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Pov Chris

Chego em casa depois da escola e vou direto para a cozinha comer algo. Minha vó provavelmente saiu, mas ela sempre deixa algo pronto para mim. Sorrio ao ver que tinha lasanha, e vou logo atacando.

Estou apenas no meu segundo pedaço quando meu celular toca, me deixando frustrado. Me irrito ainda mais quando vejo aquele "número privado", na minha tela, mas atendo.

- Puta que pariu o que você quer? - Digo sem um pingo de paciência, e a pessoa do outro lado da linha ri -

- Igual seu pai.  - É a única coisa que a mulher diz, e eu reviro os olhos -

- Okay, é o charme dos Schistad's. Mas dá para parar de brincadeira porra? - Perguntei enquanto garfava mais um pouco da minha comida, e a mulher ficou em silêncio -

- Eu vou direto ao assunto. Bom, eu sou uma velha amiga da sua mãe Catarine, e eu queria muito poder encontrar você, para conversarmos sobre ela. - A mulher disse tranquilamente, e só agora eu percebo que hoje faz exatamente, 13 anos que minha mãe morreu. 13 anos que eu não tenho mais o seu abraço -

- Só pode ser brincadeira né? - Rio pelo nariz -

- Não querido. Sua mãe queria isso. Você já está quase completando 18 anos, e eu realmente preciso falar com você. - Meu sangue ferve. Como essa vadia sabe tanto assim sobre minha mãe, e sobre mim? -

- Eu não quero saber okay? - Desliguei na cara da mesma -

Olhei para o prato em minha frente, mas eu já havia perdido até a fome. E caralho, eu nunca perco a fome.

Subo para o quarto e tomo um banho, eu precisava esfriar a cabeça. Depois que saio, visto apenas um moletom, e me deito na cama, mas acabo adormecendo.

Acordo com alguns barulhos no corredor, então desço para ver quem chegou. E logo noto meu pai, sentado no sofá com alguns papéis em volta.

- Chegou cedo. - digo, quando ele me nota ali em pé -

- Sim, mas já tenho que voltar para empresa. Tenho uma viagem amanhã. Sinto muito. - ele sorri para mim, mas logo sua atenção volta para os papéis -

- Sabe que dia é hoje? - me jogo ao sofá do lado -

-  Não, por que? - arqueia uma sobrancelha em minha direção, e começa a guardar suas coisas, na maleta preta -

- Aniversário de morte da mamãe. - pauso por alguns segundos - Você nunca vai me deixar visitar o túmulo dela né? Nunca vai me dizer onde ela está enterrada? O que aconteceu?

- Chris, nós já conversamos sobre isso. - ele diz ainda calmo -

- Que ela queria isso? ELA ESTÁ MORTA CARAMBA! ELA NÃO TEM QUE QUERER NADA ! - me levanto do sofá enquanto jogo tudo na cara do meu pai -

Nossa relação sempre foi ótima. Ele nunca ligou muito para as festas, mulheres ou seja lá o que eu fazia. Sim, ele me ama e se preocupa, mas sempre me deixou livre para tentar ter uma vida normal. Mas eu sei que a causa disso tudo era a falta de Catarine. Ele não queria que eu parasse para sofrer. Mas a questão talvez seja que eu nunca libertei meu sofrimento.

Like a magnet - Mohnstad ( SKAM ) Onde histórias criam vida. Descubra agora