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Pov Chris

Quando abro os olhos, vejo Eva em um sono tão profundo que sem perceber um sorriso sai dos meus lábios. Ela está agora deitada em seu travesseiro, com o edredom cobrindo boa parte do seu corpo, e seu rosto um pouco amassado.

Eu nunca dormi junto de nenhuma foda, antes dela, muito menos saí para algum encontro com alguma delas. E isso me dá um pouco de medo, do tipo "eu vou me apaixonar, virar um pau mandado, e daqui à algum tempo vou me cansar, e ser obrigado à traí-la", e eu não quero ser esse tipo de cara.

Eu não quero ser igual ao merda do Jonas, e machucá-la. Apesar de que eu nunca havia me preocupado com isso antes. Não depois da Melanie. Eu nunca traí, por que nunca estive em um relacionamento depois dela, mas eu magoei, sem pensar duas vezes mais garotas do que eu me lembro no momento. Mas com Eva é diferente, e por Deus eu não sei o por que disso.

Eu consigo sorrir de maneira leve quando estou com ela, mas sem deixar um daqueles sorrisos safados de lado, só para provocá-la. E eu sei que ela gosta.

Eu me odeio por pensar nela dessa forma, e me odeio ainda mais, por não conseguir ser bom o suficiente. Eu só queria ter coragem, para dizer à ela que estou sentindo algo diferente, que ela me fez sentir isso. E sei que ela sente o mesmo. Não amor ou paixão, mas necessidade de estar perto, desde a primeira vez que nos esbarramos, naquela maldita festa.

Mas tem uma coisa que está me tirando do sério. Há alguns dias, ouvi uma conversa dela com Noora na biblioteca, enquanto procurava por um livro que nosso querido professor está nos obrigando a ler. E sinceramente desde aquele dia,  suas palavras não saem de mim. Estou meio gay com isso, melhor eu parar, mas...

- Não é legal ficar me observando dormir. - Eva abre os olhos lentamente, enquanto esfrega os mesmos, deixando um sorriso fraco de lado, e me tirandos desses pensamentos -

- Não pude resistir, e você dorme pra porra. - fito o teto - Que tal um banho?

- Pode ir, tem toalha na bancada. Vou voltar ao meu sono, estou morta. - ela vira seu corpo, fechando os olhos -

- Te cansei? - rio - Foi mal baby... quer dizer não foi mal. - beijo suas costas, subindo pela sua nuca, até chegar em seu pescoço -

Em um movimento rápido, viro seu corpo.

- Você é tão gostosa, ainda mais quando acorda. - beijo seus lábios, e ela me retribui com movimentos lentos -

- É sério, eu estou com sono Chris, pode tomar seu banho. - ela me empurra de leve, e volta para o seu lado da cama -

Apenas bufo e me levanto.

- Okay, tenho que resolver umas coisas agora, mais tarde eu te busco beleza?

Eva concorda tampando seu rosto, e eu rio pelo nariz.

Pego um lençol, enrolando em minha e cintura, e vou até o banheiro, para tomar um banho rápido, e quando saio Eva me observa, mas permaneço em silêncio. Visto minhas roupas e arrumo o cabelo em frente ao seu grande espelho.

- Até mais. - deixo um beijo em seus lábios, e ela sorri fechando os olhos novamente -

Como eu ainda tinha tempo decido ir para a cozinha. Estou com fome e Eva nem sabe receber as visitas direito.

Tiro minha camisa para não sujar, e vou em direção dos armários. Pego algumas coisas na geladeira e logo estou preparando panquecas. Enquanto deixo o fogo baixo, me movo para fazer o café, e um suco de laranja.

Me lembro de fazer isso com minha mãe quando ainda era bem pequeno, e nunca perdi o ritmo. Minha vó e eu sempre cozinhamos juntos, mesmo com a casa cheia de gente para fazer esse trabalho por nós, então eu sabia fazer de tudo. De tudo mesmo.

Desligo o fogo e levo o prato agora com uma torre de panquecas para mesa. Me sirvo um pouco de suco, e jogo uma calda de morango por cima do meu prato. Preferia de chocolate, mas parece que Eva faz coleção de coisas de morango nunca vi.

Depois de comer, deixo as coisas em cima da pia. Eu faço o café, ela lava, melhor assim.

Pego meu moletom, chaves e meu celular, que antes de colocar no bolso, vibra.

- E aí mano.  - Respondo William, e me encosto na ilha -

- Hey. Você vai para a festa da Sana né?

- Claro né, vou levar a Eva, por que?

- Ah sim, pensei que você iria comigo. Ta onde?

- Saindo da casa dela. - Não posso deixar de sorrir -

- Falo mais nada ein. - William ri - Vai para casa agora?

- Não, tenho que resolver algumas coisas por que?

Não podia contar desse "encontro" para meu melhor amigo ainda.

- Nada não maninho. A gente se encontra lá então.

- Tá beleza, agora eu tenho que ir, falou!

- Tchau viado.

Guardo meu celular no bolso da frente do meu jenas, e giro as chaves em meus dedos.

Saio da casa de Eva, trancando a porta, e jogo as chaves por debaixo dela. Logo que entro no carro, retiro minha arma de dentro do porta luvas e recarrego, deixando- a no chão do carro, e dirijo direto para o local que aquela doida do telefone me indicou.

Óbvio que eu não seria burro, de ir até lá sem precaução. Acelero pelas ruas de Oslo, até chegar na divisa da antiga linha do trem. O local é deserto, e eu só posso ver mato, e alguns pássaros. Do outro lado vejo um grande galpão que provavelmente é onde aquela vadia quer me encontrar.

Diminuo a velocidade, fechando os vidros pretos do meu carro, e o encosto perto de algumas pilastras. Permaneço esperando, já que ainda faltam 3 minutos.

Deixo meu celular no silencioso, e abro a porta, saindo do carro com minha arma na cintura. Estava meio frio, então coloco minha touca, e me encosto no capô.

- Você veio. - ouço a voz de uma mulher logo atrás de mim, e quando me viro ela vem na minha direção -

Não querida, é apenas uma miragem. Penso comigo mesmo, e  reviro os olhos.

Ela usa saltos, e uma calça jeans preta apertada. Um sobretudo esconde o resto do seu corpo, e o capuz cai sobre seu rosto.

- Okay, já pode parar baby. O que você quer? - cruzo os braços, mas pronto para pegar minha arma se necessário -

- Estou magoada por não se lembrar de mim meu amor. - ela retira seu capuz, e sorri, mas seus olhos estão marejados - Senti sua fala.

Por um segundo meu coração para, e minha feição muda de divertido para confuso.

__ NÃO! VOCÊ NÃO! - grito, e a mesma franze o cenho, encolhendo seus ombros -

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