Pov Chris
Dirijo pelas ruas de Oslo, sem ao menos notar para onde estou indo. Eu só precisava sair o mais rápido possível daquele lugar, só precisava parar de olhar para aquele rosto. Passo por uns três sinais vermelhos, e nem me preocupo em causar um acidente. Paro o carro em um beco, e bato forte no volante, retirando um maço de cigarros do porta luvas logo em seguida.
Trago, precisando de algo mais forte, algo que realmente surtisse efeito. Já estou no meu segundo, quando abro a janela, jogando-o para fora, e acelero o carro outra vez para minha casa. Estava bem tarde, e logo seria a festa da Sana. Apesar do dia de hoje não podia deixar ninguém na mão, e mudar meu foco, talvez fosse melhor naquele momento.
Paro na garagem de qualquer jeito mesmo, e subo para o meu quarto correndo, minha vó deve estar em seu quarto, o que é melhor. Não quero ver o rosto de ninguém no momento. Vou para o banheiro, tiro minha roupa, enquanto a água fria escorre pelo meu corpo. Eu queria tirar de mim tudo que aconteceu hoje, eu queria ter ficado na cama com Eva, ao invés de ter ido nesse maldito encontro.
Eva ... Como eu vou dizer para ela, que sou filho de uma traficante, e que há traficantes atrás de mim? Que droga! Outra vez eu estraguei tudo, outra vez vou ter que fingir algo, e fugir de algo.
Soco a parede do banheiro, enquanto me sento no chão. Fico ali por mais ou menos meia hora. Pensando na merda que me aconteceu, e que eu não posso meter ninguém nessa história. Eu nunca me perdoaria.
Visto uma calça jeans escura, e uma camiseta do mesmo tom, calçando um all star. Arrepio meu cabelo, e passo o primeiro perfume que encontro. Logo estou saindo de casa, com minha Mercedes preta. Dirijo o mais devagar possível à casa de Eva. É como se eu não quisesse ir, mas algo me puxasse até lá. Enfim estaciono, e depois de alguns segundos, desço indo até a porta. Aperto a campanhia, e ouço algum barulho. Me viro para a rua, à espera, e logo sinto a porta se abrir.
- É, desculpe pelo atraso, é que... - me viro para ela - Você está linda. - não consigo retirar meus olhos de Eva -
- Sem problemas. Obrigada. - ela sorri - Vamos? - passa na minha frente, saltitando os degraus, enquanto segura a barra de seu vestido -
- O que é isso? - pergunto olhando para o embrulho que ela tem em mãos -
- Um presente, para Sana. - ela me olha e volta sua atenção para frente -
- Hum. - apenas murmurro e foco na estrada -
Quando paro, Eva desce rapidamente, e eu encontro um local para estacionar. Já na porta encontro o mané do William.
- Ué, veio sozinho? - ele me pergunta, quando já estamos próximos o suficiente -
- Eva já entrou. - respondo indiferente, indo atrás dele, e de Noora -
- Ótimo, vou procurar ela. Beijos garotos. - a loira passa na nossa frente -
- Então vamos arranjar algo para beber. - digo quando William se solta de Noora -
Acabamos encontrando os caras, e paramos junto deles. Já fazia um tempo que eu estava ali sentado, esperando encontrar Eva, mas ela resolveu se enfiar em um buraco. Só espero que sozinha.
Logo meus pensamentos, são tomados pela mãe da Sana, que veio nos chamar para nos servir. Havia uma grande mesa, com comidas da cultura mulçumana. Achei interessante, e bem.. eu nunca nego comida. Pego um prato e vou me servindo, quando vejo Eva de longe com seu prato, e depois de montar o meu vou até ela.
- Isso é muito bom. - ela me diz logo que estou ao seu lado -
- Ainda não provei. - roubo um pedaço do seu prato, a fazendo me encarar com os olhos semi cerrados - Okay, acho que eu moraria aqui numa boa.
- A mãe da Sana tem que me ensinar a fazer isso. - Eva diz animada -
- Ta, eu moraria na sua casa também babe. - digo e ela apenas ri -
Ficamos ali, roubando a comida do prato um do outro igual duas crianças. Eva não parava de sorrir um minuto, e tudo o que eu queria agora era poder dizer essa merda toda que estou sentindo.
Somos interrompidos pelo meu celular, e eu bufo, querendo matar o desgraçado, mas atendo rapidamente, quando ela acena com a cabeça para meu bolso.
- Só um minuto Eva. - deixo meu prato em qualquer lugar mesmo, e me afasto um pouco -
- O que é? - Respondo bravo -
- Nossa querido, você tem que aprender a me respeitar. É oi mamãe.
Só podia ser. A vadia.
- Não estou com tempo para me fazer de bom filho, como você não teve tempo para ser mãe, à anos atrás. Fala logo que estou ocupado.
- Okay. Sem nervosismo. - Ela bufa - Acredito que você não tenha levado à sério, o que eu disse sobre você agora estar marcado. Não é?
- Marcado? À pelo amor de Deus, você anda assistindo muitas séries de ação. Era só isso? Eu tenho..
Ela me interrompe.
- Christoffer. Eu recebi fotos suas. Sua junto de uma garota agora à pouco. Você deve estar achando que é brincadeira, e eu realmente queria que fosse, mas não é meu filho. - Ela diz com uma voz frágil, e segundos depois recebo uma mensagem no meu celular. Logo que olho, vejo eu e Eva, em diferentes ocasiões. Ela entrando no meu carro, nós dois nos beijando.. -
Isso não pode estar acontecendo!
Não mesmo.
-Se alguém encostar um dedo se quer, em Eva. Eu, mato! Está me ouvindo? -Grito, desligando o celular em seguida -
Eu preciso encontrar Eva agora, e tirar ela daqui. Procuro dentro da casa, mas havia apenas algumas pessoas mais velhas conversando, e enfim a encontro no jardim, de papo com algum filho da puta, aquele que ela havia beijado na festa. Minha vontade é ir dar uma porrada na cara daquele abusado, mas eu não posso, não posso simplesmente ter um ataque desses aqui. Ela sorri, e faz alguns gestos com as mãos, enquanto o garoto à acompanha. Ela está feliz, e eu não posso estragar isso. Como eu disse, eu sou todo errado. Nunca iria dar certo... mesmo não sabendo a proporção dos problemas, é melhor assim, é só eu me manter longe, e nada de mal vai acontecer à minha ruivinha.
Me viro para sair dali, e acabo esbarrando em William.
- Qual foi cara? Não vai beber? - ele me pergunta com uma garrafa qualquer na mão -
- Estava indo fazer isso exatamente agora. - finjo um sorriso, e vou com ele até uma das caixas, onde havia latas de cervejas geladas. Pego uma e logo começo a beber -
Quando pisco, já tinha ido embora cinco delas. E o estranho, é que eu sinto meu corpo pesar, e tudo meio que soa confuso em minha volta. Ainda estou aqui encostado em uma das mesas, tentando acompanhar o assunto que pairava pelos meus ouvidos. E tentando focar minha visão em algo para não cair ali mesmo.
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Like a magnet - Mohnstad ( SKAM )
FanficMas apesar de tudo, eles nunca conseguiam se manter longe, '' é como se vocês tivessem um imã '' dizia Noora. ~°* #1 mohnstad