Boa leitura a todos! ❤
O Grand Foyer, local que ia ser a festa de casamento de Shawn e Hailey, não abria para qualquer um. Quando eu disse quem era e que casamento estava organizando, eles não hesitaram. Eu estava com um dos representantes da firma de decoração, para que eles pudessem ver as opções possíveis para aquele salão imenso.
- O que Hailey quer? - o representante perguntou.
Seu nome era Philip e ele era gay assumido. Gays normalmente tinham um senso de moda e posicionamento aliado à praticidade dos homens, então eles eram escolhidos para essas tarefas. Não que mulheres não fossem boas o suficiente ou que homens também não fossem bons, é que os gays eram muitas vezes mais carismáticos.
- Ela quer algo mais clássico. Então, nada daquelas ideias mirabolantes que você tem. Lembre-se: esse não é o casamento de uma coelhinha da Playboy, esse é o casamento do Shawn Mendes - eu o adverti.
Philip revirou os olhos para mim. Ele estendeu a mão.
- Melhor eu conversar com a noiva, então - ele arqueou uma sobrancelha.
Bufei e tirei meu celular da bolsa, ligando para Hailey e entregando o iPhone a Philip antes que ela atendesse. Assim que ele colocou o telefone no ouvido, já começou a conversar com ela. Ele se distanciou de mim. Por mais que eu adorasse o trabalho dele e o achasse incrivelmente carismático, Philip não ia com a minha cara. Decoração e cerimonial sempre brigam, porque um tenta dar palpite no trabalho do outro. Eu só esperava que Hailey não escutasse tudo o que Philip dissesse.
Ele caminhou pelo andar térreo do Grand Foyer, fazendo muitos gestos e falando alto. Eu não entendia uma palavra do que ele dizia, porque ele fingia um sotaque britânico muito forte e afetado. Respirei fundo. Pelo visto, aquela não seria minha decisão nem meu problema.
- Decoradores - disse uma voz atrás de mim, de uma maneira meio depreciativa - Eles nunca entendem, não é?
- Não, realmente não entendem - bufei.
Quando me virei para encarar a pessoa que traduzia meus pensamentos, meu queixo caiu.
- Nash? - perguntei, incrédula.
- Olá, baby.
Ele abriu os braços pra mim e eu caminhei lentamente para lhe dar um abraço, com o queixo ainda caído. Nash era um cerimonial. Ele tinha vinte e poucos e trabalhava para os meus pais desde que eu me lembrava. Nash era alto, atlético, tem cabelos escuros e olhos azuis. Quando eu era adolescente, enquanto a maioria das adolescentes tinha queda por famosos como Shawn, eu tinha uma queda imensa por Nash. Pensar que ele estava ali por vontade própria pra me ver era simplesmente incrível.
Da última vez que nos vimos, eu tinha 18 e estava muito bem namorando Aaron. Mas agora, eu estava livre, leve e solta. Nada me impedia de tentar conquistá-lo ou de sair com ele.
- Tudo bom com você? - ele perguntou.
- Tudo - respondi, ainda boquiaberta - O que está fazendo aqui?
Nash me mandou um sorriso que fazia parar o coração de qualquer uma.
- Você quer a verdade ou a mentira? - ele perguntou.
- A verdade, é claro - revirei os olhos.
- Vim te ver - ele respondeu, sorrindo.
Dei risada e neguei com a cabeça. Não, aquilo não podia ser verdade. Como ele ia saber onde eu estava, no fim das contas? Alguém deve ter lhe dado informações sobre o que eu andava fazendo. Alguém deve ter lhe dado informações sobre o meu trabalho atual. Alguém que tivesse todas essas informações. Alguém como a minha mãe.
- Ah - fechei os olhos e soltei um muxoxo - Minha mãe te mandou aqui, não foi?
Nash nem tentou me enganar, já foi soltando toda a verdade.
- Ela só queria ter certeza que você estava fazendo um bom trabalho, Emma - ele explicou.
- Foda-se, sou grande o suficiente para saber fazer o meu trabalho - respondi, brava.
- Não fique brava.
- Não estou brava - respondi entredentes.
Nash começou a dar risada. Ele me conhecia desde que eu era pequena, então sabia muito bem que eu estava mentindo. Respirei fundo e cruzei os braços. Ele podia ser lindo, mas seu charme não me afetava mais como antes. Agora eu tinha as rédeas da minha própria vida e ele não ia me usar como gato e sapato nem se quisesse.
- Só pra deixar claro, não vou dividir meu salário com você - afirmei.
Nash deu risada mais uma vez.
- Não estou pedindo isso. Só vim te ajudar. Sou como um consultor, pense assim.
- Nunca precisei de uma porra de um consultor - franzi as sobrancelhas - e não vou precisar agora. Desculpa, Nash, mas isso não cola. Você veio me espionar.
Ele me encarou de sobrancelhas arqueadas quando me ouviu soltar um palavrão, mas voltou à sexy expressão de indiferença de antes. Ele deu de ombros e eu soube que pouco lhe importava o que eu achava. Ian também tinha as rédeas para a sua vida. Pela primeira vez, estávamos conversando como iguais. Éramos dois adultos independentes.
- Pense o que quiser, mas não vou embora - ele disse, se aproximando.
Mesmo sendo independente agora, Nash ainda conseguia fazer minha pulsação subir. Todos os anos tendo uma queda por ele e agora tendo finalmente a chance de poder dar em cima dele sem culpa deviam estar afetando meus pensamentos. Respirei fundo e assenti com a cabeça, abrindo um sorriso fraco.
- Que bom que você vai ficar - murmurei.
- Que bom que você gosta de mim por aqui - ele murmurou de volta, de um jeito muito sexy.
Philip se aproximou de nós naquele exato momento. Ele trazia meu celular nas mãos e falava muito alto. Eu e Nash nos separamos - mesmo eu não tendo percebido que havíamos ficado tão próximos. Philip só percebeu que estava interrompendo algo quando chegou mais perto e viu minhas bochechas coradas e Ian tentando desviar os olhos.
- Quem é o bonitão aqui? - ele perguntou pra mim.
- Este é Nash, um amigo da família - respondi, apresentando os dois - Este é Philip.
- Olá, Nash- disse Philip.
- Olá. Não jogo no seu time, desculpa - ele foi seco.
- Posso fazer você mudar de ideia - Philip disse, dando risada.
Nash me olhou como se implorasse para ir embora. Peguei meu celular da mão de Philip e lhe dei dois beijinhos na bochecha. Ele me olhou com as sobrancelhas franzidas, porque devia querer que Nash o beijasse. Sorri para Philip e lhe dei um tapinha no ombro.
- Obrigada. Nós nos falamos depois.
Nem esperei pela sua resposta e puxei Nash pela mão, levando-o para fora do Grand Foyer. Ian deu risada enquanto caminhávamos para longe daquele lugar o mais rápido possível. Nós acabamos entrando em uma Starbucks dois quarteirões depois e nos sentamos em uma das mesinhas vagas. Nash ainda exibia um lindo sorriso no rosto.
- Você cresceu, Emma Reynolds - ele disse, assentindo.
- Você não mudou nada, Nash Grier - rebati.
- Isso é um elogio?
- Depende do ponto de vista - dei de ombros.
Nash deu risada. Ele ficou me encarando por algum tempo até que se levantou e entrou na fila do caixa. Quando voltou, trazia dois copos de cappuccino para nós dois. Ele me deu um dos copos e eu esperei um pouco para dar um gole. Assim que o fiz, fiquei impressionada por ele lembrar que eu não gostava do cappuccino normal da Starbucks.
- O seu tem canela - ele disse, apontando meu copo.
- É, eu não gosto do cappuccino normal daqui - respondi.
- Eu sei - ele disse, sorrindo.
Sorri de volta e abaixei o olhar, arrumando uma mecha do meu cabelo. Meu Deus, ele se lembrava das minhas preferências. Aquilo só podia ser charme. Ele devia estar querendo algo comigo. Nash não fazia o que não queria, então se estava ali, era porque tinha concordado e porque queria vir me ajudar a organizar o casamento de Shawn.
- Então, conte-me sobre os noivos da vez - ele pediu - Quem são?
- Shawn Mendes e Hailey Baldwin - respondi, mesmo ele já sabendo daquilo.
- Ah, sim. Os queridinhos da América - ele sorriu.
- Exatamente! - mandei uma piscadela e dei mais um gole no meu cappuccino.
- Como eles são?
- Jovens, ricos e apaixonados - menti.
Nash arqueou uma sobrancelha e me analisou. Ele devia saber que eu estava mentindo.
- Ah, é?
-Sim
- Que sorte a deles, não? - disse, sarcástico.
- Pois é.
Nós ficamos em silêncio por tempo indeterminado. Nash seria meu consultor, meu ajudante, mas isso não significava que ele tinha o direito de saber do meu acordo com Shawn. O que acontecia entre Shawn e eu deveria ser mantido em segredo. Era algo temporário e só para matar a vontade. Nós não íamos nos apaixonar e coisa assim. Shawn era um cara legal, era um cara bonito e era ótimo na cama, mas só isso. Eu estava organizando seu casamento. Não havia algo que me broxasse mais do que pensar nisso.
- E você? - perguntou Nash, cortando o silêncio.
- Eu o que? - perguntei de volta.
Nash revirou os olhos pra mim e apontou o lugar no meu dedo onde antes havia uma aliança.
- O que aconteceu com o sr. Perfeito? - perguntou.
- Ele não era perfeito.
- Deve ter sido um choque pra você.
- E foi.
– Espero que não tenha ficado muito machucada – Nash disse.
– Você não faz ideia do quanto – respondi, trincando o maxilar.
Nash desviou o olhar. Ele sabia que aquele assunto era doloroso.
– Sua mãe disse que vocês terminaram por interesses divergentes.
– E você acreditou nela? – perguntei.
– Não. Por isso estou te perguntando agora o porquê.
– Ele me traiu.
– Ah.
Nash ficou calado novamente. Bebi mais um pouco do meu cappuccino, acabando com ele em alguns goles. Minha garganta ardeu porque o líquido estava quente, mas eu pouco me importava. Aquela conversa era maçante pra mim. Já bastava ter falado sobre isso com Shawn, agora eu teria que contar minha vida pessoal a Nash também?
Meu iPhone apitou uma nova mensagem e eu apertei pra ler.
Preciso te ver.
Era Shawn. Respirei fundo e digitei uma resposta, o endereço de onde eu estava.
- Você quer conhecer Shawn Mendes? - perguntei a Nash.
- Hum, não sei. Por que?
- Ele está vindo pra cá agora - respondi.
- Como assim? - Nash franziu as sobrancelhas - Você troca sms com ele?
- Sim. Sou responsável por ele, meu bem - expliquei.
- Você deve ter gostado pouco disso, não é? - Nash abriu um sorriso malicioso.
- Do que está falando?
Franzi as sobrancelhas. Será que ele sabia de algo e não queria me contar?
- O cara é bonito, tenho que admitir. Tenho certeza que você adora passar um tempo a mais com ele - Nash me mandou uma piscadela.
- Cala a boca! - eu disse, respirando aliviada - Ele é só mais um cliente.
Corei ao dizer aquilo, porque era uma mentira deslavada. Shawn não era só mais um cliente e eu sabia muito bem daquilo. Nunca me envolvi tanto com um cliente, nunca fui pra cama com um cliente, nunca passei tanto tempo com um cliente. A minha relação com Shawn passava dos limites da profissional e chegavam aos limites da sexual.
Nash e eu ficamos em silêncio. Shawn chegou poucos minutos depois. Ele causou um pequeno rebuliço ao entrar na Starbucks, mas quase ninguém o incomodou lá dentro. Nova York era feita de gente acostumada aos famosos. Assim que me viu, Shawn abriu um sorriso enorme. Abri o mesmo sorriso imenso de volta. Ele se aproximou de nós dois e puxou uma cadeira para se sentar junto conosco. Nem pareceu reparar em Nash.
- Oi - eu disse.
- Oi - ele respondeu, ainda sorrindo.
Nash pigarreou para avisar que estava lá. Eu balancei a cabeça e apontei Nash, com um sorriso falso. Meu Deus, se ele ainda não havia descoberto que nós estávamos transando, deve ter descoberto naquele momento. Pelo jeito que Shawn me olhou quando se sentou na mesa, estava claro que ele queria me foder bem ali naquela Starbucks. Ele devia ser mais sutil.
– Shawn, esse é Nash Grier. Veio me ajudar a preparar seu casamento – apresentei-os.
Shawn finalmente tirou os olhos de mim e olhou para Nash. Eles apertaram as mãos de uma maneira meio brava e Shawn encostou as costas na cadeira. Nash parecia perdido e sem saber o que falar. Shawn normalmente era tão simpático com as pessoas, mas não parecia muito feliz com a presença de Nash. Eu não imaginava o porquê.
– Acho que a Emma é boa o suficiente pra conseguir trabalhar sozinha – Shawn disse, olhando pra Nash.
– Diz isso pra mãe dela – Nash respondeu, divertido.
– Ah, pode deixar. Vou dizer – Shawn respondeu, abrindo um sorriso cínico.
Engoli em seco. Aquela era uma péssima hora para o meu cappuccino ter acabado. Os dois caras por quem eu me sentia atraída estavam na mesma mesa, se enfrentando. Aquilo parecia uma piada de mau gosto. Shawn me olhou e pareceu entender meu desconforto.
– Emma, vamos embora? Preciso resolver umas coisas com você – Shawn disse.
– Ah, claro. Vamos.
Nós nos levantamos. Shawn também se levantou. Ele e Shawn apertaram as mãos novamente, de um jeito mais bravo dessa vez. Nash me deu um beijo na bochecha e me mandou uma piscadela. Eu e Shawn saímos da Starbucks e entramos direto num grande carro preto, que entrou em movimento logo em seguida. Shawn me olhou de cara feia.
– Quem era esse?
– Um amigo de família – respondi – Minha mãe o mandou porque não acredita no meu potencial, então ele está aqui pra me vigiar.
– Parecia que ele está aqui por outra coisa – Shawn disse, a sobrancelha arqueada.
Então eu soube do que aquilo realmente se tratava.
– Você está com ciúmes de mim? – perguntei.
– Sim. Não quero que nenhum outro cara foda você – ele respondeu.
Minha risada foi histérica e desesperada. Shawn com ciúmes de mim, aquela era boa.
– Aquele pode ser meu futuro marido e você não quer que ele me foda?
– Aquele não vai ser seu futuro marido – ele revirou os olhos.
- Como você sabe?
- Porque eu não gostei dele. Tenho que aprovar seu futuro marido.
- E quem disse que eu aprovo sua noiva? Mesmo assim você vai se casar - dei de ombros.
Shawn me encarou de olhos arregalados.
- Você não aprova Hailey? - ele perguntou.
Dei de ombros mais uma vez.
- Acho ela muito mandona, mas quem sou eu pra aprovar qualquer coisa? A vida é sua.
- Emma, eu só não quero que você cometa um erro com esse cara...
- Relaxa, Shawn. Sei escolher muito bem meus homens.
Shawn deu risada e me encarou.
- Sabe mesmo? - perguntou.
-Sei. Escolhi você, não escolhi?Notas finais
Não seja um leitor fantasma vote na história e interage comigo, por favor! ❤
Obrigado por ler, e indiquem a fanfic aos friends KKKKKKK
Xoxo, Laura. ❤
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The Wedding • || Shawn Mendes|| •
FanfictionShawn Mendes vai se casar. E quem melhor do que a família Reynolds pra organizar o casamento? A tarefa de cerimonial passa a ser de Emma Reynolds e ela tem que planejar todos os detalhes do casamento perfeito de Shawn Mendes e Hailey Baldwin. Sua ta...