Para cada vez que arrisquei

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Marina respirou fundo e olhou para Clara. A morena sorriu incentivando a mulher responder, qualquer que fosse a pergunta.

-Tudo bem, mas prefiro um café da tarde, gosto de almoçar com as meninas. – Marina respondeu sem vontade.

-Não tem problema, hoje está bom para você? – Fernanda perguntou.

-Hoje? Claro que não. – A fotógrafa falou nervosa e mais uma vez Clara a impediu de explodir ao telefone. – Amanhã.

-Certo, amanhã à tarde então. Estamos no hotel Plaza e o café deles é ótimo. – Fernanda respondeu com cautela depois de perceber a quase explosão da fotógrafa.

-Certo. Apareço às 16h. – Marina disse e desligou o telefone.

-Credo amor. – Clara voltou a falar.

-Que foi?

-Desligou na cara dela, não precisava disso. – A morena sentou na cama olhando séria para a esposa.

-Clara a mulher me liga, num domingo de manhã e quer marcar encontro hoje? Ela não pensa não? – Marina rebateu nervosa.

-Primeiro se acalma. – Clara encarou a branca. – Segundo você já pensou que ela pode estar querendo resolver isso logo, porque seu pai veio pro Brasil e mal viu as netas? Que ele deve estar arrasado com isso?

-Não. – A fotógrafa respondeu completamente desarmada.

-Claro que não. Então sossega e guarda as pedras em casa. – A morena continuou com a bronca. – Não precisa morrer de amores por ela, mas não custa nada fazer um esforço pelo seu pai e pelas suas filhas.

-Tá, tá. – A branca bufou.

-Tá, tá, você vai ver. – Clara riu e derrubou Marina na cama, fazendo cócegas nela. A fotógrafa tentou escapar, mas acabou rendida nos braços da morena.

Não demorou muito para um peso extra subir na cama, e pequenas mãozinhas entrarem na farra.

-Ah duas contra uma não vale. – Marina gargalhou prendendo as mãos de Laura. – Cadê a minha soneca pra me ajudar?

-Eu tentei chamar a Isa, mas ela virou a bunda pra mim. – Laurinha fez cara brava. As duas mulheres sorriam.

-Vamos lá acordar ela. – Marina levantou primeiro e foi seguida pelas outras duas.

Laurinha pulou na cama na frente das mães, Clara e Marina ficaram uma de cada lado, e mesmo com a empolgação, a branca começou a chamar a filha devagar. Não ia ser nada agradável provocar o mau humor da menina e acabar com a alegria.

Com Marina chamando e Laurinha fazendo carinho nos cabelos da irmã, Isa reclamou apenas o normal e acordou tranquila. Logo já entrou na festa com as mães e a moreninha e desceram rindo para o café da manhã.

Tiveram um típico dia em família, passeio com cachorro, almoço fora, brincadeiras com as crianças, um tempo para namorar e ter as energias renovadas para a semana.

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-Bom dia mãe. – Ivan chegou na cozinha e sentou para o café.

-Bom dia meu filho, nem te vi direito esse final de semana. – Heloísa deu um beijo na cabeça do menino.

-É, fiquei com o meu pai né. – O rapaz respondeu e Helô sentiu a dureza na voz.

-Que bom, mas você tem mãe também. – Heloísa falou ríspida.

-Você se vira bem sozinha. – Ivan respondeu e ouviu o tapa na mesa.

-Que que é hein? Virou bebezinho agora que não aceita separação de pai e mãe? – Helô disse séria. – Já passei por isso uma vez Ivan e deu. Chega. Você tá bem grandinho pra entender.

Se Non Te parte 2Onde histórias criam vida. Descubra agora