Laurus

Sufocante breu de uma segunda

Me ensinaram que dores são aprendizados

Faz anos e eu ainda não sou formado

Ainda não sou um conformado

Há anos que não sigo ditados

Você foi, no final da tarde daquela sexta

E nunca mais voltou

Até voltou, mas apenas nos meus pensamentos pré-sono

Que mais parecem uma mão tentando me enforcar

A falta do seu calor

Faz com que eu morra lentamente

Com o frio do meu coração e alma

Chame a ambulância, hipotermia!

A falta do seu rosto

Faz com que eu sofra lentamente

Com a saudade que me trazes

Chame a psicóloga, histeria!

Seus olhos me levam para tão fundo

Mas a nossa morte sentimental me desce mais

Você é meu alcatruz que se partiu

Você é meu bilhete premiado da loteria que perdi por descuido

Você é minha inspiração poética diária

Inspiração póstuma social

Inspira a ação de uma vida póstuma carnal

Então por favor me enfie logo seu talher de prata

O amor machuca mais que cura

Minha linda coroa de louros

Que caiu de minha cabeça

Quando me distrai olhando para o fracasso

Você anda tão perto de mim

Minha linda coroa de louros

Que minha cabeça cai

E meus batimentos aceleram quando te confundo na rua

Você anda tão longe de mim

Minha linda coroa de louros

Que vejo o novo dono de sua belezura

Lagrimas caem junto com minha pressão

Eu ainda te amo tanto

Minha linda coroa de louros

Que rezo para deuses mortos e vivos

Para que você volte logo para mim