Por uma vez eu tenho tanto que

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Marina bateu com mais força na porta, chamando pela irmã. Clara continuou a ligar para a cunhada e tocar a campainha com pressa. Depois de muito insistirem ouviram a tranca da porta e viram Anna completamente alcoolizada abrir a porta.

-Como vocês fazem barulho. – A modelo disse assim que reconheceu a irmã e cunhada.

-Você está horrível. – Marina falou passando o braço pela cintura de Anna e levando ela para o interior da casa. Clara entrou atrás e fechou a porta principal.

-Obrigada irmã, também é bom te ver. – Anna respondeu quando a fotógrafa a deitou no sofá. – Mas você chegou tarde...a vaca que ficou com seu pai pelas costas da sua mãe já foi pra debaixo da terra.

Marina respirou fundo e olhou para a morena.

-Você pode fazer um café?

-Claro, mas é melhor levar ela para cama não acha? – Clara respondeu para a branca.

-Eu estou aqui suas bestas e eu não quero café ou cama. – Anna fechou os olhos e continuou a falar. – Tenho que limpar a bagunça da cozinha.

-Você cala a boca antes que eu te afogue no vaso sanitário. – Marina ralhou com a irmã, antes de voltar a falar com a morena. – Vamos primeiro dar o café pra ela e depois cama.

-Certo, já arrumo essa bagunça que ela falou. – Clara disse e foi em busca da cozinha, deixando as duas sozinhas na sala.

Marina sentou na poltrona de frente para a irmã em silêncio. Ela tinha seus problemas eternos de confiança com o pai. Não havia sido fácil descobrir tudo depois que a mãe morreu, mas se tinha algo que ela podia dizer que tinha perdoado, foi Anna. Mesmo que não falasse com a mãe da modelo, mesmo que nunca tivesse visto a mulher, perdoou a irmã pelos erros das duas, por ser quem era e o que lembrava e aceitou a modelo em sua vida. Por isso o aperto em seu peito agora estava tão forte, ela sabia o que a irmã estava sentindo e também sabia que não podia fazer nada.

-Não vai falar nada? – Anna perguntou com a voz trazendo um tom de sobriedade.

-Agora não. – Marina respondeu com calma. A modelo virou o rosto na direção da irmã e as duas ficaram se encarando.

-Por que você veio? – Anna indagou com a voz chorosa. – Você não gostava dela.

-Não vim por ela. – A fotógrafa rebateu no momento em que Clara chegou com uma xícara de café.

-Ei. – A morena entregou direto para a modelo, que elevou o tronco para beber.

-Que horror isso Clara. – Anna fez uma careta.

-Café preto é o que você precisa, bebe tudo. – Clara sentou no braço da poltrona onde Marina estava e passou o braço pelos ombros da branca.

-Mandona. – A modelo olhou para o casal. – As duas.

Marina sorriu e olhou para Clara que ria também. Esperaram até que a modelo terminasse o café e então ajudaram ela a subir para o quarto. Anna berrou quando as duas jogaram ela embaixo da água, depois de muito trabalho Marina conseguiu levar a irmã nua mesmo até a cama.

-Dorme bebum. – A fotógrafa disse.

-Não é uma boa deixar ela sozinha. – Clara falou o óbvio.

-Vou ligar pro pai, acha que eles dão conta de colocar as meninas na cama? – Marina perguntou já pegando o celular. Sabia que não ia adiantar nem tentar argumentar, Clara não a deixaria sozinha tomando conta da irmã.

Se Non Te parte 2Onde histórias criam vida. Descubra agora