005 | charlotte

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C H A R L O T T E
L A U T E R B U R N

Saber que Taylor estava gostando de alguém era desconfortante. Até para mim que escondo muito bem os meus sentimentos e não gosto de demonstrá-los.

Eu sabia que esse dia chegaria, até que ele demorou. O dia em que Taylor Caniff me pediria conselhos, pois está gostando de alguém.

Não posso mentir, eu estou muito curiosa, pelo menos eu espero que ela seja legal e que eu goste dela. Isso é o mínimo. Aturar seu melhor amigo — vulgo cara que você gosta —, gostando de outra pessoa, já é demais. Imagine com uma namorada chata.

"Mas acho que ela não sente o mesmo"

Essa frase, quando eu a li, a primeira pessoa que veio na minha cabeça, foi eu. Mas aí eu lembrei que Taylor só me considera a melhor amiga dele. A sua irmãzinha de coração. E que ele nunca, em um milhão de anos, sentiria a mesma coisa que eu.

Aí, pensar dessa forma machuca.

Decidi parar de pensar nessas coisas e começar a me arrumar. A festa dos Wilk começa ás nove — mesmo assim todo mundo só chega depois das dez. São sete horas e se eu conseguir começar a me arrumar agora, eu consigo chegar pontualmente na casa do Taylor ás nove.

Eu sou muito organizada, me processem.

  

Terminei de me arrumar faltando cinco minutos para as nove. E me atrasei mais um pouquinho tirando fotos, escolhendo uma e postando-a no Instagram.

Em alguns poucos minutos já havia várias curtidas — graças aos meninos, Lya, Bianca e Siena eu tenho muitos seguidores, e não vou mentir, eu adoro isso — e alguns comentários. Sendo alguns deles dos meus amigos, elogiando-me e zoando Taylor que havia dito que eu estava "gata demais". Por último ele se exaltou um pouco e disse pela centésima vez que não somos m casal.

Não existe maneiras de eu esconder a minha decepção toda vez que eu escuto ou leio isso. Eu sempre vou ser apenas a sua melhor amiga e nada mais além disso. E se parar para pensar um pouco, isso dói. Dói para caralho. Mas eu não posso deixar que isso interfira na minha felicidade e muito menos na minha amizade com ele. Que é uma das coisas mais importantes para mim.

Respiro fundo e guardo meu celular na bolça e saio do meu quarto. Vou caminhando até a sala de estar para avisar que eu estava indo para os meus pais e irmãos. Minha mãe disse que eu estava linda e que não era para voltar tarde. Meu pai nem se quer me olhou ou falou algo. Típico. Ele odiava que eu saia assim, de noite, para festas de adolescentes. Sem falar que ele também não é muito fã dos meus melhores amigos.

Pego minhas chaves e fecho a porta de casa, indo para garagem e abrindo o meu carro. Ganhei ele no meu aniversário de dezesseis anos e digamos que ele é o meu xodó. Entro no automóvel e logo dou partida, ligando o som e cantarolando Shape of you do Ed Sheeran.

Em menos de dez minutos eu buzinava em frente à casa de Taylor.

  — Nove em ponto eu estou batendo na sua porta. — Ele imitou minha voz, assim que fechou a porta do carro.

— Me atrasei tirando fotos, imbecil. —  Respondi, enquanto ele colocava o cinto de segurança.

— Você está linda, aliás. — Falou e eu pude sentir seu olhar queimando sobre mim.

Minhas bochechas queimaram na hora e eu posso apostar que elas estão tão vermelhas quanto uma pimenta.

— Own, você ficou com vergonha, Charlie. 

—  Vou ter que te mandar tomar no cu em menos de dois minutos que estamos juntos? —  Olhei séria para Taylor, que riu e levantou suas mãos em rendição.

No caminho até a casa de Margo e Sammy ficamos cantarolando as músicas que tocavam no rádio. E ele ficou conversando com alguém em seu celular.

  —  Com quem que você tanto conversa? — Questionei, um pouco curiosa. —  É a menina que me contou?

Caniff acabou ficando nervoso de imediato quando eu falei dessa tal garota.

  — N-não é ela. — Ele gaguejou.

— E eu sou a Wendy do Peter Pan. — Ironizei — Por que está escondendo ela de mim, Tay? Sempre contamos tudo um para o outro.

— Porque é diferente, Louise! — Taylor fala um pouco mais alto. Fechei a cara na hora. Eu odeio quando ele grita comigo sem motivo. —  Me desculpa, eu...

— Chegamos. — Falei estacionando meu carro. Tirei meu sinto e escutei ele bufar. Abri a porta do carro pronta para sair, mas ele segurou meu braço.

  — Não vai ficar puta comigo, não é?

— Por que está escondendo coisas de mim ou por que gritou comigo?

— É complicado, ok? — Respondeu —  Quando eu estiver pronto para falar dessa garota, você será a primeira a saber, tá bom?

Assenti, ainda engasgada com essa história.

Eu seria uma péssima amiga se falasse que não acreditei em nenhuma palavra que ele disse?

   Taylor me deu um beijo na testa e me soltou. Saímos juntos do carro e entramos juntos na festa, mesmo que depois de cinco segundos ali, já não estávamos mais juntos.

𝐥𝐨𝐯𝐞 𝐜𝐨𝐮𝐧𝐬𝐞𝐥𝐨𝐫 · 𝐭𝐦𝐜Onde histórias criam vida. Descubra agora