Capítulo 9

7.2K 496 45
                                    

Boa leitura a todos. ❤



- Acho que Shawn não gosta de mim - disse Nash do outro lado da linha.

Respirei fundo e fechei os olhos. Eu tinha certeza que Shawn não gostava dele. Não só não gostava como também tinha ciúmes dele, o que era bem pior. Abri os olhos novamente e encarei os outros carros pela janela do táxi enquanto me dirigia ao Four Seasons.

- Não seja idiota, Nash. Como você pode pensar isso? - rebati.

- Ele agiu de uma maneira estranha na Starbucks naquele dia - Nash acrescentou.

- Ele estava estressado naquele dia. Por mais que as pessoas pensem que é fácil, é difícil ser Shawn Mendes. Ele é famoso demais.

- Eu entendo isso - Nash parecia ofendido - Eu só acho que ele tinha que ter sido mais simpático.

- Ele é o Shawn Mendes, caramba - respondi, brava - Se ele quiser pisar em você, você deixa porque ele é foda só por ser quem é.

Nash começou a dar risada do outro lado da linha.

- Você deixa ele pisar em você? - ele perguntou, aos risos.

- Ele não ousaria - respondi e abri um sorrisinho malicioso que Nash não podia ver

Se Shawn tentasse pisar em mim, eu pisaria nele de volta. Mas eu não conseguia imaginá-lo fazendo tal coisa, a não ser que fosse uma tentativa de uma abordagem BDSM. Uma imagem de Shawn nu e algemado à cama de braços abertos me veio à cabeça e eu mordi o lábio. Meu Deus, aquilo seria uma ótima ideia. Nunca havia tentado algo BDSM com meus antigos namorados, mas era uma coisa que sempre tive vontade. A imagem de Shawn algemado e sem poder fazer nada, me deixando com toda a ação, era muito excitante.

– E a noiva dele? – Nash perguntou, me trazendo de volta à realidade.

– O que tem ela? – perguntei, confusa.

– Ela não pisa em você?

– Ah, ela tenta – soltei um muxoxo – Mas eu não deixo.

– Imaginei que não – eu podia ouvir um sorriso na voz de Nash – Você nunca foi esse tipo de mulher submissa. Você sempre soube se impor.

Dei risada. Nash estava certo. Eu nunca fui mulher de abaixar a cabeça e seguir ordens. Eu sou daquelas que levantam o queixo e fazem tudo sozinha. Eu era boa no meu trabalho exatamente por essa razão. Aquilo era uma qualidade e, ao mesmo tempo, um defeito. Acabou me distanciando de Aaron e me fez perdê-lo. A verdade era que eu amava meu trabalho muito mais do que amava meu namorado naquela época.

– Acho que isso é o mínimo – dei de ombros e disse.

– Eu sempre te admirei por isso, Emma.

Arqueei as sobrancelhas. Aquilo era uma surpresa. Nash Gostoso Grier falando que me admirava por eu ser tão determinada e autossuficiente? O cara por quem eu tive uma queda todos os anos da minha adolescência e juventude? Era demais para o meu pequeno coração.

– Obrigada, Nash – foi tudo o que eu respondi.

– Então, quando vamos nos ver? – ele perguntou.

– Como assim? – dei risada.

Era bom que ele não pudesse me ver, porque eu estava ficando corada. Aquilo era tão estranho e tão diferente de mim que eu queria que passasse logo. Eu não ficava corada por causa de homens, eu sabia daquilo. Mas Ian era diferente. Nash era o cara por quem sempre fui apaixonada, por assim dizer. Vê-lo dar em cima de mim era incrivelmente embaraçoso.

– Estava pensando que a gente podia tomar um café ou jantar fora algum dia – ele continuou – Como amigos, claro.

– Ah, claro. Podemos fazer isso – eu sorri.

– Tudo bem, então. O que está fazendo hoje?

Olhei em volta, pensando se lhe contava que ia visitar Shawn. Eu tinha recebido uma mensagem dele dizendo que queria me ver, portanto eu não podia reclamar. Nós tínhamos aquele acordo e íamos usufruir dele da melhor maneira possível. Não havia porque ficar passando vontade quando eu podia estar fodendo Shawn Mendes.


– Tenho um compromisso hoje – respondi.

– Ah, que pena. E mais tarde? – Nash insistiu.

– Acho que meu compromisso dura o dia inteiro.

– Nossa, o que você vai fazer? – ele deu risada.

Dei risada junto, mas não respondi.

– Ah, então tudo bem. A gente marca outro dia – Nash caiu na real.

– Sem problemas. Quando você está livre? – perguntei.

O táxi parou na frente do Four Seasons e o motorista cobrou a corrida. Eu paguei e saí do carro, correndo até o hall de entrada.

– Quando você estiver – Nash respondeu enquanto eu corria na direção de um elevador que se fechava.

Consegui colocar o braço e impedir o elevador de se fechar, então entrei e apertei o número da suíte presidencial. Não consegui evitar um sorrisinho. Nash estava mesmo interessado em mim e queria sair comigo. Ele nunca tinha tentando tanto. Eu estava gostando daquilo.

– Na sexta feira, pode ser? – perguntei.

O elevador parou no andar de Shawn. Um dos seguranças trogloditas me cumprimentou com sua costumeira cara feia e eu entrei na suíte, revirando os olhos. Todos aqueles seguranças eram uns babacas. Shawn devia ter um segurança particular mais legal do que aqueles caras.

– Tudo bem. Jantar na sexta. Mal posso esperar.

Dei risada enquanto caminhava até o quarto de Shawn.

– Também mal posso esperar. Beijos e até lá. Tchau.

– Tchau, Emma – e então Ian desligou.

Olhei em volta quando cheguei aos pés da cama desarrumada e tirei o telefone do ouvido. Guardei-o na bolsa e franzi as sobrancelhas. Onde Shawn estava? Eu me virei e o procurei até pelo closet e voltei à estaca zero. Quando senti suas mãos tocarem na minha cintura, pulei de susto. Shawn soltou uma gargalhada.

– Oi – ele disse.

– Oi – eu disse, sorrindo – Isso é jeito de me receber?

Eu me virei para encará-lo. Ele tinha acabado de sair do banho e a toalha ainda estava ao redor dos quadris. Vê-lo daquele jeito já me deixava excitada. O calor que sua pele emanava era incrível e eu quis cortar nossa distância e me perder em seus braços.

– Com quem você estava falando no celular? – Shawn perguntou.

– Ninguém – respondi, porque sabia que ele não gostaria da verdade.

Shawn arqueou a sobrancelha e mordeu o lábio inferior. Ele não tinha acreditado, é claro. Ele soltou a toalha da cintura, ficando completamente nu. Perdi o fôlego por um segundo e me recompus depois de algum tempo. Seus olhos queimavam os meus. De súbito ele se aproximou, me puxou pela cintura e nós caímos juntos na cama.

Seus lábios se prenderam nos meus e sua língua entrou em minha boca. Shawn passou a acariciar a lateral do meu corpo, descendo pela minha cintura e chegando aos meus quadris. Ele acariciou minhas coxas e abriu minhas pernas, se ajoelhando na cama e se encaixando no meio delas. Passei os lábios para seu pescoço e enterrei as mãos em seu cabelo.

– Ah, Emma... – Shawn sussurrou – O que eu faço com você?

Dei risada e mordi seu pescoço de leve.

– Eu adoraria te foder com força agora, mas eu planejei uma coisa diferente hoje – ele disse.

– Eu gosto da ideia de você me fodendo com força – sussurrei.

– Meu Deus, você não sabe o quanto eu também gosto.

Ele beijou meu pescoço e eu soltei um gemido involuntário.

– Você me deixa excitado tão rápido – Shawn sussurrou por entre os beijos enquanto descia os lábios.

Soltei outro gemido. Saber que eu o deixava excitado era algo que me afetava de uma maneira tão profunda. Aquele homem gostoso, famoso e rico me queria e me desejava. Aquilo era maravilhoso. Nem nos meus maiores sonhos uma coisa daquelas acontecia. Nunca pensei que poderia chegar a ter um relacionamento sexual com alguém como Shawn. E aquela era uma das razões pelas quais eu devia aproveitar aquilo ao máximo.

– Você é tão gostosa – Shawn sussurrou enquanto descia os lábios pela minha clavícula.

– Você é um deus do sexo – sussurrei.

Nós dois demos risada. Shawn se sentou na cama e me puxou para seu colo. Eu sentia sua ereção muito evidente agora e sabia que ele estava pronto pra ação. Eu estava excitada além da conta também. Se ele quisesse, nós podíamos foder ali mesmo.

– Acho que vou sentir falta disso quando eu me casar – ele murmurou.

Eu o encarei nos olhos e neguei com a cabeça. Não, não, não. Aquele não era o tipo de coisa que ele devia dizer. O que ele devia dizer era "que pena que isso vai acabar quando eu me casar, mas eu vou foder a minha mulher do mesmo jeito que fodo você" ou algo assim. Aquela frase soava como se Shawn preferisse continuar com o acordo comigo a se casar com Hailey.

– Não vai, não. Você vai foder tanto sua mulher que não vai nem se lembrar de mim – respondi.

Shawn deu risada e segurou meu rosto em suas mãos. Seus lábios encontraram os meus e eu senti um espasmo percorrer toda minha coluna. Shawn me soltou poucos segundos depois e me encarou profundamente.

– Nunca vou me esquecer de você – ele sussurrou.

Desviei o olhar. Aquela era outra frase que ele não devia me dizer. Ele não podia me dizer uma coisa daquelas. Sem sentimentos, sem pressão, sem expectativas. Ele ia se casar e eu estava planejando o casamento dele. A última coisa que eu precisava naquele momento era que ele se envolvesse. Porque se ele se envolvesse, eu seria um caso perdido.

– Não sou inesquecível – respondi, dando de ombros – Mas enfim, você me disse que tinha planos para hoje. O que é?

Shawn sorriu e me abraçou pela cintura.

– A gente podia sair um pouco hoje.

– Nada de demonstrações de afeto em público, lembra? – eu o lembrei.

– Não estou pedindo demonstrações de afeto. Estou pedindo por um dia ao ar livre com você. Isso é muito?

Dei risada e envolvi seu pescoço com os braços.

– Não, não é muito. Depende de aonde vamos.

– É surpresa – ele sorriu feito um garotinho.

– Ah, meu Deus! – eu dei risada – Me conta, vai.

– Não.

– Nem se eu te torturar? – perguntei, beijando seu pescoço.

– Não vou contar – a voz de Shawn falhou um pouco.

Beijar seu pescoço era um ponto fraco e eu sabia muito bem. Ele ficava todo arrepiado quando eu fazia aquilo. Meus seios eram meu ponto fraco e Shawn também já parecia ter adivinhado aquela informação. Eu adorava quando ele os acariciava.

– Seu chato – murmurei, ainda beijando seu pescoço.

Shawn me empurrou para trás e eu caí deitada na cama. Ele se levantou e caminhou para longe de mim. Agora eu percebia o quanto ele estava mesmo excitado. Dei risada.

– Caralho, Emma – Shawn xingou em voz alta – Você não tem jeito.

– Não tenho mesmo – cruzei os braços e dei mais risada.

Shawn foi em direção ao closet e voltou com os braços cheios de roupas. Ele jogou o monte em cima da cama e começou a se vestir. Eu apoiei os cotovelos na cama e levantei o tronco, encarando-o com as sobrancelhas arqueadas. Nós não íamos foder? Por que ele estava colocando roupas? Seria muito mais fácil se ele ficasse nu.

– O que você está fazendo? – perguntei.

– Nós vamos sair, lembra?

– Ah, é – revirei os olhos – Gosto mais da ideia de você me fodendo com força.

Shawn soltou uma gargalhada e terminou de subir os jeans pelas pernas. Ele deu a volta na cama e se aproximou de mim. Eu me sentei na beirada da cama e abotoei sua calça. O volume na cueca ainda era visível, mas já não era tão grande. Shawn me olhava com desejo e mordia o lábio inferior. Eu levantei a cabeça e passei a língua pelos lábios.

– Não tente me excitar, Emma Reynolds – ele disse, me alertando.

Comecei a dar risada e me levantei.

– Desde quando você ficou tão chato? – perguntei, passando por ele e caminhando em direção ao banheiro.

Shawn me puxou de volta para si e fez com que as minhas costas encontrassem seu peito. Minha bunda bateu no volume em suas calças e eu soltei um gemido involuntário. Shawn desabotoou minha calça e enfiou a mão dentro da minha calcinha. Joguei a cabeça pra trás quando seus dedos tocaram minha parte mais sensível e mordi os lábios de novo.

– Isso é chato?

– Como você consegue ser tão gostoso assim? – sussurrei.

Abri um pouco as pernas para dar espaço para a mão de Shawn. Seus dedos se moviam rapidamente pelo meu clitóris e desceram para me penetrar. Ele penetrou um dedo e tirou, depois penetrou dois. Eu já estava excitada antes e minha calcinha já estava molhada. Agora então, eu era um caso perdido. Procurei o volume ereto de Shawn e o acariciei por cima dos jeans. Shawn soltou um suspiro e um gemido e tirou a mão de dentro da minha calça.

– Vamos acabar com isso mais tarde – ele sussurrou e se afastou.

– O que?

Abotoei minha calça e o encarei, as maçãs do rosto ruborizadas.

– Quando a gente chegar, nós vamos foder.

– Shawn, isso é tortura – eu arregalei os olhos.

Ele soltou outra gargalhada e colocou uma camiseta. Depois se sentou na cama para colocar os tênis. Eu caminhei até o banheiro e encarei meu reflexo no espelho, pensando no quanto Shawn sabia me deixar louca. Ele conseguia ser apressado e lento. Satisfazer todos os meus desejos e me deixar na expectativa. Aquele acordo havia sido uma das melhores decisões da minha vida sexual, se não a melhor delas.

Voltei para o quarto e ele já estava pronto, de pé. Ele colocou o iPhone no bolso, pegou a carteira e indicou a porta. Nós dois saímos da suíte agindo como se nada tivesse acontecido e entramos no elevador. Um dos trogloditas entrou conosco. Respirei fundo, porque eu odiava aqueles seguranças. Se eles pelo menos fossem simpáticos.

Com um baque e um barulho alto, o elevador parou. A luz se apagou e nós ficamos parados em algum andar abaixo. Shawn agarrou minha mão e começou a respirar com dificuldade. Olhei em volta. O elevador do Four Seasons parar era muita falta de sorte. Um hotel daquele tamanho que nunca devia ter tido problemas com maquinário, tinha que parar logo enquanto Shawn e eu estávamos descendo.

– Eu sou... – Shawn soltou minha mão e eu senti que se afastou de mim – Sou claustrofóbico.

– Ai, merda – xinguei baixinho.

Tateei à procura de Shawn novamente, porque eu não queria que ele saísse de perto de mim. Logo, logo o elevador voltaria a funcionar, mas Shawn ia ficar nesse desespero dele por quanto tempo? Eu não queria que ele se desesperasse muito. Claustrofobia era um problema sério.

– Shawn? Shawn, venha aqui – eu o chamei.

Ele apareceu de novo e eu o puxei para um abraço.

– Pensa em mim. Só em mim. Não pensa no elevador, nem no espaço pequeno que nós estamos. Pensa em mim e pensa que nós estamos juntos em algum outro lugar. E me aperta forte. Fecha os olhos e pensa em mim.

Apertei Shawn com força e torci para que ele estivesse fazendo o que eu pedisse. Ele parou de tremer um pouco e com o tempo voltou a respirar normalmente. Nós ficamos abraçados por minutos consecutivos. Eu não fazia ideia de quanto tempo havia se passado, mas sabia que não podia soltá-lo. Eu alisava suas costas e afagava seu cabelo para que ele soubesse que eu ainda estava lá e que eu não ia lhe afastar de mim.

Com outro baque e um barulho, a luz voltou. O elevador voltou a pegar e voltamos a nos movimentar. Shawn me soltou lentamente e se afastou até estar apenas do meu lado. As portas do elevador se abriram no térreo e nós saímos, desviando dos inúmeros técnicos que estavam lá pra consertar o problema no maquinário.

– Vocês ficaram cinquenta minutos lá em cima. Está tudo bem? – um dos técnicos perguntou.

– Cinquenta minutos? – Shawn perguntou, boquiaberto.

– Sim, está tudo bem – respondi por nós dois - Obrigada.

Nós caminhamos pelo hall de entrada em silêncio. Antes de sairmos para as ruas de Nova York, Shawn olhou pra mim. Ele ainda parecia chocado. Eu também não tinha ideia que tanto tempo havia se passado dentro daquele elevador. Eu podia supor que havia se passado, no máximo, vinte minutos. Mas cinquenta? Aquilo era bastante coisa.

– Obrigado – Shawn murmurou, me encarando.

– Não precisa me agradecer – respondi.

Ele realmente parecia agradecido. Naquele momento eu percebi que não o conhecia. Não o conhecia nem um pouquinho. Eu sabia do terno que ele queria usar no casamento, do lugar que ele queria se casar e de como ele era bom na cama. Mas eu não conhecia seus defeitos e suas qualidades. E vendo-o escapar de um ataque de claustrofobia era o primeiro sinal de que estávamos nos conhecendo. Afinal, você não conhece realmente uma pessoa se não souber de suas paranoias e manias. Eu estava finalmente começando a descobrir Shawn.


Notas finais

Não seja um leitor fantasma vote na história e interage comigo, por favor! ❤

Indique a fanfic para os friends KKKKKK

XOXO, Laura! ❤

The Wedding • || Shawn Mendes|| •Onde histórias criam vida. Descubra agora