Louis tinha passado a noite tendo pesadelos com o que havia passado no restaurante. Em um deles, ele estava em cima da mesa do jantar, microfone em mãos e todo o restaurante em silêncio, cada pessoa com papel e caneta na mão prontos para atribuir nota ao seu desempenho. Ao lado da mesa, Harry tinha um sorriso maldoso nos lábios.
Ele se sentia de novo com cinco anos. Se lembrava vagamente da época em que a ansiedade havia se manifestado: ficara uma semana sem dormir direito. Ele esperava que aquilo não se repetisse.
Agora eram quase onze horas da manhã e ele não tinha conseguido dormir direto, cochilava e acordava assustado. Tinha até mesmo ajudado a mãe a fazer café da manhã – eles preferiam tomar essa refeição em casa ao invés de no restaurante.
Jay, Fizzy e Lottie haviam ido ao centro da cidade a convite de Tia Megan, fazer coisas chatas de mulher. Mark havia ido ao banco resolver algo e não parecia de muito bom humor – o que explicava a seriedade de seu rosto e no de Jay durante o jantar. Ele então ficou em casa com as gêmeas, que estavam com ele na varanda na parte lateral da casa que dava para um espaço gramado com alguns arbustos e sem muros, no típico estilo europeu.
Fazia um dia ensolarado e Louis estava sentado no banco de madeira que ali havia, com dor de cabeça e sono, enquanto Daisy e Phoebe se encontravam sentadas no chão brincando com a massinha de modelar que Tia Megan havia dado a elas. Jay quase as levou junto para que Louis pudesse dormir um pouco, mas elas insistiram em ficar em casa brincando com a massinha que haviam acabado de ganhar. Louis não se importou, ele não queria mesmo voltar a dormir e ter pesadelos.
“Patético, Louis.” Ele pensou mais uma vez enquanto observava distraído as irmãs fazerem bonequinhos e entrarem em uma discussão sobre qual delas iria ficar com o resto da massinha vermelha para fazer o cabelo de um deles. Bocejou pela décima quinta vez aquela manhã, sem forças para interromper a discussão.
Seus olhos estavam quase se fechando quando ele ouviu a campainha.
Se espreguiçou antes de levantar para atender pedindo às meninas que não saíssem dali.
Olhou rapidamente pelo olho mágico e fechou o semblante. Pensou em fingir que não estava em casa, mas sabia que não se livraria dele por muito tempo.
Abriu a porta sem vontade e o olhou de cima a baixo, antes de responder ao “oi” animado.
- Oi. Pois não?
Harry mordeu o lábio inferior não culpando Louis por não parecer feliz em vê-lo.
- Posso... conversar com você? – Louis ergueu as sobrancelhas estranhando. – Te devo desculpas.
Louis suspirou sem disfarçar, passando a mão no cabelo.
- Por? – ele provocou querendo que Harry se sentisse, nem que fosse minimamente, constrangido. Um aperitivo de como ele havia se sentido.
- Por ontem a noite. Às vezes sou muito insistente. – ele deu um sorriso sem graça.
- hum... – Louis não queria saber de desculpas. Aquele garoto não tinha noção do que o havia feito passar. – Ok.
- Ok? – Harry finalmente olhou diretamente nos olhos dele, um pouco mais animado. – Eu sempre faço isso sabe, interagir com a audiência. Algumas pessoas ficam tímidas, é normal, mas senti a necessidade de me desculpar com você...
- Ok...
- Porque você parece ser um cara legal, entende? Quer dizer, eu não te conheço direito, mas alguém com a voz tão bonita quanto a sua não pode ser uma má pessoa. – falava empolgado sem parar.
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The Cure
FanfictionLouis tinha uma fobia desde criança que não lhe permitia cantar. Depois de seus pais tentarem mas não conseguirem ajuda-lo, será possível que Harry, um cantor de pousada, pode ser capaz de finalmente curá-lo?