Capítulo 03

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- O QUÊ? – exclama Ivy depois que contei para ela sobre o príncipe ter me pegado depois que cai do pé de macieiras.

Estávamos na vila, que fica a alguns quilômetros do castelo real. O aniversário do príncipe se aproximava e com isso o trabalho dobrava.

Ivy, Dafne, Tia Eugênia e eu precisávamos vir até aqui para comprar alguns ingredientes que se faziam necessários para a preparação do banquete que seria servido em homenagem ao príncipe, junto de um incrível baile de máscaras, que contaria com a presença de centenas de pessoas.

Ontem, depois de terminar meu trabalho na horta, Tia Eugênia veio ao meu encontro, falando que amanhã eu estaria de volta à cozinha e que esperava que eu me comportasse com uma pessoa sensata e não uma completa sem juízo. Estranhei um pouco ela ter vindo diretamente até mim, geralmente quando eu saia dos meus "castigos" ela mandava Ivy chamar-me, e ainda passava alguns dias com a cara fechada para mim. Mas não lhe questionei.

Hoje pela manhã fomos informadas sobre o banquete e também a repeito da lista de pratos que seriam servidos no mesmo. No dia do baile, que irá acontecer daqui um mês, sete cozinheiros irão nos ajudar a preparar as refeições e aperitivos; uma equipe irá está presente para ornamentar o grande salão; e uma série de estilistas serão contratados para vestirem a família real.

- Meninas, será possível concentrarem-se no trabalho? – fala tia Eugênia, que andava um pouco a nossa frente, segurando algumas sacolas com pimentas rosa, noz moscada, castanhas e amendoins.

Já havíamos passado por algumas lojas, compramos alguns temperos que se faziam necessários e encomendamos outras coisas, que seriam entregues no castelo próximo a data prevista para o evento. Estávamos à procura de outras especiarias que davam um toque especial aos alimentos, quando encontramos dois homens que treinavam na praça com suas espadas de aço.

- Meninas, olhem ali! – falou Dafne.

Havia alguns garotos menores que fizeram uma roda para poderem ver melhor a batalha. Os homens que duelavam pareciam ter mais ou menos a minha idade. Não pareciam estar brigando para valer, e sim apenas praticando alguns golpes com suas armas.

- Vamos para mais perto! – diz Dafne se aproximando um pouco mais da praça. Ela adorava assistir lutas de espadas; eu achava muito peculiar a maneira como seus olhos brilhavam ao avistar uma espada de aço de verdade, ás vezes eu até brincava dizendo que ela deveria ter nascido homem.

Se a analisasse, veria apenas uma garota magricela de longos cabelos loiros, mas quando passeávamos no bosque nos dias de folga, você veria que ela maneja um arco melhor que muitos homens por ai.

O rapaz de pele clara e cabelos castanhos derruba a espada de seu oponente de uma maneira brilhante, fazendo com que alguns arquejos de surpresa saíssem da boca de algumas pessoas. Ele faz uma pequena reverência, olhando para o grupo de pessoas que ali estavam reunidas, claramente feliz por ter ganhado a partida. Com sua espada, ele vai até um pé de roseiras que se encontrava na praça, corta uma com o auxílio da lâmina e vai até onde estávamos, entregando a linda rosa branca para Dafne, que sorri em agradecimento.

Olho ao redor e vejo que as pessoas já iam saindo para os seus afazeres, e então percebo que não avistava Eugênia em nenhum lugar.

- Meninas, vamos logo, ou iremos perder a carroça! – falo já correndo.

Corremos pelas ruas abarrotadas de pessoas, tropeçando e esbarrando em alguns pedestres, até o local aonde a carroça em que viemos tinha sido estacionada. Mas para o nosso desespero, quando chegamos lá só encontramos o local vazio.

- Ai meu Deus, ai meu Deus, ai meu Deus – fala Ivy andando de um lado para o outro – E agora? Como vamos voltar para o castelo?

- Ah, calma Ivy – tento controlar a situação – São só o que? Uns sete quilômetros até lá? – falo.

A Princesa PlebeiaOnde histórias criam vida. Descubra agora