. Sim, eu tive medo. Medo de não ser o pai que ela fantasiou. Medo de errar mais uma vez. Medo de magoar.

Como sempre, Molly percebeu meu conflito interior e colocou a mão sobre meu ombro, dizendo sábias palavras.

–Apenas faça dar certo. Você ama. Você é um homem incrível e tem o potencial para fazer essas mulheres felizes. Esqueça seus medos. Você tem uma mulher de fibra ao seu lado.

Mas eu ainda não tinha essa mulher. Megan e eu mal trocamos meia dúzia de palavras... e aquilo me assombrava. Mas eu entendi também, que ela queria dar um espaço para pai e filha. E meu Deus... como eu estava apaixonado por Shelby. Passei todas aquelas horas com olhos marejados. Ver como ela se entrosou com minha família, como era doce, meiga e esperta.

Seus olhos brilharam e ela chorou de novo ao abrir seus presentes. E lógico, Megan também recebeu os seus. Eu nunca esqueceria esse gesto de Molly. E agora eu estava aqui novamente, chorando de emoção... e vergonha de mim mesmo. Shelby segurava minha mão e acariciava, fazendo meu coração bater mais rápido.

–Eu que tive a ideia de pedir o vestido para a mamãe. Ela nem sabia. A mamãe é linda, não é, papai?

–Sim, princesa. Ela é linda.

–Pois é. E eu quis ver a mamãe usando um vestido bonito no Natal, para ela ficar mais bonita ainda. Sabe, ela não tem muito dinheiro. Eu sei que ela deixa de comprar para ela para poder comprar pra mim.

Engoli meu choro, ao mesmo tempo em que fechava os olhos. Tenho certeza que se Megan soubesse que nossa filha estava me contando aquilo, ela não a deixaria sozinha comigo.

–Shelby... alguma vez faltou alguma coisa para vocês? Tipo...

Pensei bem nas palavras, para não poder falar nenhuma merda. Era minha cara fazer isso.

–Algo de comer? Já faltou alguma coisa?

Ela pareceu pensar e eu ri, quando ela coçou o pescoço.

–Não. A mamãe nunca deixa. Eu só não posso comer tudo o que eu gosto. Como ela diz...as coisas su...supestes.

–Supérfluas.

–Isso. Mas sempre tinha leite, pão, maçã que eu gosto. Passei a mão nos cabelos dela.

–Eu disse que ela era incrível, não disse? E nem sabia que era a minha Megan.

–Você vai ficar com a gente? Ela te ama.

Eu ofeguei e girei a cabeça, procurando por Megan. Ela estava ao lado de Pamela e Molly e sorria de algo que Pamela dizia. Meu coração agora martelava com mais força, esperando pelo seu olhar confirmando o que nossa filha dizia. Mas se ela percebeu que eu a olhava, preferiu ignorar.

–Ela lhe disse isso?

Perguntei, voltando a olhar para Shelby.

–Não. Eu ouvi quando ela estava dormindo.

Sorri. Megan costumava falar sem parar durante o sono.

–Tudo o que mais quero é ficar com vocês. Eu amo vocês duas

Milagre de Natal - contoOnde histórias criam vida. Descubra agora