Doubts

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Apesar da minha impaciência, eu queria mostrar a Minseok que não estava a fazer um jogo com as palavras; desejava que ele visse que meus sentimentos eram reais, acima da repentina solicitação para uma noite com ele. Minseok não seria qualquer um ao estar comigo, ele seria único para mim, e eu seria único para ele.

Inicialmente, não havia muito o que fazer dentro daquela acomodação. O lugar era pequeno, desconfortável e de fácil acesso. A única forma de refúgio era aplicada em situações semelhantes às de Minseok, e esse não era o caso.

Sem hesitar, ajudei-o a vestir-se rapidamente - uma maneira de precaução, considerando que alguém poderia entrar no banheiro a qualquer instante -; em seguida, tomei sua mão canhota com a minha similar e guiei o corpo pequeno pelo largo corredor da empresa. Devido ao horário, muitos funcionários já haviam deixado seus postos, e os poucos remanescentes mostravam-se como borrões em minha visão; meu único destino era o elevador.

A contagem de segundos deixava-me maluco, por que o elevador não chegava logo? Meu olhar periférico captava a tensão emanada pelos poros de Minseok. Pobre garoto... Imagino como deve estar se sentindo, talvez minha solicitação tenha sido repentina em demasia, mas não havia muito o que eu pudesse fazer àquela altura, eu o queria muito. Meu corpo permanecia em combustão desde o minuto em que vi Minseok utilizando suas mãos com agilidade e precisão; minha mente idealizava situações nas quais aqueles dedos curtos tinham seus nós brancos enquanto seguravam meu cabelo entre as unhas arredondadas novamente. Somente o poder do pensamento já era suficiente para me levar ao delírio, estava ansioso para experimentar de todas aquelas sensações pessoalmente, só que agora em cima de uma cama.

Em um estalo repentino, os portões prateados revelaram a cabine de mesma cor e eu e Minseok entramos apressados. Acredito que a pressa tenha sido totalmente minha, porém, de certa forma, Minseok me acompanhava, portanto a utilização de ambos os nomes não transforma a sentença em incorreta. Mesmo que pouco, Minseok tremia; seus pelos estavam eriçados e a respiração tão pesada e densa quanto a escuridão. Um calafrio percorreu minha espinha quando os olhos de aparência felina observaram os meus miúdos profundamente. Vi uma gota solitária brilhando ao canto de um de olhinhos como um cristal e senti o coração apertado.

Não podia ser! Eu havia dito algo errado? Estava tudo de acordo com os meus ideais. Eu não fui desrespeitoso consigo, solicitei sua presença. O que havia de errado?

Ah.

— Minseok... — iniciei cuidadoso; cabia a mim uma escolha adequada quanto ao palavreado, não podia danificar ainda mais as suas emoções — Está com medo de mim?

Por um instante eu pude captar a falta de hesitação em suas palavras, ele estava prestes a confirmar. Entretanto, interrompeu a si mesmo no último momento, engolindo a realidade e desviando o olhar que antes mantinha equilibrado contra o meu.

Eu não pude compreender imediatamente suas razões. Não havia tons rudes em minhas frases, o que havia lhe proporcionado tamanho receio?

"Eu sou virgem..."

Merda!

Outra vez fui cego por meus próprios desejos e não observei ao meu redor. Sequer lembro o que proferi para acalentá-lo no momento do envolvimento. Eu, de fato, era um homem monstruoso e confuso, mal conseguia decidir-se ou lembrar-se de suas próprias ações, uma péssima testemunha em contexto judicial.

Todavia, eu deveria encontrar uma forma de proporcionar calma a Minseok, ou não conseguiria nada de sua parte, nem uma mínima parcela de confiança. O modo de consertar a realidade era distante e desconhecido por mim, que sempre possuíra tudo o que quisera na palma das mãos; pensar que alguém fosse agir de modo envergonhado e recatado em minha presença era uma hipótese absurda!, mas que agora havia se transformado verdadeira.

O primeiro passo deveria conseguir com que ele se sentisse à vontade ao meu lado, e não reservado como se eu fosse uma fera prestes a devorar sua presa! mesmo que essa comparação fosse um tanto verídica... Enfim!

— Minseok... — minha voz foi reproduzida como um sussurro receoso. Minseok não me olhou diretamente, mas a maneira com a qual vi seus músculos ficando tensos me fez acreditar que estava ouvindo atentamente. — Olha, não precisa, bem, ficar com medo de mim, sabe?

Ele não respondeu, mas não precisava para que eu soubesse que esse tipo de pergunta era difícil de responder. Não era como se ele subitamente concordasse e afirmasse "Ah, claro. Estou bem melhor agora!". Eu realmente não tinha quaisquer experiências com essas situações complicadas. Ainda assim, eu não queria atingir o estágio de deixá-lo ir quando estava extremamente necessitado; dizer "Esquece o que aconteceu, pode ir." não seria uma alternativa tomada por mim.

—Eu sei que você está com medo, eu também já senti isso, acredite. Mas, como dizem, para tudo existe sua primeira vez, e eu estou prometendo que pretendo fazer da sua uma primeira vez inesquecível. Eu não vou tocar em você até que você permita, e não farei nada que não seja do seu agrado. — eu dizia aquelas palavras com inexplicável dificuldade, meu maior receio era que Minseok não permitisse de modo algum que eu o tocasse, embora soubesse que essa fora a razão pela qual eu havia o apreendido no banheiro e feito aquele convite súbito.

Não havia mais o que eu pudesse dizer, bastava a mim esperar o consentimento ou a negação proveniente do garoto pequeno. Afastei-me um pouco para lhe conferir uma pequena parcela de privacidade, e, quando a porta do elevador abriu-se e revelou o estacionamento cinzento, eu saí da cabine. Meu coração pulsava em minha garganta, a decisão de seguir-me ou não cabia a Minseok. Contei alguns segundos pesados, arrastados e dolorosos enquanto esperava, até o instante em que senti uma mão pequena tocar a minha semelhante suada e segurá-la em um laço de confiança.

— Eu confio em você. — disse Minseok, aliviando a pressão de meu coração. E dessa forma, com nossas mão unidas, fomos ao meu apartamento.

•••

Seria uma grande mentira dizer que meu desespero não estava mais do que evidente após saber que Minseok havia escolhido permanecer ao meu lado. Eu sentia meu corpo trêmulo e as glândulas sudoríparas trabalhavam mais que o normal. Até mesmo o próprio Minseok, que havia conseguido se acalmar, solicitou pelo meu controle, caso contrário nós sofreríamos um acidente de trânsito. A verdade é que apenas consegui me controlar quando chegamos ao meu apartamento no sétimo andar. Minseok parecia uma criança admirada com o luxo que nos rodeava, o qual já havia se tornado comum aos meus olhos, porém se mostrava como uma verdadeira surpresa para o coreano menor. O meu apartamento por inteiro não passou despercebido pelo pequeno, ele estava totalmente distraído com a paisagem e encantado com a mobília; por instantes eu sequer me pensei na razão pela qual estávamos verdadeiramente ali, somente quando o pequenino aproximou-se sorrateiro e carregando uma coragem desconhecida por mim que lembrei-me do propósito, mas principalmente por ele ter-me dito a seguinte frase.

— Onde fica o seu quarto, senhor Han ?

Como se houvesse ativado uma partícula especial em meu corpo frágil, senti o desejo percorrer caminhos de forma rápida entre minhas veias ao mesmo tempo em que indiquei com o indicador a segunda porta à direita no corredor.

Minseok podia ser virgem, porém era habilidoso na arte de jogar durante as preliminares, percebi isso no instante em que o pequeno segurou-me pela gravata e empurrou-me em direção ao meu quarto, comandando toda a situação sem aparentar estar nervoso ou preocupado com minhas reações.

O olhar que ele possuía naquele momento era totalmente diferente do qual coloria seu rosto de tons tristes enquanto estávamos dentro do elevador. Suas orbes brilhavam em tonalidades quentes, ressaltando o desejo e o calor que retinha dentro de seu corpo; e, no momento em que fui colocado contra a parede e senti seus lábios pequenos e carnudos tocando os meus, eu soube que aquela seria a melhor noite da minha vida.

Condition - XiuHanOnde histórias criam vida. Descubra agora