Expresso

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E eu entro novamente no expresso dá solidão

Onde eu expresso toda dor e arrependimento em palavras

Esse meio de transporte me da a visão de várias casas

Mesmo tão grande e expresso eu não sinto que é o suficiente para minha expressão


O libido não apareceu novamente no portão dos instruídos

Sempre que ele aparece parcialmente em casa ainda não é real

Não satisfaz meus desejos carnais destruídos

E essa obsessão fica primitiva e irracional


Eu deixei suco de maracujá cair na minha Monalisa genérica

Ela era tão original pra mim que eu senti como da Vinci tivesse possuído minhas mãos

Assim meu coração desenvolve novas dores e ardências transgênicas

Meus pés se perdem e com eles desaparecem meus chãos


E esse expresso anda tão rápido que eu chego ao meu ponto

Mas parece que passei dias dentro do mesmo

Dias de más lembranças mal lembradas que me deixam tonto

Porém o que seria de minha arte sem elas, nem mesmo existiria esse texto


Quando desço, as lágrimas divinas caem e ocultam as minhas

As minhas caem todos os dias, mas não são ocultadas todos eles porque é verão

Mas tenho fé que nesse outono essas coisas mudarão

E minhas olheiras incham como espinhas


E eu perdi todas as chances desse verso ser a descrição de nosso amor

Pois preferi poemas que beijar seus lábios e tocar suas curvas

Porém eu também desisti de sentir esse sentimento e escolhi o ardor

E não consegui te avistar nas ladeiras de nojo, por culpa das minhas vistas turvas


A casa está tão escura, tão atrativa para os casais apaixonados

Mas tão extremamente horrenda para um poeta sozinho

Poetas amam mais palavras que corpos pelados

Nessa escuridão consigo ver rimas, sofrimentos, mas os corpos nus não chegam, termino

meu vinho

LaurusWhere stories live. Discover now