Nós tentaremos juntos?

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Vitória encarava a morena sem saber quais palavras usar. Primeiro Clara apareceu sem ligar e agora queria falar delas e não de Vanessa. Em contrapartida, a morena estava calma e não desviava o olhar da loira em nenhum momento.

-Não sei o que você quer falar da gente...- Vitória finalmente disse.

-Vitória, eu nunca te contei do meu passado em detalhes, mas também nunca menti pra você, dizendo que te amava. – Clara começou a falar. – Eu sei que o erro maior aqui é meu...

-Você nunca disse, mas...poxa eu nunca te pressionei, eu sempre tive paciência com você e quando você me assumiu perante sua mãe, perante as birras da Isa, eu pensei que tinha conseguido alguma coisa. – Vitória desabafou, um pouco mais emocionada do que gostaria.

-E conseguiu. Vitória eu gosto de você. – Clara disse tranquila. – Eu realmente baixei a guarda e deixei você entrar na minha vida, na minha família.

-Só que a Marina né? – Vitória disse impaciente.

-A Marina é a minha mulher. Eu nunca deixei de amar ela. Eu devia ter ido atrás dela, lutado pelo nosso amor, em vez de me esconder aqui. – Clara pegou as mãos da loira e sorriu. – Lembra quando nós vimos aquele filme que no final o homem diz que ele ama a mulher até mesmo quando ele odeia ela, lembra que você disse que queria um amor assim?

-Lembro. – Vitória sentiu os olhos marejarem e apertou as mãos da morena. – Lembro que você foi evasiva também.

-Porque eu já tenho um amor assim Vitória. Eu já tenho uma mulher que eu amo até mesmo quando eu odeio. – Clara respondeu encarando a loira.

-Só que eu amo você. – Vitória disse em lágrimas. Clara soltou as mãos da loira e segurou o rosto dela, ficando de joelhos na frente da loira.

-O amor só vale a pena quando ele é recíproco. – Clara falou, secando as lágrimas que corriam pelo rosto de Vitória. – Com ou sem a volta da Marina, eu nunca ia te amar de igual pra igual e nós duas íamos acabar sofrendo. Você merece alguém que te ame, te odeie e continue amando.

Vitória soltou um riso em meio as lágrimas e abraçou Clara, chorando o que não tinha chorado ainda. Sem jeito com a reação da loira, a morena correspondeu o abraço e deixou que ela chorasse em seu ombro. Depois pensaria em como explicaria para a fotógrafa a conversa.

Se dentro do estúdio as coisas iam muito bem, do lado de fora a tensão tomava conta. Quando virou e olhou para Vanessa, seu corpo inteiro tremeu. Quem via a ruiva no meio da rua, jamais diria o tamanho do descontrole mental que ela tinha. Vanessa ainda conservava um rosto jovem, os olhos verdes brilhavam e o cabelo caia em seus ombros em ondas vermelhas. Marina afastou um pouco do carro e viu a aproximação, seu olhar ficou preso nas mãos vazias de Vanessa.

-Não esperava ver você aqui Marina. Quanto tempo né? – Vanessa sorriu. – Nem soube mais nada de você.

-Não tem o que saber. – Marina respondeu séria, encarando a ruiva.

-Como não? Você casou com aquela fedelha, teve filhas. Espero que elas não tenham a cara da outra. – Vanessa chegou mais perto.

-No dia que você puxou aquele gatilho, foi o dia que você saiu da minha vida. – Marina respondeu, sem medo da aproximação da ruiva. Vanessa respirou fundo.

-Eu cometi um erro. Devia ter matado a Clara e tirado essa fedelha do meu ca...

Marina não deixou a ruiva terminar, uma fúria que nem ela sabia que tinha, tomou conta do seu corpo, e quando ela percebeu, já tinhas as duas mãos no pescoço de Vanessa e empurrava a ruiva contra seu carro.

Se Non Te parte 2Onde histórias criam vida. Descubra agora