Parte III

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   "BATALHA NA TORRE !"

    Simon, Clary e Jace desceram em frente ao Museu do Louvre exatamente às 20h00 da noite de véspera de Natal. Parecia que a própria Paris  sabia que o natal se aproximava pois caia uma nevasca que gradativamente ia ficando mais forte.
   Simon segurava  um arco, e uma aljava. E dentro da aljava se encontrava uma flecha especial que brilhava  num tom mais vivo que as outras. Era a Flecha que Clary havia aplicado  a runa Espírito Natalino, os três   concordaram  que melhor seria colocar numa flecha, pois não precisariam se aproximar tanto do demônio. E não conseguiram aplicar em mais de uma flecha, pois perceberam depois que tal runa acabava exigindo muito da energia de um Shadowhunter. Assim nem Jace e nem Simon deixaram que Clary fizesse mais de uma de uma vez só.
   Por incrível que pareça o Louvre estava aberto , sem proteção , os seguranças na portaria estavam desmaiados no chão, assim entrar nele foi muito fácil, bem diferente do que eles imaginavam.  E os três caçadores armados iniciaram um tuor pela penumbra dos corredores noturnos do Louvre, em busca de Isabelle Lightwood.  Passaram por obras de artes as quais  Simon e Clary pararam para olhar, eram famosas para eles, mas Jace nem sequer parecia entender o que era a Monalisa quando os dois pararam para observa-la.
— O que é que há com uma mulher  com nenhuma beleza assim exuberante  e um sorriso sem nada em especial ? — Ele comentou.
   Eles continuaram explorando o lugar até Clary , em meio a escuridão, tropeçar em algo e cair, e em seguida  descobrir que ela  havia tropeçado num corpo humano.
—  É Cecília !—  exclamou Simon, se abaixando para ajudar a garota inconsciente —   a garota que estamos ajudando. Não esta morta , só desacordada.
—  Se acordarmos ela podemos chegar  em Izzy.—  Ponderou Clary.
—  Okay. Mas como vamos fazer isso ? Não podemos usar runas nela. — 
Jace perguntou.
—  Tive uma idéia—  disse Simon encarando uma porta num canto onde dizia " Só para funcionários da limpeza". E lá Simon achou um frasco de  álcool que usou para  desacordar Cecília. Assim que essa o viu  começou a falar sem parar:
—    Quem são vocês ? O que querem ? Eu não tenho nada.  Podem ver. Nada. Me deixem ir. Preciso ajudar meu irmão.
—  Somos amigos da Isabelle , viemos ajuda-las com  Jonas. —  informou  Clary, numa voz tranquila.
  Ao ouvir aquilo a garota se acalmou um pouco, e começou a falar consigo mesmo:
—  Isabelle? Meu Deus Isabelle, tenho que ir ajuda-la.
—  Onde ela está ?—  Clary perguntou, se abaixando junto a garota.
—   Ela estava aqui comigo, as crianças estavam aqui. Todas escondidas no subterrâneo, Izzy descobriu. Descobriu todo o plano , ela sabia como entrar  na câmara pra ajudar as crianças e  quase conseguiu. Mas ele chegou , a criatura. Aquela coisa horrível , ele a levou junto. Vai sacrifica-la. Eu sei para aonde levou ela.

*   *   *

A Torre Eiffel havia sido construída em 1889 por Gustave Eiffel, era o maior edifício de Paris e também o mais visitado.  Mas , independente de ser uma Caçadora de Sombras...Uma guerreira fodona como Simon gostava de chama-la às vezes, ela também tinha defeitos como qualquer outra pessoa e um deles era o medo de altura. Desde que havia chegado em Paris, Simon fará planos para eles  subirem a torre, e Izzy consegui adiar até aquele momento.  Seria mais fácil dizer que tinha medo de alturas, mas Simon lhe via com tanta admiração que  a idéia de lhe contar a deixava constrangida.  Porém,  parecia que de qualquer jeito o destino queria que ela subisse os  324 metros  da Torre, pois quando acordou foi lá que estava.
  Por um momento se sentiu enjoada, desconcertada, pois estava ao ar livre bem num dos últimos andares. A última coisa que lembrava era de estar num corredor do Louvre, prestas à entrar numa passagem atrás  de uma estátua e então apareceu um policial, o mesmo que havia interrogado  Cecilia, sem mais nem menos ele se transformou numa coisa...um monstro horrível com chifres medonhos e usando  uma manta vermelha idêntica à  do Papai Noel. Antes que Izzy pudesse puxar seu arco ele a atacou  numa agilidade sobrehumana e todo o mundo ganhou borrões  até se fazer em total escuridão.
   Ela se levantou com cuidado. Ouvia vozes, ouvia carros, ouvia o vento, ouvia tudo e via toda a Paris dali de cima...Tinha que admitir que era uma vista magnífica. 
  Num canto do local em que estava a caçadora ouviu movimentos bruscos e se virou abruptamente. Eram três crianças,  conhecia ela pelas fotos em seus bolentins de ocorrência...Uma delas era Jonas.
  Izzy se aproximou deles se apoiando na parede.
—  Vocês estão  bem? Ele machucou vocês?
Eles não responderam, apenas encaravam ela meio aterrorizados. Izzy estranhou, mas compreendeu que era uma completa estranha para eles.
—   Não se  preocupem, eu estou aqui para ajuda-los. —  olhou para Jonas—  Sou uma amiga da  Cecilia.
—  Ceci?!—  O garoto exclamou —  Ela tá bem? Diga a ela que sinto muito ser um garoto levado, sei que papai Noel vai me castigar mas próximo ano serei bonzinho.
—  Papai Noel ?
—  Sim, ele que nos trouxes para cá.—  uma outra garotinha disse—  Disse que não fomos crianças boazinhas esse ano, e seremos castigadas por isso.
—  Mas aquele não é  Papai Noel. É Krampus, ele é um dêmonio.
  As crianças olharam para ela horrizadas, como se Izzy tivesse acabado de dizer um palavrão bem feio.
—  Estou falando sério. Escutem, independente de vocês terem sido crianças levadas, isso não é motivo para serem castigadas da maneira como aquele monstro quer. E ele não é o Papai Noel, é o oposto dele.
—  Então , é por isso que ele é tão feio ? Ele é um d-d-dêmonio?—  a garotinha perguntou.
—  Sim. E onde estão as outras crianças ? Não eram sete?.
  As crianças voltaram a ficar num silêncio aterrorizante e com semblantes preocupados. E foi um outro menino, que até então ficara calado que respondeu, apontando para  o lado:
—  Ele as levou, lá para cima.
   Izzy olhou pra cima e foi então que , apurando a audição , ouviu.  O ruído de madeira crepitando.
—  Os gritos acabaram, ele já deve tá vindo buscar a gente.—  Jonas choramingou.
—  Ele não vai, vou ajuda-los. Só fiquem calmos, deixem eu pensar um pouco.
  Assim a garota se afastou dos garotos e foi até a porta da espécie de cômodo de ferro que eles estavam. Ela pensou num plano, deveria pegar ele de surpresa. Então explicou as crianças, ela iria fingir que ainda estava desacordada e as crianças deveriam  tentar agir de forma normal.

Desventuras Shadowhunters: A Sombra de NicolauOnde histórias criam vida. Descubra agora