Capítulo 2

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Querida!
Mais um dia se passou. As câmaras ainda não foram descobertas. Mas os suprimentos estão acabando, falta água.
Acho que --- parte sem condições de leitura devido ao desgaste--
                            Love, Elliot

Se passaram horas desde que me enfiei em uma enrascada daquelas!

Leio as cartas, em silêncio, acompanhada apenas das palavras. Não vejo muita ligação entre elas. Mas todas estão com apenas uma assinatura: Elliot.
Quem será esse sujeito.
Encontro um padrão que me incomoda: Na parte de trás de cada envelope há dois riscos paralelos, cada envelope com desenhos abstratos e aleatórios.
Vovó só pode estar de brincadeira comigo.

Procuro no baú algo além de cartas, mas nada. Já está escuro e tenho aula amanhã. Estou em cima de minha cama, com os lençóis lilás que Vera trocou.
Na frente de meu quarto, há uma janela com uma poltrona seguida por uma estante logo ao lado. É ali que me permito fujir um pouco da realidade.

Manhã- Escola

Ainda continuo intrigada com as cartas, o que quer que seja, não estou procurando direito.
É aula de história, nosso professor, tão calmo quase nos faz dormir. Acabo não prestando atenção, me perdendo em meus pensamentos. Um papel voa em minha direção. Mas o que? Abro o papel, um bilhete.

Eu sei que a aula é quase um sonífero, mas você perdida? Desde quando? Haha, quem é você e o que fez com minha Lívia?

Alex. Os garranchos não negam isso. Toca o sinal para sairmos. Só depois de ver mãos chacoalhar na minha frente que percebo. Adivinha quem é? Pois é.

- Não sabia que conseguia se auto hipnotizar. -Alex diz, o que me faz "acordar" e começar a recolher meu material.

- Ei calma. Tudo bem?

- Ah, sim Alex. É só que... é só que preciso resolver umas coisas.

- Bem, vamos se não pegamos trânsito. Hoje as ruas vão estar cheias.

Aceno com a cabeça e o sigo até o carro. O silêncio é um pouco constrangedor e nada habitual. Ligo o rádio. Será que conto sobre as cartas? Mas vovó disse que era secreto... Bem, Alex é meu melhor amigo e é mais inteligente que eu, então...

- Alex. Preciso te dizer uma coisa.

- Ah, que bom que tocou no assunto. Preciso dizer o mesmo.

- É? Pode falar.

- Fala você primeiro. Sou todo ouvidos.

-Bem...

Contei tudo sobre o baú misterioso, ele estava mesmo interessado na história.

- E então Alex? O que tinha para me dizer?

- Nada não... Queria ver se você poderia ser minha dupla no trabalho, mas lembrei que é individual.

Essa resposta não me convenceu nem um pouco. Mas tenho coisas mais importantes para lidar.

Chego em casa e vou correndo para meu quarto. Faço tudo correndo, tomo banho correndo, como correndo. Posso  até pensar uma carreira de corredora como plano B.

Começo a vasculhar novamente a caixa. Removi todo o conteúdo e despejei sobre a cama. Uma coisa além de cartas, uma chave. É tão suspeito que daqui a pouco acho que estou em uma história daquelas de mistério. Além da pequena, pequena não, minúscula chave, encontro outra coisa que se destaca dentre as cartas. Uma carta. Mas não como as outras. Esta parece ser bem mais antiga que as outras. Talvez seja a primeira.

Querida, 

Um dia se passou desde, você sabe... Temo que não encontrarei forças ----mais palavras ilegíveis----

Farei de tudo para permanecer na guarita. Não te esquecerei. 

                                                                                                  Love, Elliot

Ps: Você bem sabe, que um dia irei de te reencontrar.

A primeira de muitas. Preciso de alguém comigo. Alex bate na porta minutos depois de eu ter te ligado.

- Oi, tudo bem? Aconteceu algo? Pelo jeito que falou comigo achei que... Dei uma gargalhada nada discreta.

- Olá Alex! Sabe aquilo que te contei sobre o baú? Então, acho que temos um mistério a resolver! Scooby-doo sempre foi meu desenho favorito. Saber que estou um um mistério me anima ainda mais.

Começamos a analisar carta por carta. Ao que chegamos em uma conclusão, apenas um começo.

- Então Elliot era um rapaz, que, como indica a carta do tal bolo, perdeu a mulher. Mas como?

- Ly, tem mais uma coisa. " Para permanecer na guarita" Guarita! Era onde refugiados das guerras do século XIX ficavam. Ah, Alex, como é bom conhecer alguém inteligente. 

- Então recapitulando: Elliot, homem que perdeu a mulher provavelmente pela guerra. Sem sinais de filhos ou parentes. Temos um sobrenome até agora: Evans. Não é um sobrenome muito comum. Já ouviu antes? - Digo a Alex, que ainda investiga as cartas.

-Não... Lívia olha isso!!

Há duas cartas viradas com as linhas paralelas para cima. As duas lado a lado. Parece que...

- Parece um caminho...

- Um mapa! Olhe bem Lívia, prove que essa cabeça não é só de enfeite. Ele ri para si. Quase jogo ele pela janela. Começa a juntar todas as cartas no chão, movimentando-as como se fosse um quebra cabeça. Após um tempo, meu quarto é tomado por várias cartas espalhadas no chão. É difícil ir de um lado a outro sem tropeçar, então permaneço no mesmo lugar. O mapa me parece muito, mas muito familiar.

- Alex! Essa é a planta da minha casa! 





Olá gente, tudo bem?! Espero que estejam gostando da história, não esqueçam de comentar e votar!

bjss

Love, ElliotOnde histórias criam vida. Descubra agora